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quinta-feira, 5 de novembro de 2015

POR AÍ // Viva Veneza em grande estilo

Gustavo Pereira
Colunista de Gastronomia do Gastronomix

O mundo está tão globalizado que não só os costumes como os produtos deixaram de ser exclusivos de um único país. Pode se encontrar de tudo em todos os lugares. Restaurantes passaram a ser cadeias em vários lugares do mundo. Não precisa mais viajar para Londres para experimentar a comida de Jamie Oliver ou para NY para conhecer o império do Eataly. Porém, poucos lugares me fascinaram tanto quanto Veneza. É difícil encontrar um pouco daquela cidade em outros lugares do mundo. Para se estar em Veneza tem de estar realmente lá e vivenciar todas as suas belezas.
Depois de ter assistido ao filme O Turista, com Angelina Jolie e Johnny Depp, percebi uma Veneza ainda mais luxuosa, longe de todos os turistas que deixam a cidade completamente lotada. Eu sempre digo: sim, existe uma vida melhor, pena que ela é mais cara. Mas vale a pena se dar ao luxo uma vez na vida.
O Hotel escolhido foi o Hotel Mônaco & Grand Canal, incrivelmente bem localizado e com um interior majestoso. Vale cada euro gasto ali. Porém, o charme fica no terraço onde abriga o restaurante Grand Canal. Sentado ali admirando a paisagem enquanto esperava o meu prato no almoço, eu observava a Basílica della Salute, na ilha de San Giorgio e a ilha de Giudecca e a igreja do Redentor.

Em suma, este terraço um tanto animado e intimista, elegante e causal e romântico. É o lar de artistas, escritores, diretores e jornalistas. Este terraço do restaurante Grand Canal vive-se e alimenta-se da vida cultural de Veneza como o Carnaval, os fogos de artifício do Redentore, o Festival de cinema, a Regata Storica, as exposições no Palazzo Grassi, todos estes eventos são oportunidades de conhecer novos e velhos hábitos da cidade apreciando os sabores da culinária veneziana.
Ali, eu pude ser mimado e experimentar o prazer de novos sabores que não encontrei em nenhum outro lugar do mundo. Por isso, voltei várias vezes durante a viagem para comer novamente neste restaurante.
Particular atenção é focada nas delícias do mar e vegetais...

O frescor é fundamental na preparação dos pratos típicos da cozinha local, porém o prato que mais me marcou foi um bem simples, mas muito bem feito. Um spaghetti ao molho ao sugo. Seu ponto de cozimento estava perfeito “al dente”, massa fresca e com um molho incrivelmente elaborado com tomates locais cozidos por 8 horas. Um prato super simples mas memorável. Como um bom descendente de italiano sei que uma massa bem feita é a chave para o sucesso num restaurante, porém o contrário pode ser devastador. 

Grand Canal
San Marco, 1332

Veneza, Itália
Telefone: +39 041 520 0211
Site: http://www.hotelmonaco.it/en/grand-canal-restaurant/

terça-feira, 10 de março de 2015

post it // 8 ícones há mais de 100 anos

Daniel Bitar
Colunista de Roteiros do Gastronomix

O segredo do sucesso, ao que tudo indica, não existe. E isso também vale para o mundo da restauração. Certos estabelecimentos nem chegam a vivenciar as quatro estações do ano. Outros, entre êxitos e dificuldades, resistem por mais tempo. E há aqueles que acompanharam guerras, testemunharam golpes de estados e mudanças de capital, evolução do comportamento e da sociedade, porém continuam firmes. De tão antigos, uns viraram ícones e, arrisco a dizer, sinônimo de qualidade. E alguns, apesar da idade, mantêm uma beleza ímpar, que encanta e atrai novos clientes. Eis uma lista de lugares que estão por aí há mais de um século – ou estão próximos de completar 100 anos – mas continuam batendo um bolão:

1.CAFÉ MAJESTIC – PORTO, DESDE 1921 
http://www.cafemajestic.com/pt/Utilidades/Homepage.aspx

2.CONFEITARIA COLOMBO – RIO DE JANEIRO, DESDE 1894 
http://www.confeitariacolombo.com.br/site/

3.CAFÉ NEW YORK – BUDAPESTE, DESDE 1894 

4.KATZ DELI – NOVA YORK, DESDE 1888

5.CAFÉ CENTRAL – VIENA, DESDE 1876

6.CAFÉ TORTONI – BUENOS AIRES, DESDE 1858

7.LAMB AND FLAG – LONDRES, DESDE 1772

8.CAFFÈ FLORIAN – VENEZA, DESDE 1720

segunda-feira, 15 de abril de 2013

EU RECOMENDO // 12 estrelas italianas


Erika Klingl (*)
Convidada especial do Gastronomix

“Sempre gostei de comer. Mas desde que tomei coragem de realizar o sonho de investir na arte de cozinhar (mesmo que de forma amadora), passei as buscar experiências gastronômicas em cada esquina.


Sem querer desmerecer Brasília, fica mais fácil fazer isso nas esquinas de Roma, Florença, 
NY, San Francisco...


Depois de um tempo, descobri que não estou sozinha nessa minha paixão. Existem pessoas muito mais focadas e endinheiradas que fazem do turismo em restaurantes estrelados pelo mundo uma forma de vida. Tem até um britânico chamado Andy Hayler (foto abaixo), de 50 anos, que já comeu em todos os restaurantes três estrelas Michelin do mundo nos anos de 2004, 2008 e em 2010. Todos mesmo, até mesmo os localizados bem longe da Inglaterra como os da China e do Japão. 
Bem, estou muito longe disso. Mas já tive minha experiência em alguns estrelados. E a primeira coisa que posso dizer é: vale a pena mesmo. Para quem gosta de comer, é uma experiência para lá de memorável e está nos meus álbuns de viagens com a mesma importância que os museus que visitei.


Jantar no Daniel em NY (do chef Daniel Boulud) se iguala, para mim, a experiência de ter visto a série de latas de sopa Campbell, produzida por Andy Wahrol em 1962, que está exposta também em Nova York. (Olha eu falando de comida até na hora de citar uma obra de arte...)

O meu primeiro contato com restaurantes estrelados aconteceu em julho de 2011. Depois de meses de economia (já pensando nesse projeto) e planejamento para garantir as reservas nos restaurantes, fiz uma viagem de 15 dias à Itália e, ao fim das duas semanas, eu e meu marido acumulamos 12 estrelas em diferentes casas.
E isso virou uma espécie de vício. É só ter uma viagem em vista que começo a economizar e, ao mesmo tempo, parto para o site da Michelin ou para o ranking da The Restaurant para ver quais são os chefs mais inventivos e mais bem falados. Em Nova Iorque, ano passado, aproveitei mais uma vez a chance de comer em grandes restaurantes, seguindo os conselhos do coordenador de gastronomia do Iesb, Sebastian Parasole. Dia desses, posso escrever sobre cada um deles aqui.

O lado bom é óbvio. Não há dúvidas da qualidade da comida e do atendimento. Em compensação, o valor da conta é sempre muito mais alto só por ter pregado na parede o quadro da Michelin. Aí você me pergunta, vale a pena?



É claro que come-se muito bem em um restaurante estrelado. Mas o brilhantismo do chef não depende apenas da(s) estrelinha(s). Por isso, eu recomendo que quem tiver partindo para uma viagem tipo pé na jaca que busque diferentes fontes de informação para decidir onde vai.
Parece tiramissu, mas não é. E sim, uma espécie de escondidinho de bacalhau

Vou dar um exemplo. Em Roma, fomos a um restaurante chamado All’Oro que tinha recém-recebido uma estrela Michelin. Foi o melhor jantar de toda a minha vida até hoje. 
Raviole invertido:o molho de frutos do mar está dentro e do lado de fora,
os lagostins que serviriam de recheio 

Polpeta que é, na verdade, um ragu de costela cozido por 8 horas
mas que o chef serve em forma de almôndega


Uma semana depois, visitamos outros dois estrelados. A Enoteca Pinchori (em Florença) e o Met (em Veneza - foto abaixo), com 3 e 2 estrelas, respectivamente. A comida estava divina, mas a conta foi o triplo do preço e a experiência não foi diferente quando se avalia apenas o sabor. É claro que esses dois lugares eram mais charmosos. Até mesmo pelas cidades onde estão instalados. 


Mas se eu tivesse que escolher um restaurante para voltar, seria o All’Oro. Para se ter uma ideia, tinha um raviole que era servido de forma invertida. Ou seja, o recheio estava fora e o molho dentro da trouxinha. Na hora de morder, o suco de frutos do mar explodia na boca. Nunca consegui fazer aqui em casa. Já tentei com Agar-ágar e congelando o recheio antes de cozinhar...

Depois da nossa viagem lá, já recomendei o restaurante para diferentes amigos com passagens por Roma. E a sensação foi a mesma. Para deixar todo mundo com água na boca, vou colocar umas fotos... E eu, já vou começar a guardar dinheiro para a próxima!”

All’Oro
Via del Vantaggio, 14
Roma - Itália
T. +39.06.97.99.69.07 - +39.393.94.48.26
http://www.ristorantealloro.it/

Enoteca Pinchori
Via Ghibellina 87
Florença - Itália
Tel.+39.055.242757 / +39.055.242777
http://www.enotecapinchiorri.it/

Met
Riva degli Schiavoni, 4149
V
eneza - Itália
Tel. +39 041 524 0034

(*) Erika Klingl é formada em gastronomia pelo IESB e jornalista.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

EU RECOMENDO // Uma varanda em Veneza


Rogério Fasano (*)
Convidado especial do Gastronomix

“Adoro frutos do mar. Pra mim, um dos melhores restaurantes que fui é o Osteria de Fiore, em Veneza. A casa é especializada em frutos do mar preparados especialmente pelas mãos da chef Mara Martin e os pratps são acompanhados de vinhos de boa qualidade. Quando vou ao restaurante, gosto de ficar na varanda onde cabe apenas duas cadeiras. É o lugar mais romântico do mundo”.


Osteria de Fiore
Calle del Scaleter 2002
San Polo – Veneza
Telefone: 041-721-308
Site:
www.dafiore.net/

(*) Rogério Fasano é empresário, sócio e dirigente do Grupo Fasano, que possui empreendimentos no setor de gastronomia e hotelaria. Foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.

sábado, 9 de outubro de 2010

GASTRONOMIX // O dia em que encontrei a beleza


Não existe outra cidade no mundo como Veneza. Ela encanta. Principalmente, quando você desembarca por lá e ainda consegue pegar um dia de carnaval. A cidade e seus becos pulsam e você sente na pele a alegria de seus visitantes e moradores. As fantasias, as máscaras e as luzes se encontram na Piazza San Marco , a única de Veneza e onde estão a Basílica de São Marcos, o Palácio Ducal de Veneza e o Campanário da Basílica (pontos turísticos obrigatórios).

Passear pelos caminhos estreitos e canais que costuram a cidade é como estar num filme ou dentro da música Eu te Amo, de Chico Buarque, em que o sangue erra de veia e se perde. A beleza está ali, estampada, sentida a olho nu. Além do visual, Veneza tem outros encantos. Um deles é o gastronômico, com lugares centenários – cheios de história e charme.

Harry´s Bar

Uma experiência mais do que interessante. O Harry's Bar é fruto de uma relação de amizade. Giuseppe Cipriani era barman em um hotel veneziano, frequentado pelo norte-americano Harry Pickering. De tão assíduo, os dois viraram amigos. O barman emprestou dinheiro a Harry, que voltou aos Estados Unidos com esta dívida. Mas ele voltou. E devolveu mais do que pegou emprestado. O dinheiro foi usado para abrir o Harry´s Bar, em 1931.

A quase 100 passos da Praça San Marco, o Harry´s Bar está no mesmo lugar desde sua fundação. Cadeiras antigas, uma porta verde discreta com vidros com a marca. Um dos drinks mais famosos do mundo foi criado lá: o Bellini – feito com néctar de pêssego e prosecco Cipriani. O drink tem um sabor muito peculiar e é servido em copo baixo.

Quando cheguei por lá, tive uma sensação estranha de felicidade. Pensar que naquele lugar passaram personalidades como Ernest Hemingway, Winston Churchill, Pablo Picasso, Maria Callas, Orson Welles, Truman Capote, Henry Kissinger, Sophia Loren, Luciano Pavarotti, Woody Allen...

Sentei no balcão e pedi é claro um Bellini (15 euros). O simpático balconista me ofereceu ainda uma porção de azeitonas, por conta da casa. Engatamos num papo e ele me disse que, em dias movimentados, eles servem cerca de 500 Bellinis. Em dias mais fracos, 300.

O cara trabalha. Diz que não é o único a fazer o drink no local, mas, com certeza, é o mais engraçado. Tocava o telefone e ele:

- Harrryyyyyyyyyy´s Barrrrrr.

Sente numa mesa ou fique no balcão. Mas desfrute de um ou mais Bellinis por lá.

Harry´s Bar
Calle Vallaresso, 1323
30124 Venezia, Itália
041 5285777
Site: http://www.harrysbarvenezia.com/

Caffé Florian

Outro ícone clássico, o Caffé Florian fica na Praça San Marco. Inaugurado em 1720, o local também já recebeu personalidades importantes como Goethe, Rousseau, Chateaubriand, Benjamin Constant, Lord Byron, Charles Dickens, Balzac, Marcel Proust, Modigliani, Hemingway e o incansável Casanova - sempre na melhor das companhias femininas.

É por lá também, bem em frente ao Florian, que foliões de todo o mundo se reúnem para brincar o carnaval com suas fantasias clássicas e luxuosas. Muitas máscaras!

O Florian tem afrescos exóticos que remetem à Arábia e à China. O dourado tem forte presença, além dos sofás de veludo vermelho e elementos com toques de verde. Mármore e louças de porcelana fina também chamam atenção. Os funcionários se vestem impecavelmente e trazem à mesa a bandeja de prata com o seu pedido.

Sentei bem num canto onde via a praça. A vida passou lentamente. Acompanhado por um tiramissu (11,50 euros) e um expresso curtíssimo (6,00 euros). O café vem acompanhado por um vaso com água. No cardápio, pratos variados para almoço e jantar..

Caffé Florian
Piazza San Marco
San Marco 56/59
Veneza - Itália
Telefone: 041 520 5641
Site:
www.caffeflorian.com

Caffé Del Doge – antigo Caffè al Ponte del Lovo

Ao andar por Veneza, você encontra situações interessantes. O café “mais simplezinho” também é ou já foi bem freqüentado. É o caso do Caffé Del Doge, antigo Caffè al Ponte del Lovo, inaugurado em 1750. Era o preferido do teatrólogo Carlo Goldoni, que freqüentava o café rodeado de amigos do teatro e, algumas vezes, escrevia linhas por lá.

Pedi um café, que foi servido na bandeja com biscoitos e chocolate. Lá, você pode degustar doces – para muitos, os melhores de Veneza - e um bom chocolate quente. O café mantém a atmosfera do século 18 e é citado em uma das peças de Goldoni. Vale sentar e imaginar em qual mesa ele sentava. É claro, acompanhdo de um belo doce e café.

Ponte dell’Ovo
San Marco 4819
Veneza – Itália
Telefone: 641 5208 439

Para completar este giro, nada melhor do que passear pelo Mercado de Veneza. Que maravilha! Tudo bem fresquinho. Peixes, crustáceos, legumes, verduras, frutas...Bom para os olhos e, para quem cozinha, fica aquela vontade de fazer a feira por ali mesmo.


Veneza é o encontro com a beleza.