![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdzJoYIsqamT3ZT98MUYG905y29btBxhsJbrLzL6XM816dtetQDZwNcE67mRIg37zWKK3196omVPOKBbtZk4dTRojXAD-zjD8EAjuK3a1Dqu0J-A5QTZ5GaI74x9DS3yWBlQImqiiCotjT/s320/dancing_by_gabrielmachado.jpg)
Recentemente, um amigo e uma amiga (que não têm nada a ver um com o outro) me fizeram a mesma pergunta em ocasiões diferentes, em um período de 15 dias mais ou menos: “O que foi feito da black music? agora é só hip-hop, é?”. Coincidência, porque essa mesma pergunta estava circulando em minha cabeça já havia algum tempo. Coincidência maior ainda é que, pouco depois, li sobre o Black em Cena, que vai ocorrer de 22 a 24 próximos em São Paulo. É um festival que pretende mostrar justamente as vertentes tomadas pela black music.
Os negros deram à música pop ocidental, e à americana em particular, um tempero que a tornou muito, mas muuuuito mais, saborosa. Desde o blues, o jazz, o gospel, o rhythm’n’blues... Mas black music é como se chama a música feita por artistas negros nos anos 60 e 70. O soul, o funk (ops, não é o funk carioca), a disco... Uma música de suingue ímpar, marcada por vocais poderosos e, quase sempre, marcada por um contrabaixo e naipes de metais incendiários.
E então... Com todo esse passado, é estranho mesmo que hoje, quando pensamos em artistas negros, pensemos basicamente em rap e hip-hop (que têm força como discurso político, mas como música são uma chatice só). Sim, já que as cantoras negras em evidência, que poderiam dar sequência à tradição desse segmento de vocalistas, estão fazendo uma música “parda”, que alguns chamam de R&B, mas não sabemos nem como classificar (caso de Beyoncé, Rihanna e afins).
Pensando nisso me dei conta de que talvez seja até politicamente incorreto querer definir uma “música negra” a esta altura do campeonato, até porque tem muito branco fazendo black music e muito negro fazendo música de branco. Se os guetos ainda resistem na sociedade, na música tudo se misturou. Dei-me conta também de que a black music hoje se dissolveu numa infinidade de gêneros, e existe mais como influência do que como um estilo específico.
Mas, percebi também que há, sim, gente fazendo música na linha daquilo a que se deu o nome de black music décadas atrás. Música moderna, mas com um ar retrô que nos remete aos 70 e ao que ele teve de melhor. Aqui vão algumas sugestões para quem gosta ou para quem não conhece essa tal de black music e quer ter o prazer de conhecer:
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgk40lRRjswng9GTRQbeJa5jtAMtTVzQnkeEn4QMVfHDK9gJa5CIw5xQT-nCrjmj47d2K82yRUnD0QK1-JRbgkleo3Czlw8QEScihJemkpTxrOm3CC_WcSxxS6i65DAEQ-wjU938k8QZi0d/s200/1288802204_400.jpg)
1 ) Wake up, o maravilhoso álbum em que John Legend & The Roots interpretam músicas negras engajadas dos anos 1960 e 1970.
2 ) The lady killer, de Cee Lo Green, um dos pares da dupla Gnarls Barkley. Ele arrasa neste disco solo, com muito soul, funk e baladas poderosas.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmV1jjlkOKuOaKZBgcW0fDP48q3647kziVd3dBJkUOg-k6cG4ebbkRv3sVX6UqEZVwPnFcVn8Dm0044tA-m84Sa12cRDEy8ik6kI1D0P793sgNtHFezzOOifmu7nCN_bu-qzhGbyA-tP1w/s200/250165d406076f345651b2596060f326.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoIfLNHUDZ1D8qNkf-vTDYJ8o79RrMm4r_SLMV0xwIeeU0u-A9hFLxVzd0FOrlOvieXeJ5oxjCDAuoGrPOxyJpg7I5fJ97dYamhgyydbKZa5Yc_fNrYLCwfbhfMFxgTVpU0WwFG1s17a2U/s200/The_Defamation_Of_Strickland_Banks.jpg)
3 ) Good things, segundo disco cantor americano Aloe Blacc (ele bem pro Black em Cena), que nasceu em 1979 mas deve ter ouvido muito bolachão dos anos anteriores ao seu nascimento. É o que nos dá a entender este Good things.
4 ) The defamation of Strickland Banks, segundo de Benjamin Paul Ballance-Drew, ou simplesmente Plan B, que é inglês, branco, tem 28 anos e, depois de se lançar como rapper, saiu com este ótimo disco que parece ter saído de uma radiola lá dos anos 70.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjV-JgaROq5sytVQ1FFcqhlY_QzUDYRao3E6G9BRc2x4gi4hjubeZd_rbIfJUifUgKb2S_05YatHJlCjNwrcLwRgZUEHTkYz5TskNbdzR-TxmS50nTNmA2pOssbnjRxTbo-ieSWFHFhormu/s200/41ryI4eH3YL__SL500_AA300_.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUqJfdoKYFHdJY8fqL_zabXGNToZvUqziPV8BINEo6RG7en_ZLwr2FRhxuHA3ZINcsJ2KiF972OLj247SxkrTTsidyyOCsdHnmblwmV2DDieqRJtM_QXHjtNrXKQXzsD4PXg7XMRL5fD0J/s200/raphael-saadiq-stone-rollin-cover.jpg)
5 ) Stone rollin’, de Raphael Saadiq, produtor californiano. O disco é claramente inspiradp no som dos anos 70, mas com uma inventividade que faz dele uma pequena obra-prima.
6 ) Pickin' up the pieces, disco de estreia da banda Fitz and the Tantrums, de Los Angeles. Teclados retrô, baladas à la Commodores, rock setentista, backing vocals meio gospel... Perfeito.
Um comentário:
Uau! Post delicioso, Rosu! Me deu vontade de ouvir tudo!
Postar um comentário