segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

EU RECOMENDO // Língua bem temperada...


DJ João Komka (*)
Convidado especial do Gastronomix

“Vou dar uma dica pra quem mora em Águas Claras. O Bar do Ferreira que é do(s) mesmo(s) dono(s) do Bar Brasília, Bar Brahma e Feitiço Mineiro. Lá tem uma língua de sogra maravilha, cheia de pimentinhas de cheiro... Uma delícia pra quem curte uma língua bem-feita e temperada. Além disso, o chopp de lá mantém o nível dos outros bares... A cozinha no geral é bem boa!”

Bar do Ferreira
Shopping Quê!
Águas Claras - BrasíliaTelefone: (61) 3042 5585

(*) DJ João Komka tem oito anos de carreira. Idealizador do selo Crunchy Music e um dos criadores do 5uinto, tradicional festa da capital federal. Com 19 releases lançados, já recebeu elogios de Laurent Garnier, John Acquaviva, DJ Hell, Ivan Smagghe (Blackstrobe), Zombie Nation, Gui Boratto, Thomas Schumacher, Boyz Noize, dentre outros. Isso sem falar que em 2009 apresentou seu live, com mais de 20 faixas, passando por clubes como D-Edge e Deputamadre
.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

GASTRONOMIX // Obrigado, Scliar


Acabo de ver na Globo News que o escritor Moacyr Scliar faleceu aos 73 anos. Na minha carreira jornalística, entrevistei-o algumas vezes para falar sobre saúde pública. Sempre atencioso e preciso nas análises. Em 2009, Scliar aceitou o convite que fiz para escrever aqui no Gastronomix.

Pedi uma dica de um lugar para comer para dividir com os leitores. Ele me respondeu: será que posso escrever um para seu blog sobre o churrasco, um patrimônio gaúcho? Sem dúvida, foi um dos grandes momentos aqui do Gastronomix. Ter um texto de um Prêmio Jabuti, escrito exclusivamente para o blog. Confira
aqui o texto de Scliar sobre o churrasco.

Agradeço ao Scliar pelos gestos de carinho e pelo tratamento cortês. E também agradeço pela vasta obra de qualidade. São mais de 70 livros publicados. Adeus, Scliar!

sábado, 26 de fevereiro de 2011

DRINK_ME // Ao estilo oriental


Recentemente, pesquisando images de drinks na internet para ilustrar um trabalho, me deparei com fotos lindas e sugestivas. Isto me levou a adquirir o livro Japanese Cocktails, escrito por Yuri Kato.

No livro, as combinações exóticas, tanto com as bebidas de origem japonesa - como Sake, Sho….quanto com as tradicionais (vodka, rum e tequila) - trazem ao leitor o espírito oriental com muita sofisticação. Selecionei três receitas que achei inusitadas para entrarmos neste universo dos japanese drinks.

Cherry Blossom

- 60ml sakê
- ½ colh. bar de Umeshu
- 1 colh. bar de suco de limão
- Espumante
- Cereja Maraschino

Adicione todos os ingredientes em um copo de Champagne, complete com o espumante e decore com a cereja.

Black Ship

- 45ml de Hibiki 12 anos (whisky)
- 30ml de suco de romã
- 10ml de vinho do porto
- 1 colh. de bar de suco de limão
- Casca de limão

Adicione todos os ingredientes menos a casca de limão em uma coqueteleira com gelo. Chacoalhe bem e sirva em um copo martini previamente resfriado. Decore com uma casca de limão em espiral.

Butter of the Forest

- ¼ de abacate descascado e masserado (crème)
- 1 colh de bar de mel (5ml)
- 60ml de Nigori Sakê (ou outro)
- 30ml de Vodka sabor limão
- 30ml de leite de soja
- Fatia de abacate

Crie o creme de abacate com o mel. Adicione todos os ingredientes em uma coqueteleira com gelo. Sirva em um copo martini previamente resfriado e decore com a fatia de abacate.

Fonte: Japanese Cocktails, Yuri Kato

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

AO PÉ DO OUVIDO // Sobre música e amizade


Por Rosualdo Rodrigues

Numa ensolarada manhã de domingo, feliz por achar que são 10h e ainda são 9h, porque o horário de verão acabou (como é bom ganhar tempo!), pego um CD aleatoriamente na estante: Let it roll: The best of George Harrison. Penso: se me perguntassem qual dos Beatles é o meu preferido, eu diria “George Harrison”. Me encanta demais uma certa melancolia nas canções dele, na voz, no semblante, na guitarra chorosa. Aí vou ouvindo, divagando e lembrando de uma garota que conheci quando entrei para a faculdade de jornalismo.

Ela usava uns óculos tipo John Lennon. Era fã notória fã dos Beatles (de broche, camiseta e tal). A cada 8 de dezembro, aniversário de morte de Lennon, ela ia para a aula de branco, numa espécie de luto ao contrário. Passamos a fazer parte da mesma turma. Música era uma paixão comum. Ela não se interessava somente por Beatles. Gravava umas fitas cassete que tinham de tudo um pouco. Até me emprestou uma coletânea de Barbra Streisand (que tinha os tema de Os olhos de Laura Mars e Nasce uma estrela) e quando fui devolver ela disse que não queria mais. Eu fiquei com o disco e dei, em troca, um do Yes, escolhido por ela, acho que Fragile. Ouvíamos também os mineiros do Clube Esquina, a trilha de Midnight cowboy (uma das fitas tinha Everybody's talking).
Minha amiga também me emprestou e, se não me falha a memória, acabou me dando um vinil do George Harrison, Thirty three & 1/3. E me contava histórias de bastidores (tipo uma que Harrison e Eric Clapton eram apaixonados pela mesma mulher... E lá ia eu atrás de conhecer a música de Eric Clapton...). Foi a primeira vez que ouvi mais atentamente o trabalho solo do autor de Here comes the sun. E foi ali que ficou decidido: George Harrison seria meu beatle preferido.

Aí eu vim para Brasília, a minha amiga ficou em João Pessoa. Voltei para João Pessoa, ela tinha ido embora para São Paulo. Tomei mais uma vez o rumo do Planalto, ela voltou para João Pessoa. Mas, felizmente, nunca perdemos o contato. E ela, que se chama Olga, ainda hoje é extremamente generosa quando se trata de partilhar sua paixão por música... E suas risadas. Como rimos quando nos encontramos! A vez mais recente foi em janeiro, quando pegamos a estrada para Alagoa Grande, no interior da Paraíba, para conhecer o memorial de Jackson do Pandeiro (foi lá que ele nasceu).

Mas enfim, toda essa história me vem enquanto ouço Let it roll e penso quão maravilhoso é George Harrison e quão maravilhosa é a música -- que, assim como a verdadeira amizade, tem uma incrível capacidade de transcender distâncias entre passado, presente, futuro. Tanto que hoje “não é Natal, nem ano bom” (como diria Gilberto Gil) nem aniversário da Olga, mas me deu uma enorme vontade de expressar meu encantamento pelo tempo, pela música, por Olga e pelo amor de amigo (que não se importa de misturar Barbra Streisand, Yes, Clube da Esquina e Harry Nilsson). É efeito da música de George Harrison, dessa certa melancolia nas canções dele, na voz, a guitarra chorosa...

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

GASTRONOMIX // A esquina do café


O que era bom ficou melhor ainda. Quando a cafeteria Grenat se instalou na 201/202 Sul comemorei. Café bem tirado é um prazer inigualável. Não gosto de desperdiçar meu paladar com café aguado, sem a devida espuma espessa da borda. E no Grenat, você escolhe a intensidade e o grão que seu café será feito.

A casa mudou de lado. Continua na 201/202 Sul, mas, desde dezembro de 2010, ocupa a esquina da quadra. E quem disse que Brasília não tem esquina. Tem a Esquina do Café.

O Grenat está maior e mais aconchegante. Ganhou uma loja dupla, dois andares, novas cores na parede e um lustre interessante feito com xícaras de café e lâmpadas que parecem velas. Até os quadros, de gosto artístico duvidoso, se encaixaram bem no projeto, com figuras de café e fazendas.

O cardápio ampliou. O café pode ser acompanhado por lanchinhos, sanduíches e por boas sobremesas como o Pudim de Café (R$ 6,00) ou por um bolo de cenoura com cobertura de chocolate (R$ 5,00). Há também bons drinks à base de cafés e outras sobremesas, como cheesecake e os saborosos chocolates da Cacauá.


Numa prateleira, o sonho de consumo dos apreciadores de café: uma grande variedade de grãos, de diversas partes do mundo e das melhores fazendas do Brasil. A loja ainda vende alguns produtos à base de café e também utensílios para a degustação do mesmo. Honestamente, acho estes caros.

Mas o forte do Grenat é a qualidade do produto servido. Isso é fato.
É a melhor cafeteria de Brasília.

Café Grenat
202 Sul bloco A loja 4
Telefone: (61) 3322 0061

Site: http://www.grenatcafes.com.br/

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

EU RECOMENDO // Comida picante em São Paulo


Por Jether Garotti Júnior (*)
Convidado especial do Gastronomix

“Bom minha dica é o bom e bacana de sempre Restaurante Mestiço, super legal, comidas super legais, como o Himalaya (curry indiano de peixe, robalo, com ervilhas e Shimeji) ou o Paulista (bife de chorizo grelhado com palmito pupunha a parmegiana acompahando arroz, fritas ou saladinha)".

Mestiço
Rua Fernando de Albuquerque, 277
Consolação - SP
Telefone: (11) 3256 3165
Site:
http://www.mestico.com.br/

(*) Jether Garotti Júnior é pianista, tecladista, clarinetista, vocalista, soundesign, maestro arranjador, diretor, musical, produtor musical e compositor de trilhas sonoras, formado em clarinete erudito (bacharel) pela ECA/USP (São Paulo) e em pós graduação (mestrado) em música popular brasileira pela UNICAMP (Campinas). Conheça um pouco de sua carreira no site:
www.jethergarottijunior.com.br.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

DRINK_ME // Uma combinação perfeita


Por Juliana Raimo

O que mais gosto de fazer na hora de comer em um restaurante é sentar entre amigos, pedir algumas bebidinhas e petiscos para acompanhar. Não necessariamente precisamos “jantar” toda vez que saímos. Assim, o programa dura mais tempo e o bate papo também.

Um restaurante/bar que tem esta proposta (entre outras coisas) é o Bar Ministro 1153, em São Paulo. Já passei por lá diversas vezes e não me canso de pedir os drinks com as incríveis “piadinas”. Ótima opção para qualquer momento do dia.

Em sua última viagem à Itália, Juscelino Pereira, um dos sócios e apaixonado pela gastronomia e cultura do país, garimpou receitas e drinques de bares de diversas regiões, que agora estréiam no cardápio do Ministro. Seguem as sugestões:

DRINKS

- Negroni (R$20), tradicional (Campari, Martini rosso e Gin);
- Negroni Sbagliato (R$22), versão que combina Campari, Martini rosso e espumante;

- Rossini (R$20), um coquetel que leva morangos e espumante;


- Bellini (R$20), que não pode faltar;

- Aperol spritz (R$ 16 ), drinque hit dos bares italianos preparado a base de Aperol, espumante e água com gás.

PETISCOS
As Piadinas são uma espécie de sanduíche típico da região da Romagna feito com farinha de trigo, sal, azeite e água, depois a massa bem fininha é grelhada e recebe recheios variados. No Ministro a Piadina aparece em quatro versões:

- Caserta (R$ 16) recheada de mussarela, rúcula, tomate e pesto
- Valtelina (R$ 23 – foto à direita) preparada com bresaola, mussarela de búfala e tomate seco
- Quattro formaggio (R$ 19), de quatro queijos e mel

- Parma (R$ 22), recheada com presunto cru, queijo stracchino e rúcula

Se jogue nesta combinação gastronômica!

Ministro 1153
Al. Ministro Rocha Azevedo, 1153

Jardins - São Paulo (SP)
Tel: + 55 11 3064-1153
www.ministro1153.com.br

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

AO PÉ DO OUVIDO // Esperanza no circo do Grammy

Por Rosualdo Rodrigues

Coisa esquizofrênica esse tal de Grammy. A ponto de colocar concorrendo numa mesma categoria (a de artista revelação) o malinha do Justin Bieber e a jazzista Esperanza Spalding. Mas Spalding nem deveria ser considerada revelação pelos organizadores do prêmio, afinal, apesar de ter apenas 25 anos, já gravou três discos, o primeiro em 2006. Revelação mesmo ela foi para os fãs de Bieber, que editaram a biografia da vencedora na Wikipédia, xingando-a de “retardada” e dizendo que ela “deveria morrer”. Um chegou a dizer que Spalding “não chega nem ao tênis Nike que Bieber usa para ir ao shopping na Califórnia”.

Coisa de criança malcriada e birrenta, só pode ser. Não tem como comparar a música sofisticada dela com o pop chiclete do loirinho de cabelo lambido. Basta conferir Chamber music society, o disco mais recente da violoncelista e cantora norte-americana, que acaba de sair no Brasil. É um disco de jazz atípico, porque é tão rico em nuances que segue em diferentes direções. A voz e o contrabaixo de Speranza Spalding ficam em primeiro plano quase o tempo todo, como mestres de cerimônia para os demais instrumentos.

E os conduzem em composições labirínticas. As versões dela para Wild is the wind (conhecida na voz de Johnny Mathis) e Inútil paisagem (de Tom Jobim), por exemplo, deixam as músicas quase irreconhecíveis. Não é, portanto, um disco de fácil assimilação para ouvidos acostumados ao rame-rame radiofônico. Por isso não dá para exigir dos fãs de Justin Bieber que entendam que Esperanza -- que já tocou com feras do jazz e é a mais jovem professora do Berklee College Of Music, em Boston -- merece esse e qualquer prêmio mais que o ídolo teen.

Aliás, não dá para exigir deles nem de ninguém que compreendam que mesmo em um prêmio como o Grammy, que é muito mais um circo armado para a indústria fonográfica vender seu peixe, alguma coisa eventualmente pode fazer sentido.

Em tempo: tem um vídeo legal da artista no
YouTube

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

GASTRONOMIX // Arroz de tender com ervilhas


Não sou fã de Natal. Mas de tender, não abro mão. Natal sem tender não dá. E, como nas gôndolas de supermercado, o presuntinho só aparece nessa época, aproveito para fazer “estoque” de bolinhas em casa. Já pensando em prolongar meu Natal.

Assim, tive uma idéia de fazer um arroz de tender. Não é que deu certo. Ao invés de cozinhar o arroz na água, fiz um mix de suco de laranja,vinho branco e água para incrementar o sabor. Com o tender temperadinho, a combinação funcionou. As ervilhas entraram para colorir o prato e amaciar o paladar. Animou? Então, vamos para a cozinha.

Arroz de tender com ervilhas e batatas com alecrim

Ingredientes (4 pessoas)
- 1 copo e meio médio (400 ml) de arroz
- ½ cebola picada bem pequena
- ½ copo médio de vinho branco
- ½ copo médio de suco de laranja
- azeite, sal, pimenta a gosto
- 8 batatas pequenas
- alecrim
- 1 lata de ervilha

Preparo

- Numa panela quente, coloque azeite e doure as cebolas. Tempere-as com sal e pimenta. Mexa bem e coloque o arroz já lavado. Misture para ele pegar o tempero.

- Na sequência, coloque o vinho branco, o suco de laranja. Mexa um pouco. Acrescente 2 copos médios de água. A proporção para o líquido que cozinha o grão é sempre o dobro do que você colocou de arroz.

- O tender já havia sido temperado também com vinho branco, suco de laranja, mel e cravos. Foi picado em quadradinhos.

- Quando a água do arroz secar, misture o tender pronto e mexa um pouco. Acrescente as ervilhas e sirva com um fio de azeite.

- As batatas, cortadas ao meio, foram cozinhas em água e sal e depois foram ao formo a 180C por 20 minutos com alecrim, sal e azeite.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

EU RECOMENDO // O bom dilema em SP


Por Gilberto Scofield (*)
Convidado especial do Gastronomix

"Imagino que uma das tarefas jornalísticas mais difíceis e delicadas de se realizar em São Paulo seja a da crítica gastronômica, por incrível que pareça. Porque são tantos e variados os talentos, tantos e variados os sabores que a missão de avaliá-los com clareza e isenção é um eterno dilema. Este ou aquele restaurante, menu, ambiente, frequência, preços, conveniência precisam ser experimentados, testados e enquadrados em relação a que, exatamente? Às suas expectativas? À sua fome? Á seu desejo de prazer gastronômico? De encontrar gente interessante? À concorrência?

O que eu posso dizer é: ainda bem que não sou crítico gastronômico em São Paulo, cidade querida que bateu de longe, em termos de opções de cozinha, três outras cidades queridas onde morei nos últimos dez anos: Rio, Pequim e Washington (ok, ok, talvez no quesito comida asiática, Pequim ofereça opções mais incomuns, como comida cambodjana).

Mas como eu sou um sujeito absolutamente comum, listo aqui restaurantes que, na minha opinião, oferecem a melhor conjugação comida-preço-ambiente-localização-frequência para minhas expectativas e gosto.

MERCEARIA DO CONDE

Adoro a cozinha, hmmmm...., brasileira-globalizada "assanhada" do local, onde se pode comprar a arte pendurada nas paredes da casa. O ambiente é aconchegante, relaxado e a caipirinha de lima e limão com palmeirinha colorida de plástico, um ótimo relaxante. Sou particularmente fã do nhoque de mandioquinha ao molho de tomate em cestinha de parmesão (R$ 44)

Rua Joaquim Antunes, 217
Pinheiros – São Paulo
Tel: (11) 3068 8784

CAPIM SANTO

Melhor ambiente externo para um domingão com direito a bufê (R$ 59 no sábado) de tudo na vida, mas tudo preparado com um capricho e sabores incríveis. Cozinha contemporânea com um toque brasileiro.

Al. Ministro Rocha Azevedo. 471
Jardins – São Paulo
Tel: (11) 3068 8486

LA MAR

É uma cevicheria peruana incrível com (obviamente) o melhor ceviche que eu já provei na vida. O saltado criollo (pescado e mariscos salteados no wok, com tomates, cebola, pimenta e molho de shoyu) é de comer chorando.

Rua Tabapoã, 1410
Itaim – São Paulo
Tel: (11) 3073 1213

ITIGO

Não chega a ser um restaurante. É na verdade um bar de saquê, com um menu desgutação da bebida que vem acompanhados dos mais deliciosos petiscos de boteco japonês (se é que isso existe). Não achei igual nem na Liberdade e o melhor de tudo é que fica do lado da minha casa".

Alameda Lorena, 871
Jardins – São Paulo
Tel: (11) 3062 7875

(*) Gilberto Scofield é jornalista e trabalha no jornal O Globo. Já foi correspondente do jornal em Pequim (na China) e em Washington (EUA), de onde também escrevia blogs. É autor do livro “Um Brasileiro na China”.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

ABOBRINHAS // O vermelho da carne


Luciano MilhomemColunista de Alimentação Natural do Gastronomix

Acaba de sair em português o livro “Eating Animals” (Comer Animais), do escritor norte-americano Jonathan Safran Foer. Nos Estados Unidos, dividiu opiniões quando chegou às prateleiras no final de 2009. Jornais de peso, como The New York Times e The Washington Post, reconheceram os méritos de Foer, mas foram ácidos em suas críticas ao escritor e seus argumentos a favor do vegetarianismo. O Los Angeles Times adotou linha mais condescendente. O simples fato, porém, de ter merecido resenha dos maiores jornais e revistas norte-americanos já indica a importância do livro e, principalmente, do autor. Parece que, de alguma forma, ele incomoda. Por quê? Assista a este video.

Ainda não li todo o livro de Foer, apenas trechos e as principais matérias jornalísticas e resenhas sobre ele. Isso bastou para eu pegar o “espírito da coisa”. Foer investiga a produção de alimentos em seu país com a mesma coragem e irreverência com que o cineasta Michael Moore vasculha os bastidores do comércio de armas em “Bowling for Columbine” (Tiros em Columbine).
Trata-se, portanto, de um livro-reportagem, com direito a entrevistas, estatísticas e relatos de visitas in loco. Tudo, claro, em defesa dos direitos dos animais, entre eles uma morte livre de crueldade.

Foer retrata a realidade dos Estados Unidos, mas deve haver pouca diferença dela em relação ao Brasil. São dois países com elevado consumo de carne, especialmente a vermelha. Se os brasileiros adoram um churrasco, os norte-americanos têm no barbecue um de seus pratos típicos. Lá, como aqui, já foram ao ar programas de TV sobre abatedouros, granjas e criadores de peixe para consumo em massa. Assim, Foer não conta nenhuma novidade digna de escândalo. O que chamou tanta atenção para Comer Animais foi o fato de Foer, um escritor respeitado como autor de obras de ficção (este é seu primeiro livro não-ficcional) emprestar seu prestígio a tema tão controverso.

Como se sabe, a alimentação está longe de ser apenas uma prática cotidiana destinada a saciar a fome. Ela integra a cultura. Pode mesmo ser parcialmente responsável pela identidade de uma pessoa ou de toda uma população. A comida e, por extensão, a culinária estão repletas de simbologias, e o ato de comer pode ter muito de ritualístico. Portanto, criticar uma dieta pode gerar atritos inimagináveis. É quase ofensa pessoal. Para alguns, é mesmo. Não deveria, mas chega a ser assim.

