segunda-feira, 18 de março de 2013

EU RECOMENDO//Em Brasília, como os romanos

Por Gabriela Almeida
Convidada especial do Gastronomix (*)

Nem só de um bom cardápio vive um restaurante. A união de atendimento de qualidade, comida gostosa, preço justo e ambiente agradável faz com que certos lugares nos deem a sensação de estarmos em um cinema, onde, por algumas horas, todo o resto é deixado de lado. Tive essa experiência quando estive na cantina Sanfelice (206 Sul, Bloco A) para um jantar com amigas. A primeira impressão foi de um local vivo, colorido, mas composto por uma paleta de cores equilibrada, com muitos tons que remetem à bandeira da Itália e mesas forradas com toalhas xadrez, como uma típica cantina.
De entrada, pedimos uma bruschetta. Vieram três grandes pedaços de pão, cobertos com muito tomate fresco bem cortadinho e manjericão. Senti uma leve ardência e desconfio que tenha alho e pimenta do reino na receita, mas o sabor é bem discreto e os ingredientes vêm para somar.

Os preparativos, na cozinha (esta e as demais fotos, divulgação da Sanfelice)
O cardápio de pratos principais inclui massas recheadas (ou não) e molhos diversos. Nós escolhemos um gnocchi ao molho quatro queijos e um polpettone. Nma situação em que eu estivesse sozinha, jamais pediria gnocchi e molho quatro queijos, pois tenho muito receio de consumir os dois em lugares nunca antes visitados. O gnocchi dificilmente vem no ponto certo e o molho na maioria das vezes está com um sabor forte, que me desagrada muito. Como a combinação é a preferida de uma amiga, resolvi apostar. E não me arrependi nem por um minuto. A massa estava no ponto ideal e o sabor do molho era suave, mas marcante. Delicioso. Vale lembrar que os pratos têm a opção individual e para duas ou três pessoas.
A proprietária, Myriam Carvalho
 A melhor surpresa, no entanto, foi o polpettone de carne. Vieram três unidades enormes e fartas, recheadas com muito queijo, que derretia quando cortávamos em pedaços. Uma maravilha de se ver e de se comer. A carne veio regada a um molho de tomate nada ácido, com muito manjericão. E logo vi que a crosta era de queijo gratinado, o que deixou a comida ainda mais fantástica. 

Estávamos completamente saciadas e ficamos muito tempo no restaurante, embaladas por um agradável som ambiente, uma seqüência de canções italianas, mas, antes de ir embora, pedi a panna cotta ai frutti di bosco (creme de leite fresco cozido, com calda de frutas vermelhas), que me deu uma impressão ainda melhor da casa, com a doçura da calda na medida certa. Nós três comemos muito bem, com entrada, dois pratos principais para três, sobremesa, refrigerante, suco e água e a conta somou R$ 154.

Sobre o atendimento, vale mencionar que o garçom da sua mesa está sempre por perto para a próxima escolha, mas isso não impede que você faça o pedido ao primeiro que passar. Foram todos muito gentis e educados. Cheguei cedo, por volta das 19h, e o lugar estava vazio, com várias mesas disponíveis, mas já soube que aos fins de semana a procura é grande, então é bom se programar ou fazer reserva pelo telefone 3297-3232. 
Massa pronta, do empório
A tempo: Sanfelice é o sobrenome da trisavó da chef Myriam Carvalho, responsável pelo toque familiar do delicioso cardápio. Na 412 Norte, localiza-se a Sanfelice Officina di Pasta, empório que reúne massas frescas feitas com ovos de galinha caipirinha, farinha de trigo importada e semolina, além de molhos, salames, queijos, azeites, vinhos e uma infinidade de produtos. Ideal para quem quiser repetir em casa a experiência de uma primorosa cantina italiana.

SERVIÇO
Sanfelice
206 Sul, Bloco A, Loja 6, (61) 3297-3232
Funcionamento: para almoço, de terça a sábado a partir do meio-dia; para jantar, das 19h até o último cliente. A cozinha encerra o atendimento às 23h. Domingo: somente almoço, de meio-dia até o último cliente.


(*) Gabriela Almeida é jornalista e atualmente assina a Hit,  coluna do Correio Braziliense sobre a vida noturna de Brasília, o que a obriga a ir pelo menos três vezes por semana conferir alguma balada da cidade. No que não há nenhum glamour, ao contrário do que a maioria pensa Sob o peso da obrigação, viver na balada pode ser uma pedreira, ela assegura. Pode crer.

Nenhum comentário: