Foto ermprestada do site do PT-RJ |
Já faz algum tempo que música baiana virou sinônimo de música de carnaval. Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Chiclete com Banana e afins só abrem espaço para algum sucesso bagaceira de verão. Mas a retomada do carnaval de rua no Rio de Janeiro e iniciativas da prefeitura recifense de divulgar o frevo como forma de atrair foliões durante as festas de Momo mudam um pouco o andar da carruagem… Ou do trio elétrico.
Este ano aparecem dois lançamentos carnavalescos off Bahia que investem na tradição como forma de fazer frente ao grito de guerra baiano “tira o pé de chão”. Afinal, quem disse que não é possível fazer isso (tirar o pé do chão) ao som de frevos e marchinhas? Para provar, estão aí o EP Fafá, frevo e folia, de Fafá de Belém, e a antologia de marchinas Carnavalança, com Mart’nália à frente.
Depois ela passa pelas menos conhecidas Sabe lá o que é isso (João Santiago), De chapéu de sol aberto (Capiba) e Sedução (Luiz Bandeira) e acaba gloriosa com o Hino do Galo (Mário Chaves). Esta última, mesmo quem não foi a Recife, mas (se for de Brasília) acompanhou o Galinho ou o Suvaco da Asa, já sabe de cor: “Ê pessoal, ê moçada, o carnaval começa no Galo da Madrugada").
O Carnavalança tem em mart’nália e na irmã Maíra Freitas as principais intérpretes, mas o disco tem participações de luxo: Chico Buarque (As pastorinhas), Maria Rita (Máscara negra e Bandeira branca), Luiz Melodia (Touradas de Madri), Martinho da Vila (Cidade maravilhosa) e Paula Lima (Jardineira), entre outros. Como se vê, o repertório é só de marchinhas daquelas que a gente até acha que já nasceu cantando.
Mart’nália, que produz o disco em parceria com o irmão Martinho Filho, manda bem com seu carisma em interpretar um monte de outras (A.E.I.O.U., Saca-rolha, Turma do funil, Mulata iê-iê-iê… e por aí vai). Maíra não fica atrás, é bem graciosa nas faixas que lhe cabem (História do Brasil, Marcha do grande galo, Maria sapatão…). E ainda tem um ótimo coro de crianças que dá a Carnavalança um ar lúdico de disco infantil… Animadinho que só.
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