terça-feira, 31 de janeiro de 2012

GASTRONOMIX//Escondidinho de cogumelos+Costelinha


Depois de uma semana intensa de trabalho, nada melhor do que ficar sábado à noite em casa – cozinhando! Cada doido com sua mania, né?

Resolvi testar uma receita que nunca havia feito. Estava com ideia de fazer um escondidinho diferente, com batata e recheio pouco usuais. Pronto. Parti para o supermercado e selecionei o que queria. Para acompanhar algo agridoce – costelinha suína marinada no mel, maracujá e gengibre.

Mãos à obra. Segue a receita:

Escondidinho de Cogumelos + Costelinha suína com maracujá, gengibre e mel
(receita para 2 pessoas)

Ingredientes

ESCONDIDINHO
- 500g de batata baroa (mandioquinha)
- 50g de manteiga
- Cogumelos sortidos à sua escolha (Shitake, Paris, Shitake branco)
- 4 fatias de bacon cortadas em pequenos pedaços
- 30 gramas de queijo parmesão
- fio de azeite
- sal e pimenta a gosto

COSTELA
- 1/2 maracujá
- 20g de mel
- 3 ramos de alecrim
- 1 pedaço ralado de gengibre
- sal e pimenta a gosto

Preparo
ESCONDIDINHO
- Descasque a batata baroa, corte em pequenos pedaços e coloque para cozinhar em água quente. Quando estiver fervendo, coloque o sal. Ela fica lá por 25 minutos.

- Retire a batata e deixe a água escorrer bem. Não jogue a água fora, pois vai precisar um pouco dela. Amasse a batata. Fica uma massa dura. Adicione água aos poucos e duas colheres de sopa de manteiga. Tempere com sal e pimenta. Não deixe o purê nem mole demais, nem duro.

- Lave os cogumelos bem rapidamente para que eles não absorvam água. Corte-os em pedaços médios. Corte as tiras de bacon em pedaços pequenos. Numa frigideira quente, com um fio de azeite, coloque o bacon e mexa por 3 minutos.

- Na sequência, acrescente os cogumelos e adicione uma colher de sopa de manteiga. Mexa de novo. Eles vão amolecer. Regre o sal e a pimenta. Depois, reserve.

- Bom, pré-aqueça o forno por 20 minutos a 180oC para gratinar o escondidinho. Monte em um pirex ou em uma panelinha uma camada de purê e outra de cogumelos. Finalize com o purê como a última camada. Por cima, coloque o queijo parmesão ralado na hora e ponha para gratinhar por 20 minutos.

COSTELA
- Coloque o forno para pré-aquecer: 20 minutos a 180C.

- Em um bowl, coloque o suco de meio maracujá, os ramos de alecrim debulhados, um pouco de sal. Tempere as costelas com sal e pimenta. Pegue uma colher e dê um bom banho dessa mistura nas costelinhas.

- Unte uma assadeira com um pouco de azeite e distribua-as nela. Dê mais um banho e, por último, um fio generoso de mel em cada uma e os fios de gengibre ralado por cima.

- Coloque a assadeira no forno por 30 a 40 minutos. Regue vez outra para manter a carne tenra. Na sequência, monte o prato e bom apetite.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

EU RECOMENDO // Soneto de fidelidade


Por Cristiana Beltrão (*)
Convidada especial do Gastronomix

“As indústrias de locomotivas e de aço, extremamente importantes na virada do séc.20 em Cape Town, se estabeleceram numa área chamada Salt River, onde hoje fica Greenpoint. Agora, por trás dos tijolos vermelhos de uma antiga fundição (The Foundry) que ocupa um quarteirão inteiro no bairro, a indústria que vigora é a gastronômica.

O restaurante Beluga, dentro da construção histórica, forja a solução para qualquer tipo de fome: de dim sums a sushis, de foie gras a antílope.O ambiente é fantástico, com uma área externa agradabilíssima no Verão e salões internos que se desdobram em vários níveis, com a cozinha aparente como palco central.

Lugares como o Beluga são adjetivados em inglês, com termos como “cool” “hip” ou “trendy”.
Nesses lugares a gente é bonita, as saias são mini, o volume é maxi.

(1) Carpaccio de springbok. De carne suave e adocicada, o antílope que é símbolo nacional, vem com rúcula, aipo e chips de parmesão. (2) Kingklip, um primo do nosso congro-rosa que está em 10 entre 10 cardápios.Aqui, marinado em misô, com batatas amassadas, alho e emulsão de gengibre.

