Por Rosualdo Rodrigues
O que poderia aproximar Tony Bennett do porto-riquenho Chayanne, da mexicana Thalía ou das brasileiras Maria Gadú e Ana Carolina? Somente um projeto caça-níquel como é Viva duets, álbum lançado recentemente, em que o cantor norte-americano divide cada uma das faixas com algum jovem cantante latino. Ou não tão jovem assim, afinal também integram o projeto veteranos como o espanhol Miguel Bosé, a cubana Gloria Estefan e o dominicano Juan Luís Guerra.
Entre esses e outros com nomes não muito conhecidos pelo público brasileiro — como o argentino Vicentico e o americano (filho de latinos) Romeo Santos —, são 15 encontros que, na maioria, pecam pela superficialidade, especialmente os duetos com as brasileiras… A união das vozes de Bennett com a de Gadú (em Blue velvet) e Ana Carolina (em The very thought of you) parece uma colagem mal feita, onde se percebe facilmente a emenda.
Mas há exceções. Mais calorosos e verossímeis, por exemplo, os encontros com Christina Aguillera (em Steppin’ ou with whit my baby ), Luis Guerra (em Justin in time) e com Gloria Estefan (em Who can I turn to (When nobody needs me). São faixas como essas, o próprio Bennett (que já encarou duetos até com Lafy Gaga não faz muito tempo), claro, e a produção do experimentado Phil Ramone que salvam o projeto.
No entanto, por mais que Tonny Bennett mostre-se em forma e os arranjos sejam impecáveis e luxuosos, não há como ouvir o disco (que traz um DVD bônus) sem percebê-lo não como consequência da longa e produtiva trajetória de um artista, mas como um produto moldado para faturar em um mercado específico, no caso, o latino.
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário