quinta-feira, 31 de julho de 2014

GASTRONOMIX // Casa fofa, cozinha fofíssima!

O Sainte Marie é um restaurante de comida árabe-armênia-libanesa comandado pelo chef e fofo Stephan Kawijian. Fofo, porque ele chama todo mundo assim. O chef esbanja simpatia e agradece a todos sempre com um "mercizão".
Além de quibes, esfirras e kaftas, não deixe de comer a moussaka de cordeiro, camadas de berinjela com carne macia bem temperada e coberta por bechamel de queijo de cabra e cebolas fritas. Outro prato espetacular é o quibe montado - quibe cru prensado e passado rapidamente na chapa. Em cima, quibe assado, mais quibe cru na chapa e cebolas fritas douradas. 
O Sainte Marie fica um pouco mais distante do centro da cidade, mas vale cada quilômetro rodado para chegar lá. 

Sainte Marie
Rua Dom João Batista da Costa, 70
Vila Sônia - São Paulo
Telefone: (11) 3501 7552.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

COLHERADA // A pamonha do Ernesto

Erika Klingl
Colunista e Crítica de Gastronomia do Gastronomix

O Sandro Biondo (responsável pela coluna 30ml aqui do Gastronomix) que me desculpe, mas hoje eu vou escrever sobre o Ernesto Café. Vou falar pouco da bebida da qual ele é especialista. Nem me atrevo a isso até porque o Sandro já o fez com muita competência (http://bloggastronomix.blogspot.com.br/2013/11/30ml-girando-xicaras-ernesto-cafe.htm).

Minha inspiração da semana é a pamonha doce servida no Ernesto. Ok, você pode pensar que uma pamonha não pode ser assim tão especial para merecer uma coluna inteira sobre ela.

Acredite em mim. A pamonha de lá é. Para começar, existe uma certa aura de dificuldade que rodeia a tal guloseima à base de milho. O quitute é servido apenas nos fins de semana e é comum ver as pessoas pedirem para reservar pamonha antes mesmo de escolher o café que vão tomar.
Um dos segredos, na minha opinião, é o fato dela ser preparada de forma pouco convencional. Ao invés de cozida em água fervente por cerca de meia hora, ela é assada aberta na palha. Isso cria uma casquinha crocante e muito quente. Além disso, o queijo minas vem ralado no meio do milho verde e se funde ao preparo. O resultado é um prato úmido e muito saboroso. Tem que provar para ver. 

É claro que no Ernesto também tem outras delícias. O pão de queijo, também assado na hora, tem mais queijo que a média das cafeterias da cidade e o misto também é muito bem feito e com algumas opções de recheios que ajudam a incrementar a refeição.

O problema... Infelizmente tem um. O atendimento é meio caótico nos fins de semana. Principalmente aos domingos quando nem o pessoal de salão e nem a cozinha dá conta da quantidade de gente. Para mim que vou sempre acompanhada da minha filha de seis anos e que tem aquela impaciência tradicional da idade a solução é chegar alguns minutos antes de abrir (às 9h) e levar lápis de cor e papel para colorir. Sem criança é ainda mais fácil. Nada que um jornal ou livro não resolva. Vale tudo pela pamonha!

Ernesto Cafés Especiais
115 Sul, bloco C - loja 14
Asa Sul – Brasília
Telefone: (61)3345-4182

terça-feira, 29 de julho de 2014

post it // Roteiro vinícola em Cape Town

Daniel Bitar 
Colunista de Roteiros do Gastronomix
Cape Town são múltiplos destinos em um. A um só tempo permite que o visitante desfrute de sol e praia, escale a Table Mountain para ver a cidade do alto, aprecie a boa gastronomia e se acabe da dançar nas agitadíssimas baladas. Como se isso já não fosse suficiente, a cidade fica a pouca distância de Constantia, Stellenbosch e Franschhoek, três das mais célebres regiões vinícolas da África do Sul. A mão inglesa não pode ser desculpa para deixar de alugar um carro e, durante uma hora dirigindo por perfeitas rodovias e belas paisagens, chegar a Stellenbosch.

Ali existem, pelo menos, cinco rotas de vinhos, com dezenas de vinícolas cada uma, todas prontas a receber clientes para degustações sem a necessidade de reserva. De carro, de bicicleta ou por meio de excursões, não importa: o gostoso é visitar diferentes propriedades e descobrir as peculiaridades e sabores dos vinhos. Valem a visita: Oldenburg, Neil Ellis, Hidden Valley, Ruste en Vrede e Lourensford. Um bom site pra auxiliar no planejamento do passeio é esse aqui: http://www.wineroute.co.za/. Tim-tim!

RUSTE EN VREDE - http://www.rustenvrede.com/


segunda-feira, 28 de julho de 2014

EU RECOMENDO // Um pouco de América do Sul

 Marco Espinoza (*)
Convidado especial do Gastronomix

"Eis aqui os meus prediletos nesse pequeno giro pela América do Sul. 

Buenos Aires, Argentina

IL MATERELLO
Essa casa dedicada à cozinha italiana com massas frescas espetaculares e produtos frescos da estação está localizada no turístico bairro La Boca. Se não fosse a sua fama, passaria despercebido. O melhor Estofado de salchicha que conheço.

Martín Rodríguez 517
Telefone: +54 11 4307-0529
  
EL MIRASOL
Na minha humilde opinião, a melhor casa de carnes que se pode comer na capital portenha. Uma parilla maravilhosa localizada no bairro da Recoleta. Suas Mollejas e empanadas são as melhores que provei até hoje. Sempre recomendo uma ida aos amigos.

Posadas 1032 - Recoleta
Site: www.elmirasol.com.ar
  
Lima, Peru
  
FIESTA GOURMET
Uma delícia de comida peruana tradicional. Maravilhoso e tradicional, está localizado no bairro de Miraflores. Com certeza os melhores ceviches, piscos e cordeiro.

Avenida Reducto 1276/1278
Telefone: +51 1 2429009
Site: www.restaurantfiestagourmet.com

   
PANCHITA
Restaurante de comida peruana criolla. Seus anticuchos (tentáculos) de polvo, peixe-espada e Chamchito  (porquinho) crocante são famosos. Pastel de choclo (torta feita com massa de milho com recheio de carnes) ótimo. Bebidas excelentes!

Calle 2 de Mayo 298 - Miraflores
Telefone: +51 1 2425957 
Rio de Janeiro, Brasil

MERCADO SÃO PEDRO
É neste velho mercadão de peixes e frutos do mar que estão as melhores iguarias  como as suas sardinhas frescas. Recomendo também o arroz com brócolis, o caldo de frutos de mar, os pastéis e as lulas empanadas. Fica em Niterói, na Rua Visconde do Rio Branco, Ponta d'Areia.

55 - Rua Visconde do Rio Branco, Ponta d'Areia, Niterói - RJ
Telefone: (21) 2620-3446

Ter a sáb, das 6h às 16h. Dom, das 6h às 13h

(*) Marco Espinoza é chef de cozinha. Aos 34 anos, ele é referência quando se fala em gastronomia do país andino. Nascido em Lima, Espinoza mudou-se para Buenos Aires aos 19 anos, quando começou a trabalhar com sua mãe na embaixada peruana. Logo após sua formação no I.A.G (Instituto Argentino de Gastronomia), se tornou chef executivo da representação peruana de onde saiu para comandar o Bardot, restaurante peruano famoso pelas paredes pink e lustres de luxo localizado em Palermo. De lá seguiu para as principais cozinhas portenhas antes de fixar-se em Brasília para fundar o Taypá.  Desde 2013 está à frente também do Lima Restô Bar, no bairro de Botafogo, do El Chalaco, no Leblon e do Tupac, em Ipanema, todos no Rio de Janeiro.
Taypá
QI 17, Comercial, Bloco G, lojas 208/210 – Fashion Park – Lago Sul
Fone: (61) 3248.0403 / 3364.0403
Horário de funcionamento: De segunda à sexta para almoço (das 12hs às 15hs) e jantar
(de 19hs a 00h). Aos sábados: almoço (das 12hs às 16hs) e jantar (das 19hs à 01h). Domingos: para almoço a partir das 12hs. Fechado par jantar.
www.taypa.com.br  - email: contato@taypa.com.br