Os pratos são criativos, mas nunca difíceis e o álcool é farto, bem como a “atitude”. Não importa a música, mas sim o compasso, que varia entre o “allegretto” e o “molto vivace”.

(3) Gnocchi com ragu de springbok. (4) Atum em crosta de gergelim, com bok choy, batatas e aïoli de raiz-forte


E o que resta dizer de um lugar como esse?
Ah, você sabe...

“Que não seja eterno, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure”.

BELUGA
The Foundry, Prestwich Street, Greenpoint
Cape Town – África do Sul
Tel: 021-418.2948
Horários: de meio-dia às 23:00hs, de segunda a sexta.
www.beluga.co.za

(*) Cristiana Beltrão é diretora geral da marca e qualidade Bazaar. Ela assina a delícia do blog:
http://bazzarfood.blogspot.com/ . É proprietária da linha Bazaar (http://www.bazzar.com.br/site/) e de um restaurante no Rio de Janeiro.

Bazaar
Rua Barão da Torre, 538
Ipanema - Rio de Janeiro
Telefone: (21) 3202-2884

sábado, 28 de janeiro de 2012

ABOBRINHAS // Um dia sem carne


Luciano MilhomemColunista de Alimentação Natural do Gastronomix

Quem lê estas minhas crônicas com freqüência já sabe que respeito preferências alimentares. Apenas não escondo as minhas. E incentivo quem pretende adotar uma dieta vegetariana ou principalmente vegetariana. Estou longe de militância, mais ainda de patrulhas. De qualquer forma, não resisto a divulgar aqui uma ação que me pareceu muito simpática, justamente porque não soa radical. Trata-se da campanha “Segunda sem Carne”.

Iniciativa da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), essa campanha busca conscientizar sobre os impactos do uso de carne para alimentação no meio ambiente, incluindo aí, obviamente, a saúde humana e o bem-estar dos animais. Em síntese, a proposta é excluir a carne do prato pelo menos uma vez por semana (sugere-se a segunda-feira) e descobrir novos sabores.

A “Segunda sem Carne” inspira-se em iniciativas semelhantes existentes nos Estados Unidos, no Reino Unido, entre outros países, onde obtiveram apoio de líderes internacionais e artistas de renome, como o ex-Beatle Paul McCartney e o músico norte-americano Moby. No Brasil, tem a benção de Gilberto Gil e Marisa Monte, para ficar em dois exemplos. Lançada em São Paulo em outubro de 2009, mediante parceria entre a SVB e a Secretaria do Verde e Meio Ambiente (SVMA) da Prefeitura, a “Segunda sem Carne” estende-se aos poucos a outras cidades brasileiras.

Alguém pode se perguntar por que segunda-feira e não outro dia da semana. Segundo os organizadores, “a principal razão por trás dessa sugestão é que nós, brasileiros, frequentemente consumimos carnes em quantidade ainda maior durante o fim de semana. Na segunda-feira, normalmente as pessoas, por esse motivo, estão mais propensas a comer coisas leves. Pesquisas indicam que os restaurantes vegetarianos recebem mais clientes às segundas-feiras. Segunda-feira é também um dia de se iniciar coisas novas, como deixar de fumar ou começar um regime.”

A Secretaria de Educação de São Paulo já abraçou a ideia. No site da campanha,
www.segundasemcarne.com.br , o próprio secretário, Alexandre Schneider (foto), promete: “Em breve, as três mil unidades da rede municipal de ensino de São Paulo estarão servindo dois milhões de refeições sem carne todas as segundas-feiras.” Ninguém falou em excluir a carne da merenda ou da mesa de quem quer que seja pelo resto da vida, mas apenas por um dia.

Apoio essa campanha com alegria e recomendo a todos que ainda têm alguma dúvida sobre sua importância que assistam a este simpático vídeo, parte da ação internacional:
http://youtu.be/Je1MezUAEQw. Dura menos de 2 minutos. A trilha é uma canção do Moby e, para quem não lê em inglês, há legendas em português. Um dia sem carne não custa nada para uma pessoa e representa muito para milhões.

(*) Luciano Milhomem é jornalista e bacharel em Filosofia. Mestre em Comunicação pela UnB e não come quadrúpedes e bípedes há mais de quatro anos.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

DRINK_ME // Grey Goose, Vive la Révolution


Por Juliana Raimo

O bartender Diego Barcellos, do Mr. Lam (Rio de Janeiro), foi o vencedor do 3º Grey Goose Vive La Révolution, o maior campeonato de coquetelaria do Brasil (com 200 competidores), cuja final aconteceu na noite do dia 23 de janeiro no Bar des Arts, em São Paulo.

Em segundo lugar, ficou Luciano Melo, do Gio Ristorante, do Recife. Em terceiro, o bartender Henrique Medeiros, do Kinoshita, de São Paulo e, em quarto, Marcelo Serrano, do MyNY (SP).

Os critérios levados em conta para escolha do vencedor foram o desenvolvimento do coquetel, sabor, imagem, apresentação, guarnição, glassware, postura do profissional e higiene. A ideia do campeonato é incentivar a excelência da bebida desde o momento do preparo até a degustação.

Seguem as três receitas vencedoras, apresentadas pelo bartender Diego Barcellos, do Mr Lam do Rio de Janeiro:

1 - Memories of Passion
- 40 ml de Grey Goose L’Orange;
- 15 ml de Grand Marnier;
- 5 ml de suco de limão siciliano;
- 20 ml de soda caseira de maracujá reduzido com manga.

2 - Camboja
- 50 ml de Grey Goose;
- 40 ml de suco de abacaxi;
- 25 ml de licor amor perfeito;
- 3 ml de extrato de capim-limão;
- 3 ml de balsâmico de framboesa.

3 - Sensações
- 50 ml de Grey Goose La Poire;
- 40 ml de suco de melão orange;
- 25 ml de licor Peachtree;
- 25 ml de xarope de jabuticaba;
- Manjericão e esferas moleculares

Grey Goose –
www.greygoose.com
SAC Bacardi Martini do Brasil: (11) 2833-3333

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

GASTRONOMIX// Discreto charme em Ipanema

Por Rosualdo Rodrigues

O guia Rio Show, de O Globo, indicava um prato chamado Tesouro do Mar (lascas de salmão em marinada de cebolas e ervas, moedinhas de batata com flor de sal, sour cream, ciboulette e farofa de bacon). Água na boca, fui atrás de tal indicação e acabei me deparando com algo mais. A descoberta vale ser compartilhada, ainda mais nestes dias em que meio mundo está tomando a direção do Rio de Janeiro: o Restô, em Ipanema. Um bistrô charmoso, com boa comida, preços justos e em área tranquila — entre a praia e a Lagoa.

O primeiro ponto positivo do lugar é o despojamento charmoso do ambiente. O Restô fica na esquina da Joana Angélica com a Nascimento e Silva, e tem janelas amplas por todos os lados, plantas ao redor e uma decoração aconchegante, com muitas referências retrô, inclusive nos tampos das mesinhas — suficientes para dois, mas que podem ser ajuntadas sem problema no caso de um grupo maior.

O cardápio elaborado pelo chef Tande Bittencourt foi (é, na verdade) atraente o bastante para me fazer esquecer a dica do jornal e direcionar a atenção para outros pratos. Como os pastéis de shitake com queijo brie -- que se incluem entre os chamados aperrôs, espécie de tapas, que servem como um abre alas pro apetite – mas que foram pedidos no lugar da entrada, vencendo a disputa com o pot-pourri de bruschettas (foto abaixo). A massa é a de pastel tradicional, nada demais, mas o recheio é saboroso e as seis unidades da porção são de bom tamanho. Para a saída, satisfazem dois, sem problema.

O prato principal foi assim: Luciano, que estava comigo, escolheu o Farfalle Mama Moderna (massa com cubinhos de frango salteados, berinjela, tomate cereja, pistache, alcaparras e hortelã) e eu fui de Dourado ao Pesto de Menta (acompanhado de ratatouille mediterrânea, feita de alho poró, abobrinha, berinjela, tomate cereja, petits pois e cebola). Ambos corretos na feitura e com uma combinação de sabores tão apreciável quanto a descrição sugere.

Este aqui é Pato Loh (magret de pato grelhado com coxa confit, purê de maçã ou de batata barôa e molho de champignon), anunciado como um clássico da casa.

Voltando ao pedido, a junção dos ingredientes que vêm na massa, por exemplo, resulta num sabor acentuado mas ao mesmo tempo bastante leve. No calorão do verão carioca, aliás, prato perfeito. No dourado, chama a atenção a sutileza com que a menta se apresenta no pesto – não, você não vai sentir como se estivesse comendo peixe com Halls. Se não quiser arriscar, tente o Robalo em Crosta de Amêndoas da foto abaixo (cozido no vapor sobre purê de cenoura e coentro, servido com molho de laranja e gengibre, acompanhado de aspargos verdes frescos sob molho hollandaise).

Somam-se a isso um atendimento eficiente e — o que torna tudo melhor ainda — uma conta que não sai alta. Para se ter ideia: porção de pasteizinhos, pratos principais, vinho, água e cafezinho saíram por R$ 205. Ah, e ficou de fora a sobremesa. Pedimos uma só, o Escondidinho de Goiabada com Queijo, que não é um mero romeu-e-julieta, devido à deliciosa cremosidade tanto do doce de goiaba quanto do creme de queijo que o cobre, acrescidos de uma crosta açucarada feita no maçarico. Outra sobremesa, na foto abaixo: Profiteroles de Nutella (bombinhas recheadas com Nutella, com bola de sorvete de baunilha, calda de chocolate, finalizado com chantilly).


Mais uma coisa boa: a casa tem pratos menores para quem não tem tanta fome, inclusive sobremesas. E, para terminar, um ponto negativo: a carta de vinhos não tem opção de rótulos mais em conta para quem não é lá tão exigente nesse quesito. O mais barato (caso do Carmen Classic 2009 Carmenére que pedimos) custa R$ 60.

SERVIÇO
Restô Ipanema
Rua Joana Angélica, 184
Rio de Janeiro
Tel: 21 2287-0052
www.restoipanema.com.br

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

AO PÉ DO OUVIDO// Nadando com as próprias barbatanas

Por Rosualdo Rodrigues

Filho de artista que resolve seguir a carreira dos pais sabe que, de cara, será mais cobrado do que qualquer outro iniciante. Mas, pelo menos na música, algo curioso acontece ultimamente: quanto mais cresce o número de filhos de famosos que seguem a carreira musical, menos é o peso da comparação. Isso porque “os meninos” estão cada vez mais donos de si e, mesmo quando ostentam o sobrenome conhecido, se impõem pelo que são capazes de fazer, e não por uma suposta herança genética que os obriga a ser geniais.

O caso mais recente é o de Júlia Bosco, filha de João Bosco. Aos 31 anos, ela estreia com um disco carregado de referências, mas que consegue tranquilamente atravessar o labirinto de informações para criar a própria personalidade. Tranquilidade, aliás, parece ser algo da natureza de Júlia, que trabalhou como consultora de gestão na Petrobras por oito anos (enquanto dava canjas por aí) e só decidiu pela carreira de cantora quando se sentiu segura o bastante para isso.

Tempo (esse é o nome do disco) é uma despretensiosa coleção de canções de amor criadas em um ambiente propício ao romance. Nove das 13 faixas são produtos da parceria musical e sentimental da cantora com o multi-instrumentista Fábio Santanna – que divide a produção do álbum com Plínio Profeta e assina sozinho outras quatro. Ao longo do disco, encontram-se eventualmente crônicas do dia a dia do casal, com ares de bossa, jazz, pop, samba...

A mistura evidencia a eclética memória musical de alguém que cresceu vendo a boa música brasileira brotar dentro de casa e ouvindo as divas do jazz e da soul music no toca-discos do pai. E que mais tarde descobriu Bjork, Amy Winehouse... O arremate vem na voz aconchegante de Júlia e nos arranjos, de uma leveza que remete a tardes preguiçosas de verão.

E por falar em verão, Marcos Valle participa em Curtição. O outro convidado é papai João, emprestando seu inconfundível dedilhado de violão em Na oração. Nenhum dos dois foi chamado por acaso. Curtição foi inspirada pela música do autor de Samba de verão. Na oração nasceu da lembrança de uma viagem que Júlia fez a Istambul com o pai e a mãe, Ângela.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

EU RECOMENDO // Uma certa esquina do mundo


Por Nicole Tassis e Gustavo Tannus (*)
Convidados especiais do Gastronomix

“Tudo pronto para o réveillon: passagens reservadas, convite para a festa comprado, planos feitos...São Paulo me aguardava....até que Gustavo entrou na minha sala, trazendo as esfirras de escarola com castanhas mais gostosas que eu já havia comido em minha vida e sem nenhum constrangimento, ordenou: estou indo passar o Réveillon na cidade do Cabo e você vai comigo!

Me submeti ao mandamento sem nenhuma resistência....a parte mais difícil foi ter que ligar para os amigos de São Paulo e mostrar a minha verdadeira face: uma pessoa fraca, incapaz de resistir a um bom chamado!!!!!

Não cabe aqui falar das paisagens vertiginosas e encostas dramáticas...das vinícolas que não deixam nada a desejar às regiões mais tradicionais do Sr. Baco...Não mencionemos a cidade linda, limpa e preparada para receber os visitantes...desnecessário citar o magnifico parque ecológico aonde ela se situa...bobagem...deixemos isto para as revistas especializadas! Vamos falar das pausas, pois como bem disse o poeta, “a vida é feita de pausas...” e a Cidade do Cabo nos propicia pausas inesquecíveis.

Tomar café da manha no Mozart (nem tão manhã assim...) e comer um frugal tostado com ovo e bacon lindamente apresentado com um suquinho de laranja e uma tacinha de espumante pra brindar o dia?... nas férias podemos tudo!!!

Degustar o tradicional chá da tarde no Mount Nelson Hotel, considerado pelo The Times, de Londres, como o melhor Chá do mundo. É mandatório, não nos esqueçamos que estamos numa antiga colônia britânica e eles entendem do riscado!!!

Comida Indiana??? O Bukhara te transporta pra lá com muita dignidade. Comida Indiana de primeira: rack de cordeiro no forno tandori e pão de nam...molho de iogurte com Hortelã...sopa de lentilhas...camarão com Garam Masala.... Em reverência devemos comer ajoelhados e rezando... (esta indicação preciosa foi da dona do Restaurante Natural Tribo aqui de Brasília, mas que é Sul Africana).

Chinês
moderníssimo? Haiku: pato laqueado com panquecas, dim suns, crysp sweet and sour meat. Desculpem, babei no teclado.

Cozinha contemporânea com vista magnífica? The Salt: a melhor truta salmonada da minha vida!!!! Um espaguete digno deste nome e com perfeitas lagostas.

Mariscada com produtos dali da frente? No Jazz (Camps Bay), onde você come uma mariscada e tem vontade de aplaudir a música ambiente que faz jus ao nome do lugar – jazz de primeira a noite toda.

O kingclip - peixe típico da região, de carne alvissima, firme e macia ao mesmo tempo - é figurinha fácil em todos os restaurantes da Cidade do Cabo, mas no The Kove vem junto com muito charme e com um Watermelon Martini capaz de embebedar até uma ex abstêmia como eu...yummy!!!

Ah... estas pausas benditas!!!!”

Mozart
37 Church Street
Cape Town - África do Sul
www.themozart.co.za

Mount Nelson Hotel
76 Orange Street
Cape Town - África do Sul
Telefone: 021 483 1000
www.mountnelson.co.za

Bukhara
33 Church Street
Cape Town - África do Sul
Telefone: 021 424 0000
www.bukhara.com/

Haiku
58 Burg Street
Cape Town – África do Sul
www.haikurestaurant.com

The Salt
The Ambassador Hotel34
Victoria Road
Bantry Bay - Cape Town

The Kove
Shop 2A, The Promenade
Victoria Road
Camps Bay – Cape Town
www.thekove.co.za

(*) Nicole Tassis administra a Forma – Centro de Laser e Estética. Gustavo Tannus é médico e colecionador de arte.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Drink News

Por Juliana Raimo

2012 chegou com força total. Restaurantes e bares abrindo, casas noturnas já bombando e alguns ainda em clima de pós férias e pré carnaval.

Algumas novidades em São Paulo que vieram para complementar a cena urbana e trazer ainda mais opções para os boêmios e bons vivans são:

Inauguração do Club Yacht

Em ambiente “navy” com escotilhas, cavalos marinhos e clima de “love boat”, os sócios Bob Yang, Cacá Ribeiro e Facundo Guerra apostaram no bairro do Bixiga para agitar a região das cantinas italianas.

Um super “ovni” de luz, preso ao teto, faz o clima do lugar com refletores que sincronizam ao som de rits como Last Dance, de Donna Summer.
Os preços de entrada são um pouco salgados (como tudo agora em São Paulo), mas vale a diversão.

