Por Rosualdo Rodrigues
Incrível como tem gente fazendo música boa. O lado ruim disso tudo é que, diante da produção farta, muita coisa acaba não chegando a um público maior. Mas quem gosta de fuçar na internet ou mesmo nas prateleiras de lojas de discos — sim, tanto discos quanto lojas ainda existem — é recompensado com o privilégio de escutar verdadeiras pérolas, como Lembra?, de Rafael Castro, e Aurora, de Miranda Kassin, dois ótimos lançamentos do ano passado que se mantêm, a meu ver, altamente recomendados.
Depois de lançar cinco discos no espaço virtual, o paulista Rafael Castro estreia no chamado disco físico. Ele mesmo produziu e tocou todos os instrumentos em Lembra?, gravado no estúdio que mantém na casa dos pais, em Lençóis Paulista. Não é só na feitura que o disco segue o princípio punk do faça você mesmo. Manipulando influências de Raul Seixas e Mutantes, Rafael fez um álbum vigoroso e provocativo, tanto na sonoridade quanto nas letras, saídas da mente de um rapaz de 26 anos que sabe observar o mundo que o cerca. “De todos os elementos que compõem um filme pornográfico, nenhum deles é pensado sem considerar seu público…”, discursa ele em Pra vender mais, agradar mais, se falar mais. E isso é só uma amostra.
Antes de estrear em disco solo, Miranda Kassim conquistou plateias na noite paulistana com o show I love Amy, em que interpretava músicas de Amy Winehouse, e gravou com André Frateschi o disco de covers Hits do underground.
Em Aurora, ela mostra o trabalho autoral em um disco curtinho — apenas sete faixas —, mas que deixa evidente seus interesses como autora: fazer um pop leve, mas inteligente, em que lança olhar crítico sobre a vida moderna e o comportamento humano nos tempos atuais (Para pensa, Escarcéu, Pobre menina) e canta a relação amorosa sem clichês e com toques de dramaticidade (Drinking alone, Prisão).
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
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