domingo, 27 de julho de 2014

GASTRONOMIX // 10 itens para comer ao ar livre

É bom, barato e gostoso. A tradição de comer ao ar livre, seja num piquenique ou numa mesa de um restaurante em meio a um jardim, tem um charme e quebra a monotonia de ficar olhando para as paredes. Para se aventurar nesse passeio, principalmente, se você e uma turma de amigos escolher um pedacinho verde na cidade, vale a pena se preparar. A primeira dica é encontrar o lugar certo. Depois, verifique a previsão do tempo. E é claro faça uma listinha de comidinhas e bebidas e divida as tarefas.

O Gastronomix vai te ajudar nessa missão. De preferência, faça as comidinhas e bebidas em casa, de maneira saudável. Assim, a turma já vai entrando no clima. Vamos ao check list:

1.Toalha grande, sempre maior do que a quantidade de pessoas ao redor.
2.Praticidade: talheres, pratos e copos descartáveis. Charme: leve os utensílios de louça. Tente priorizar alimentos que possam ser comidos com a mão.

3.Cooler ou isopor são essenciais para manter as bebidas e sobremesas geladas.

4.Tipo de comidinhas: sanduíches, salgadinhos, bolos, cupcakes (sem topping), espetinhos com vegetais crus e frutas.
5.Salada e molho podem ser armazenados em copos com tampa de plástico. Até mesmo para misturar. Prefira folhas resistentes, como alface americana, escarola e broto de alfafa, guardadas em recipientes plásticos. Tomate cereja e cenouras cortadas em rodelas também são boas opções.

6.Os sucos não devem ser de frutas ácidas, pois podem amargar. As garrafas térmicas ajudam para manter o gelado e o cafezinho quente.

7.Espumante, cerveja e sangrias são aos melhores pedidas. Geladas, claro!

8.Música para animar o ambiente. Com Ipod carregado, heim...

9.Flores coloridas são super astral!

0.Repelente e filtro solar.

# Duas receitas práticas para comer ao ar livre.

SANDUÍCHE DE PEPINO 
Ingredientes
- 10 fatias de pão de forma sem casca
- 10 fatias de pão integral
- 1 xícara (chá) de maionese light
- 2 pepinos japoneses ralados
- 1/2 colher (chá) de hortelã picada
- 2 colheres (sopa) de suco de limão
- Pimenta-do-reino branca e sal a gosto
- Folhas de endro

Preparo
- Corte as fatias de pão ao meio. Numa tigela, misture a maionese com o pepino ralado, a hortelã e o suco de limão. Tempere com pimenta e sal. Recheie as metades das fatias de pão com a mistura de pepino e monte os sanduíches. Se desejar, deixe na geladeira por uma hora e, no momento de servir, decore com as folhas de endro.

CRIPS DE CHOCOLATE 
Ingredientes
- 200 g de chocolate branco tipo cobertura
- 1 xícara de flocos de milho
- 1 xícara de nozes cortadas
- 1/2 xícara de cerejas (em calda) escorridas e secas no papel-toalha

Preparo
- Coloque o chocolate picado numa tigela, leve ao microondas por 1 minuto e mexa. Misture os flocos de milho, as nozes, as cerejas e o chocolate. Coloque colheradas da mistura em uma assadeira forrada com papel-alumínio. Leve à geladeira. Se quiser, troque as cerejas por passas e use chocolate preto.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

DRINK_ME // Maíz: comida de rua latino-americana

Juliana Raimo 
Colunista de Drinks do Gastronomix

O Chef Dagoberto Torres – também sócio do restaurante ao lado Suri Ceviche Bar - reinterpreta clássicos como arepas, tacos e empanadas, vendidos a preços acessíveis, em sua nova casa.


A casa serve receitas-ícones das ruas da América Latina com toques autorais. Os preços são justos e a dinâmica simples e ágil, com tudo servido em embalagens descartáveis (sem cobrança dos 10% habituais). Funcionará diariamente sem intervalos entre almoço e jantar.

Alguns restaurantes estão se preocupando cada vez mais em criar opções mais acessíveis aos seus clientes uma vez que os preços da maioria dos restaurantes estão proibitivos, principalmente em São Paulo. Este é o caso do Maíz.

A arquitetura e a decoração também favorecem a interação com a rua, graças às grandes janelas com mesas e bancos de ambos os lados e ao chão, que utiliza o mesmo padrão da calçada.

O milho

O ingrediente que batiza a casa aparece em sugestões como as Arepas, discos grelhados de canjica encontrados nas ruas da Colômbia e Venezuela, que recebem recheios como Pernil com conserva de rabanete agrião e maionese de Sriracha (R$13) e Carne louca com chipotle (R$14,50, foto à direita), com cebola e rúcula, que utiliza partes menos nobres como músculo e costela. 
A Empanada (R$6), encontrada de diversas formas nos países americanos, é feita à moda colombiana, com a mesma massa da arepa, fina e crocante, recheada com Carne e batata. Feitos também a partir do milho, os tacos mexicanos são servidos já montados e recebem diversos recheios (R$8,50). Um grupo que será beneficiado pelo cardápio é o dos celíacos, pois ali nada contem glúten.

Para sobremesa

Helados artesanales (R$5), ou picolés: de Salpicón de Frutas, salada de frutas à base de suco de manga, ou de Mousse de Limón com pedaços de bolacha de coco.


Para beber
A pedida são as cervejas especiais, oferecidas em uma enxuta carta com ótimo custo-benefício, que podem ser pedidas em baldes. Algumas das sugestões são a alemã Bitburger Pilsen (R$,8,50), a brasileira Júpiter APA (R$12) e a belga Vedett (R$15).
Há ainda refrescos naturais em máquinas com mexedores como as das lanchonetes antigas, que podem ser batizados com destilados latino-americanos como rum, tequila, pisco e cachaça. Algumas sugestões são a Água de Jamaica, que leva chá de hibisco e limão, Água de panela con limón, de rapadura e limão, e o refresco de Maracujá com goiaba.

Almoço piquiteadero

Dagoberto inspira-se nos piquiteaderos, estabelecimentos comuns do centro de seu país natal, que servem assados já cortados em pedaços, perfeitos para comer com as mãos. A casa oferecerá sempre 2 tipos de carne preparadas no forno giratório, como barriga de porco, costela de boi ou frango, com salsas e outros acompanhamentos variados, como salada, batata salgada, arepa ou mandioca rösti. O almoço sairá por R$ 22.

Restaurante Maíz
Rua Mateus Grou, 472, Pinheiros
tel + 55 11 3034-6551
Horário de funcionamento:De 3a a Sábado, das 12h às 24hDomingo, das 12h às18h
www.facebook.com/MaizArepas
Instagram: @maizarepas 

quinta-feira, 24 de julho de 2014

AO PÉ DO OUVIDO // Harmonizar mas nem tanto

Rosualdo Rodrigues
Colunista de Música do Gastronomix
Tenho visto – em blogs e em livros -- pessoas proporem harmonização de pratos com músicas. Ouvi falar até de um restaurante em Nova York onde cada comensal recebe, à mesa, um fone de ouvido para acompanhar com trilha sonora cada etapa do menu.
Adoro música – não menos do que adoro comida – e nutro especial interesse por entender os efeitos dela no cérebro, o que me leva a procurar, sempre que possível, bibliografia sobre o assunto. Mas, confesso, nunca encontrei artigo nenhum, científico ou não, que dissertasse sobre a relação direta entre o que se come e o que se ouve.
É fato que, no cérebro humano, ticos e tecos tecem uma rede de relações complexas. E, como diz Robert Jourdain no livro Música, cérebro e êxtase, “hoje, os cientistas podem observar como um ouvido dança em compasso com uma valsa e a maneira como partes do córtex cerebral ‘acendem-se’ quando Mozart circula em torno”. Ainda assim, acredito que essa “tendência” que citei lá no início exala certo cheiro de embromação.
Dizer que um pato com laranja vai bem com a música Lay, lady, lay, de Bob Dylan, por exemplo, não exige de ninguém conhecimento superior, apenas gosto pessoal. Mas há quem queira impor tal gosto como uma conclusão baseada em aspectos técnicos que o público em geral não domina.
Por enquanto, ainda me limito a acreditar que música não harmoniza com o que se come, mas sim com as circunstâncias em que se come -- o lugar, a companhia, a hora do dia... A música tem o poder de definir o ambiente e tornar mais ou menos agradável uma refeição ou um simples drinque. O resto é pose.
E para finalizar, uma recomendação musical para a semana: Stockholm, o novíssimo disco solo de Chrissie Hynde, a vocalista do The Pretenders. Chrisse, que em 2004 fez uma turnê no Brasil com Moreno Veloso e há seis anos não grava com a banda, mostra que continua afiadíssima, cantando como sempre. O CD traz uma coleção de baladas rock que, de tão boas, harmonizam com o que você bem quiser comer. You or no one é a primeira delas.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

NOTÍCIAS // Jornada vegana na Chapada

Quem se hospedar no resort Paraíso dos Pândavas, na Chapada dos Veadeiros, até o fim de novembro terá a chance de voltar para casa com um repertório de receitas vegetarianas na bagagem.

É que lá estão sendo ministrados workshops para quem quer aprender a cozinhar à moda dos sadhus, os homens santos da Índia Antiga. À frente das aulas está a proprietária da localidade, Carana Renu Dasi.

Vegetariana desde os 11 anos de idade, ela tem 12 anos de experiência trabalhando como banqueteira em cozinhas de templos hindus em vários países do mundo.
Carana vai ensinar receitas de pratos chineses, indianos, japoneses e italianos adaptados ao vegetarianismo -- um deles é o veggie burger. E vai também orientar os participantes sobre como adaptar-se às restrições das dietas veganas e de bhakti yoga -- que não permite o consumo de alho e cebola.

As datas das aulas são as seguintes: 25 a 29 de julho, 15 a 17 de agosto, 5 a 7 de setembro, 19 a 21 de setembro, 24 a 26 de outubro e 14 a 26 de novembro.

Informações podem ser obtidas pelo telefone 61 9108-2009 ou no site do Yoga Resort Paraíso dos Pândavas,

terça-feira, 22 de julho de 2014

post it // Um dia em Karaköy, Istambul

Daniel Bitar
Colunista de Roteiros do Gastronomix
Antes uma desagradável área portuária, Karaköy, um bairro de Istambul, ganhou novos ares com a chegada do Istanbul Modern em 2004. A partir de então, galerias de arte, cafés e restaurantes descolados vieram se juntar às lojas de equipamentos eletrônicos e de encanamento que já existiam por ali, compondo um cenário urbano super interessante. Para conhecer a região, comece com um bom café da manhã turco, no Ops Café. De todas as opções, a mais pedida é o breakfast platter, com queijos, azeitonas, pepino e mel. O passeio continua na Namli Gurme, loja gourmet que oferece uma variedade de produtos utilizados na culinária local.

Quem se interessa por design de interiores vai gostar de visitar a Lab::Istanbul, onde são vendidos móveis e objetos de designers turcos. Uma boa opção para o almoço é o restaurante Lokanta Maya, que utiliza ingredientes da estação, vindos de todas as partes do país, na preparação dos seus pratos. À tarde, pode ser dedicada ao Museu de Arte Moderna de Istambul, que exibe, principalmente, obras de artistas turcos. Não há melhor lugar para terminar o dia que no café do próprio museu, desfrutando de uma xícara de chá de maçã e da vista do sol se pondo na parte asiática da cidade.
OPS CAFÉ
Mumhane Caddesi Nimet han 45B
Aberto de terça a sábado, de 8:30 às 22:30 e de domingo a segunda, de 8:30 às 20:00
 
opscafekarakoy.com  
NAMLI GURME
Rıhtım Cad.Katotopark altı 1/1 
Aberto diariamente, de 7:00 às 22:00
www.namligida.com.tr/
LAB::ISTAMBUL
Fransiz Geçidi C blok 9
LOKANTA MAYA
Kemankeş Caddesi 35 A 
Aberto de segunda a sábado, de 12:00 às 17:00 e de 19:00 às 23:00.
www.lokantamaya.com/
ISTANBUL MODERN
Meclis-i Mebusan Cad. Liman İşletmeleri Sahası Antrepo 4
Aberto de terça a domingo, de 10:00 às 18:00 (às quintas, de 10:00 às 20:00)

NOTÍCIAS // Agenda gastronômica de Brasília

Cinco eventos enogastronômicos que rolam em Brasília até o fim deste mês – ou, em alguns casos, vão mais além:

Dia 21, terça-feira
A Adega Base, do grupo Base Atacadista, recebe o sommelier da importadora Winebrands, de São Paulo, Marcelo Vilhena, para degustação de seis rótulos -- três italianos e três sul-americanos. O evento começa às 19h30, com entrada gratuita, limitado a 30 vagas. A Adega Base fica no Centermix, lote 54, Vicente Pires, EPTG. Inscrições e informações pelo telefone 3901.131 ou pelo emailadega@baseatacadista.com.br

Dia 24, quinta-feira
Rubaiyat Brasília e Winebrands promovem jantar harmonizado, com cardápio do chef espanhol Carlos Valentí e harmonização do sommelier Marcelo Vilhena. O menu de quatro etapas será servido a partir das 20h, ao preço de R$ 150,00 por pessoa. O c
arpaccio de vieiras com azeite cítrico e mostarda, por exemplo, terá a companhia do Santa Cristina Pinot Grigio 2013. O Baby Beef Rubaiyat fica no SCES, trecho 1, lote 1 A, 3443-5000. Convém reservar.

26 e 27, sábados e domingo
Desde junho, o Bistrô Bom Demais do CCBB oferece café da manhã aos fins de semana, de 9h a 12h. O cardápio é o mesmo oferecido na filial do Jardim Botânico. São duas opções de café completo para duas pessoas. A vem com cesta de pães (incluindo croissant, pain au chocolat, waffles, etc.), fatias de bolo, queijo branco, ovos mexidos, café expresso e suco por R$ 38,50. A outra, além de alguns itens citados, inclui cuscuz, tapioca vegana com castanha do Brasil, banana cozida e muffins, entre outros pratos por R$ 45,00. O telefone é 3108-7029.

Dia 28, segunda-feira
Começa a 11ª edição do Restaurant Week, com 73 restaurantes participantes. Cada um apresentará um menu ao preço de R$ 41,90 no almoço e R$ 51,90 no jantar – valores acrescidos de R$ 1 referente à doação para a fundação Cafu. O festival prossegue até 10 de agosto. 

Dia 29, terça-feira
O Limoncello Ristorante promove o Festival Nhoque da Sorte, no almoço e no jantar, com opções do prato italiano a R$ 59,00: nhoque de ricota gratinada, com molho branco e azeite trufado; nhoque de batata baroa com ragu de rabada desfiada; e nhoque de batata com manteiga de ervas e mexilhões (que integra o menu fixo da casa). O Limoncello fica na 402 Sul, bloco A, loja 33, 3226-3208.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

EU RECOMENDO // Gangnam Style

Por Thiago Poggio Pádua(*)
Convidado especial do Gastronomix
“É verdade que os coreanos comem cachorro?”  É.
Mas isso não significa que você tenha que comer cachorro quando vier a Seul. Não significa sequer que você vai ver a temida sopa de cachorro à venda, a menos que procure com afinco ou tenha algum amigo coreano, provavelmente mais velho, que queira te convencer dos benefícios da proteína canina para sua saúde. E para sua libido (pois é... eles gostam de fazer essa correlação).
Churrasco coreano na grelha e acompanhamentos

Seja como for, eu não posso falar de sopa de cachorro. Não tive coragem de aceitar o convite – ou desafio – de um colega coreano para experimentar esse elixir de testosterona. Aliás, não tive coragem nem de me delongar muito no assunto. No meu hemisfério, são os cachorros que eventualmente nos mordem, e o contrário é meio nauseabundo – quem haverá de discordar?? Mas deixemos em paz o melhor amigo do homem e vamos ao que interessa: comida! 

Nos restaurantes mais refinados, uma pessoa vem à mesa fazer o churrasco
para você; nos mais tradicionais, o cliente tem que se virar

Um dos mais tradicionais pratos coreanos é o churrasco: “Korean barbecue”, como eles divulgam em inglês. O princípio é o mesmo do nosso churrasco – carne e brasa – mas a execução é muito diferente. Nos restaurantes especializados, cada mesa tem uma espécie de pequena churrasqueira a brasa no centro, com uma coifa logo acima, para dissipar um pouco da fumaça. A carne, que pode ser marinada ou não, vem em pedaços finíssimos, para um cozimento rápido.

Os inúmeros acompanhamentos são apinhados sobre o resto da mesa: diversos pratinhos com variados tipos de vegetais condimentados, incluindo o tradicional “kimchi”, prato nacional coreano (uma espécie de conserva apimentada de acelga). Entre os acompanhamentos haverá um prato com folhas verdes, como alface. O jeito mais tradicional de comer o churrasco é embrulhar numa folha de alface um pedaço de carne com os acompanhamentos que quiser. É uma delícia, muito saudável e o paraíso para quem gosta de controlar a ingestão de carboidratos.
Bibimbap e todos os acompanhamentos

Outro prato coreano muito comum é o bibimbap, que significa, literalmente, arroz mexido. Tradicionalmente, trata-se de uma tigela com uma cama de arroz e diferentes ingredientes colocados separadamente por cima. São brotos, folhas e vegetais refogados e temperados. Normalmente, vem também algum tipo de carne, além de um ovo frito.
Bibimbap com vista para tradicionais casinhas coreanas no bairro de Samcheondong

Você mistura tudo, acrescentando molho de pimenta e óleo de gergelim e come com uma colher. Ainda bem, porque os “palitinhos” coreanos (chamados jeotgarak) são feitos de metal, e dominá-los é surpreendemente difícil, mesmo para um exímio freqüentador de restaurantes orientais. Comer arroz com jeotgarak seria vexame na certa!

Numa cidade de 25 milhões de habitantes, são incontáveis os restaurantes servindo qualquer desses dois pratos. Um de que gosto muito, levando em conta a qualidade da comida e o ambiente, chama-se “Maple Tree House”. Há quatro filiais em Seul. Gosto particularmente da unidade de Samcheondong, um bairro onde é fácil flanar durante um dia inteiro, visitando o Museu de Arte Contemporânea, o Palácio Real e as mil lojinhas, galerias e cafés da região (aliás, o que não falta em Seul são cafés; bom para aliviar o paladar da excessiva pimenta que usam na comida!). O site do restaurante (www.mapletreehouse.co.kr/) é todo em coreano, mas se alguém se interessar mesmo, prometo que ajudo a encontrar o endereço.
Maple Tree House
www.mapletreehouse.co.kr
(*) Thiago Poggio Pádua é diplomata de carreira, formado em Direito. Nasceu em Goiânia, em 1979, e, já morou em Nova Delhi e em Buenos Aires, de onde já escreveu duas belas colunas para o Gastronomix.

domingo, 20 de julho de 2014

RECEITAS // Versão thai para o Arroz Maggico

Por Daniela Paiva (*)
Convidada especial do Gastronomix

Aconteceu há pouco mais de um mês. Estava triste. Daquelas tristezas que te fazem perder a vontade de comer. De quando você repensa o sentido das coisas.

Não era dor no coração. Era dor na alma. Dor aliada ao medo de depender da mão de médico. De ter a vida de um pedaço seu entregue a um profissional. Meu irmão.

Noites de angústia, noites sem fome.  Se não existe esperança, não existe apetite.

Chacoalhei a agonia. Busquei conforto nas memórias gastronômicas e voei até certas tardes acaloradas na terra da poeira vermelha.  Brasília, 20 e mais alguns graus, e a casa do meu incrível amigo, jornalista, escritor, dramaturgo e cozinheiro de mão “endendêusada”.
Dia de arroz de hauçá na casa de Sérgio Maggio (foto). Cerveja, boca quente, papo delícia. Gente rodopiando pelas rodinhas no chão, na varanda, na quina dos orixás.  Nem parecia que boa parte ali se encontrava na redação do Correio Braziliense todo santo e infernal dia.

Não tinha essa de “dar uma passadinha”. Era ficar, ficar. Comer um prato, dois, roubar um naco de carne mais tarde ou um camarão seco para salgar a gelada. Formamos uma família, naquelas e em tantas outras tardes e dias, que é como toda família.

Choramos e sentimos a saudade de um dos nossos, grudamos aqui, ali despregamos, mais adiante nos abraçamos como se não houvesse tempo.

E nos amamos. Sempre. Até o fim.

Essa explosão de sentimentos, recordações e aconchego me levou à receita abaixo, uma versão “safadenha” do arroz de hauçá Maggico.

Tem um detalhe que detonou o momento: eu, por acaso e sorte divina, tinha na geladeira um camarão seco feito recentemente pelo meu avô quase noventão. Mais um pedaço de contra-filé desesperado para sair do freezer e um creme de leite pedindo socorro, e pronto.  
Fui modestamente inventar moda com os principais ingredientes da receita. Coloquei curry no lugar do dendê e creme de leite se fingindo de leite de coco. Passei o camarão na frigideira e acompanhei com arroz.  Ainda salpiquei o tempero da esperança com o amor do Sandro Biondo (foto acima), minha cobaia e ombro da noite.

Sobrou para o dia seguinte. Emendei um guéri-guéri de novo. Corri para o super e trouxe o leite de coco para o arroz. Desta vez, finalizei com uma farofa de camarão seco.   A receita está um pouco atrapalhada, mas espero que inspire.
MODESTA VERSÃO THAI DO ARROZ MÁGGICO (2 PESSOAS)
 
- Carne (500 g de contra-filé)
- 1 cebola picada
- 1 cenoura bem picadinha
- 2 dentes de alho
- 1 xícara de vinho branco ou mais se for preciso
- curry em pó ou em pasta (misturei 3 tipos, uma colher de sobremesa e meia de cada)
- sementes de coentro maceradas
- 1 a 2 colheres de creme de leite fresco
- Azeite
- Sal e pimenta do reino e branca à gosto

- Arroz:  ao seu modo

Finalização
- 6 camarões secos, azeite, 1 dente de alho picado

Dia seguinte:
- Farofa de camarão seco:  usei 1 dente de alho, 1 cebola, manteiga, farinha de rosca, camarão e passei tudo na frigideira fechando com salsinha fresca

- Arroz com leite de coco: apenas acrescentei leite de coco depois de esquentar o arroz

Modo de fazer
- Tempere a carne com um pouco de cebola, alho, curry e pimenta do reino e branca (só um pouquinho para não ficar forte). Refogue o restante da cebola e do alho, e passe a carne rapidamente. Retire a carne quando selada (eu queria a carne mais tenra para não se distanciar tanto da textura da carne de sol original) e deixe a cebola e o alho na panela.

- Acrescente mais curry, sementes de coentro, cenoura e vinho branco. Deixe reduzir até a cenoura amolecer, pingando água (se preciso) e vinho até chegar ao ponto. Coloque a carne e adicione creme de leite. Passe o camarão seco no alho com azeite.

Montagem 
- Disponha o arroz no centro, a carne ao redor e 3 camarões em cima do arroz.
- Faça o mesmo processo, mas deixe espaço para a farofa em um canto do prato.

(*) Daniela Paiva é jornalista, já trabalhou em veículos de imprensa em Brasília e São Paulo. No momento, está fazendo um curso em Londres.