Rua 13 de maio, 701
Bela Vista - São Paulo

Telefone: 3104-7157
Capacidade: 500 pessoas

Restaurante Ruaa


Inaugurado na Rua Mourato Coelho, 1168, na Vila Madalena, o restaurante Ruaa é um projeto de três amigos, Tiago Otani e Flavio Tupinambá, ambos ex-gerentes do Spot, e o chef Fernando Pereira, que trabalhou com Paola Carosella no Arturito. O ambiente é informal e, assim como a rua, democrático, recebendo todas as “tribos” que circulam pelo bairro paulistano.

O menu destaca releituras de “pratos de rua” tradicionais de diferentes países e traz também diversas opções vegetarianas. Um dos diferenciais é que o Ruaa serve água filtrada como cortesia e não tem couvert. Logo na entrada, fica o bar, de onde saem drinks com preços justos, como os clássicos Cosmopolitan (R$ 15) e Mojito (R$ 15) e os especiais Watermelon Martini (R$ 20) e Lynchburg Lemonade (R$ 20).

Rua Mourato Coelho, 1168
Vila Madalena - São Paulo
Tel + 55 11 3097 0123

Novidades de verão no Applebee’s


O restaurante americano Applebee’s, fundado em 1980 nos EUA, com filial em SP, apresenta novidades “drinkeiras” no cardápio. Para ajudar a resfrescar o calor, entram em cena as sangrias Clericot e Berry. Do sul do Brasil, vem a inspiração para a Clericot (R$ 35), que leva vinho branco com pedaços de morango, uva, abacaxi, laranja e maçã. É servida em uma jarra que pode ser dividida em até quatro pessoas. Já Berry, feita com combinação de vinho tinto Cabernet, sucos de morango, cranberry e abacaxi, e com um toque de limão e laranja, é servida em taça com morango e pedaços de maçã (R$ 9,50 – taça / R$ 32 - jarra).

O Applebee’s com filosofia “Eatin’ good in the neighborhood”, ou seja, “Comendo bem perto de casa” hoje é a maior rede de restaurantes casual dinning do mundo, com mais de duas mil unidades espalhadas pelo globo.

Itaim Bibi
Rua Joaquim Floriano, 533
tel + 55 11 3071-3439

Moema
Al. dos Arapanés, 508
Tel + 55 11 5051-1946

Shoppings Eldorado, Morumbi e Iguatemi Alphaville

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

AO PÉ DO OUVIDO// Garotas à moda antiga

Por Rosualdo Rodrigues

Ainda não dá para dizer se é tendência de mercado, mera coincidência ou efeito Amy Winehouse, mas uma onda tem se insinuado no pop internacional nos últimos três anos, trazendo à tona jovens cantoras que se espelham claramente no passado. O estilo retrô pode estar no visual, na estética de clipes e capas de discos, na sonoridade mais acústica, no jeito de cantar e no timbre vocal parecido com o de cantoras que faziam sucesso quando elas ainda nem tinham nascido... Ou em tudo isso ao mesmo tempo.

Quem já viu o DVD Live at The Albert Hall, de Adele (foto acima), sabe do que falo: o penteado montado no laquê, os enormes cílios postiços e o vestido que parece saído do armário de uma dona de casa dos anos 50 deixam a moça de 23 anos parecendo uma senhora... Lana Del Rey, de quem todo mundo está falando – inclusive nós, do Gastronomix, dois posts atrás – também se inspira naquela década, mas em outro estilo, o das pin-ups, com cabelo à La Verônica Lake. Nos dois casos, o toque nostálgico é mais claro no visual que no som.

Já Paloma Faith (foto ao lado) soa bastante influenciada pela conterrânea Amy, no modo de cantar, na sonoridade calcada no blues e no soul clássicos, além de ter um visual carregado de referências estéticas de quatro a cinco décadas atrás. A capa de Do you want the truth or something beautiful (2009), o único CD lançado por ela, é uma pintura kitsch cheia de rosas vermelhas e pombos... Mais retrô, impossível. Isso também se vê em clipes como o de Smoke & mirrors.

O fator Amy também é marcante em Dionne Bromfield, 16 anos, afilhada artística da própria cantora morta recentemente. Dionne tem dois álbuns lançados pelo selo da madrinha, o Lioness: Introducing Dionne Bromfield (2009) e Good for the soul (2011). Em ambos encontram-se delícias sessentistas como Mamma said, que não escondem de onde vem a inspiração. Curiosamente, só agora é que o primeiro foi lançado no Brasil.

Fora do eixo Reino Unido/ Estados Unidos, há Gabriela Cilmi e Caro Emerald. Gabriela (dois CDs, Lessons to be learned, de 2008 e, Ten, de 2010) tem visual moderninho, mas, cantando, a australiana parece uma Amy mais solar, uma Amy que, digamos, prefere coloridos drinques sem álcool. A outra, holandesa, aproxima do pop o jazz e a música das grandes orquestras e também gosta de parecer uma moça que entrou na máquina do tempo em 1950 e pouco e veio parar na primeira década do século 21, como no clipe de Back it up, que faz parte do CD de estreia dela, Deleted Scenes from the cutting room floor (2010) .

E, claro, tem a Duffy, que surgiu pouco depois de Amy Winehouse e foi logo comparada a ela, e até Janelle Monaé poderia ser incluída na lista de garotas que se alimentam fartamente do passado (ouve só Sir Greendown). O bom de tudo isso é que elas, considerando diferenças que favorecem a mais a menos uma e outra, são, na média, muito boas, e funcionam como um bem-vindo contraponto a outro tipo de cantora comum nos dias de hoje: as divas pop que fazem muito barulho na mídia e no palco, em shows megalomaníacos, coreografias, bailarinos e efeitos especiais de ponta.

GASTRONOMIX // 6º Restaurant Week em Brasília

153 mil menus em duas semanas. Haja comida. Haja trabalho. O balanço do número de menus servidos nas duas edições do Restaurant Week em Brasília, em 2011, mostra a grandeza dessa semana especial na capital. A olimpíada gastronômica começa no dia 23 de janeiro e vai até 5 de fevereiro.

A intenção do RW é levar ao maior número de pessoas um menu completo e acessível financeiramente. Os menus terão duas opções de entrada, prato principal e sobremesa a um preço promocional (R$ 31,90 no almoço e 43,90 no jantar.

A ideia é ótima e altera o movimento e a rotina dos restaurantes participantes. Para quem não conhece determinado local ou pensa que o preço é caro é uma grande oportunidade. O problema, muita das vezes, é a perda de qualidade do serviço ao longo dessas duas semanas. Então, fica um alerta aos donos de restaurantes. Vamos manter o padrão de qualidade dos menus e do serviço para o RW.


Alguns dos 70 restaurantes que participam da semana em Brasília:
- Dudu Camargo Bar Restaurante
- Alice Brasserie
- Dom Francisco
- Villa Tevere
- 4Doze Bistrô
- Dona Lenha
- Villa Borghese
- Belini Il Ristorante
- Your’s
- Unanimità
- Triplex
- Oliver
- Lagash
- Fred
- Villa Tevere
- Hostaria dei Sapori
- Mercado 153
- Places Restaurante
- Parfait Croissant Bistrô
- Valentina Pizzaria
- San Lorenzo Ristorante

Lista dos restaurantes participantes, cardápio e fotos no site: http://
www.restaurantweek.com.br.


EM PRIMEIRA MÃO
Os clientes que possuem cartões Mastercard Platinum e Black, mais uma vez, contarão com uma semana de vantagem, de 16 a 22 de janeiro: uma oportunidade de saborear, com antecedência, os pratos criados para o Brasília Restaurant Week. O diferencial é que as reservas deverão ser feitas, preferencialmente, via concièrgeda Mastercard (0800 725 2025) ou no próprio estabelecimento.

ONDE SURGIU O RESTAURANT WEEK?
O Restaurant Week é um dos mais conceituados e festejados eventos gastronômicos do mundo, surgiu há 20 anos em Nova York e já percorreu mais de cem cidades. O festival chegou ao Brasil em 2007 por meio do empresário Emerson Silveira, realizado primeiramente em São Paulo. Para 2012 são dezoito edições nas seguintes localidades: Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, Espírito Santo, Recife, Curitiba, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Goiânia, Salvador e Fortaleza.

6ª edição do Brasília Restaurant Week
Data: 23 de janeiro a 5 de fevereiro
Lista dos restaurantes participantes, cardápio e fotos no
www.restaurantweek.com.br

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

EU RECOMENDO // Uma casa polonesa, com certeza


Por Viviane Kulczynski (*)
Convidada especial do Gastronomix

“Lembranças de infância passam necessariamente pela mesa. Passaram pela minha, quero que passem pela de minha filha. Não economizo nos sabores que ofereço a ela. Pode não resultar em grande coisa, mas ela terá experimentado algo de diferente até moldar seu próprio paladar.

Numa época da vida, a gente aceita tudo. Manuela, a pequena, que o diga. Aí a gente cresce e torce o nariz para um monte de coisa. E só depois de muito tempo é que vai cair a ficha: “Caramba, por que não aproveitei aquilo?”

Bom, uma coisa aproveitei: os sabores da minha origem - polonesa. Qual criança acharia legal, bacana e gostoso traçar uma sopa de sangue de pato? Nojento, diziam os amiguinhos. À primeira vista, tinham razão. Escuro, gosto forte, cheiro idem. Mas uma delícia a czarnina (fala-se “tiarnína”).

Comi czarnina até que a última dos Kulczynski que faziam o prato não tivesse mais condições de ir para a cozinha. Era Tia Voádia, mulher de Tio André – a dupla mais polonesa da família, em hábitos e que tais. Na família, não se comprava o sangue à parte e o pato limpinho e pronto para ir à panela.

Havia o ritual de escolher o melhor bicho do quintal, torcer-lhe o pescoço, pendurá-lo pelas patas no marco de madeira da varanda, recolher o sangue escorrendo em jato e, depois, em gotas... O segredo era o tempero e o jeitinho de não deixar o caldo coagular nem talhar. O bicho ainda seria escaldado, depenado, retalhado e preparado como acompanhamento. Bem como o macarrão “cabelinho de anjo”. Sequinho de véspera, o suficiente para não ficar grudento nem quebradiço.

Tudo isso para chegar a um endereço que não existia na infância, mas faz minha alegria toda a vez que volto a Porto Alegre. O Polska Restauracja. Ali a czarnina é apenas uma das pedidas. Não está oficialmente no cardápio, mas é preparada sob encomenda. Seguindo seu próprio ritual, o das famílias Jakubowski e Kowalczyk. Há quem compare o prato à galinha cabidela ou ao molho pardo. Pois bem, uma lição que fica sobre a gastronomia polonesa: tudo parece alguma coisa. Mas nada é bem aquilo. Então, czarnina é czarnina.

Pierogi é pierogi. Não é blini nem pastelzinho. O “Pierogi Z Ceren” é uma massinha moldada como uma meia-lua, recheada de ricota (pode ser doce também) e cozida em água fervente, levada à mesa com molho de nata, cebola e bacon crocante.

Kluski é kluski. Não é spätzle nem fusili artesanal. É uma massa mole de batata, cozida além do ponto (nada de al dente), normalmente servida com molho de nata e cogumelos (pode vier no formato de bola e não em pedaços, como no Polska).

Bigos é bigos. Não é chucrute. A base é a mesma: repolho – mas apenas o branco e, em alguns casos, couve – preparado com pedaços de porco, de vitela e linguiça. Bigos em polonês significa “confusão”. O prato é cardápio certo todo 26 de dezembro, mas ninguém explica o porquê.

Knedle é knedle. E não um nhoque gigante. O bolo de batata imenso leva recheio de ameixa preta e costuma acompanhar lombinho à milanesa ou almôndegas de porco. Costuma ser cozido, mas há quem o faça frito.

Todas essas delícias – e muito mais, começando pela sopa do dia, que pode ser de beterraba, de centeio, de repolho, de batata ou cogumelos - compõem o cardápio festivo do Polska (em tempo: poloneses não precisam de data para celebrar; estar à mesa é uma farra em si). A chamada Mesa Polonesa é como um rodízio. Mas não é um rodízio. É um convite às sensações.

Um brinde. Na zdrawie! (fala-se “nazdróvia)”

Polska Restauracja
Rua João Guimarães, 377
Porto Alegre - Rio Grande do Sul

Telefone: (51)3333-2589
Site:
www.polskarestaurante.com.br

Viviane Kulczynski é mãe de Manuela e costura roupas para crianças. Jornalista gaúcha, ela trabalhou como repórter e editora do jornal Estado de S.Paulo, na Editora Abril e no Jornal zero Hora. Vencedora do Grande Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo, foi também finalista do Prêmio Esso.