Já observei que, ao revelar em público não comer carnes, provoco mal-estar em algumas pessoas. É como se eu despertasse nelas uma culpa inconsciente. Não sou psicólogo. Não posso ir muito fundo nesse ponto de vista. Mas conheço quem afirme sentir pena dos animais e dizer levá-los à mesa apenas porque não consegue (ainda) viver sem carne.

Obviamente, por trás dessa culpa por matar animais para comê-los reside toda uma questão ética, e Foer toca nessa tecla – até por ter formação em Filosofia. Para ele e expressiva parcela de vegetarianos, pouco importa se o homem está no topo da cadeia alimentar e come animais por necessidade ou se bichos também devoram bichos (às vezes, de maneira tão ou mais cruel que aquelas dos abatedouros).

Também dão de ombros para o fato de que é impossível a um ser humano sobreviver sem matar – nem os veganos têm pleno êxito nisso. O que mais pesa na argumentação ética, para eles, é a consciência de que animais podem sofrer e, por isso, não merecem viver em cativeiro e morrer de maneira cruel. Na tentativa de ser pragmático, Foer defende, então, uma morte “digna”, sem crueldade para os bichos. Como fazer isso e, ao mesmo tempo, suprir uma demanda de bilhões de consumidores é outra história...

Para esquentar mais o debate, Foer ataca outra casa de marimbondos: a indústria e o comércio de carnes dos EUA. Ou seja, além de cutucar os carnívoros, ainda atiça a ira dos capitalistas, outra maioria em sua terra natal. Consta que só os Estados Unidos abatem mais de dez bilhões de espécimes por ano apenas para alimentação. Não me admira, portanto, que Foer tenha gerado tanta celeuma no país do hambúrguer. Fossem os tempos da Guerra Fria, e o escritor estaria entre os suspeitos de colaborar com os soviéticos. Seria um “vermelho”. Logo ele, um “verde” que adotou o vegetarianismo de vez após concluir a pesquisa para o livro.

Ao longo da vida, Foer oscilou entre os prazeres das carnes e uma dieta mais à base de vegetais. Com o nascimento do primeiro filho, e disposto a dar-lhe alimentação correta, Foer iniciou sua investigação sobre as tradicionais fontes de proteína. O resultado está em Comer Animais que, se gerou críticas e polêmicas, não foi motivo de nenhum pedido de reparação, até onde sei. O que está lá parece ser mesmo verdade.

Além disso, também atraiu simpatizantes, como a atriz Natalie Portman, convertida ao vegetarianismo graças ao livro. “Eating Animals mudou a maneira de eu escolher o que comer. Depois que o li, dei-o de presente a todo mundo que eu gosto. O livro me fez lembrar que o que escolhemos para comer não apenas nos define fisicamente, mas também nossa humanidade.”

Aos leitores brasileiros, carnívoros ou não, só me resta lhes desejar uma boa leitura como prato principal e um elevado debate como sobremesa. Cada um sabe de si. Bon appétit!
Clique aqui e veja uma entrevista do autor sobre o livro.
Comer Animais – Jonathan Safran Foer, Ed. Rocco, 320 páginas, R$ 41,50 (preço médio).
Eating Animals – Jonathan Safran Foer, Back Bay Books, 341 páginas, R$ 18,00 (preço médio), edição paperback. Já disponíveis em português e inglês nas livrarias Cultura.

(*) Luciano Milhomem é jornalista, mestre em Comunicação pela UnB, bacharel em Filosofia e não ingere carne de bípedes e quadrúpedes há 3 anos.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

DRINK_ME // Prepare-se para o Bafta Awards


Por Juliana Raimo

Neste período do ano acontecem os principais festivais de premiação do cinema mundial. Para os britânicos, o evento se chama Bafta Awards e acontece neste domingo dia 13 de fevereiro.

A marca de vodka Grey Goose, junto ao seu embaixador Dimi Lezinska, criaram coquetéis exclusivos para este evento começando pelo Drink Le Masque que abre o festival. Depois, os homenageados são os filmes: O Discurso do Rei (The King’s Speech), a Origem (Inception) e a Rede Social (The Social Network).

Os drinks serão servidos na festa pós-entrega, que acontece no Grey Goose Soho House Club. Se você não estiver em Londres e não foi convidado para o evento, não deixe de preparar o seu em casa mesmo acompanhando a premiação. Confira a receita de alguns drinks:

1 – Grey Goose Le Masque (Drink oficial da festa)

Ingredientes
30 ml de Grey Goose
15 ml de Martini Gold
35 ml de suco de maçã Golden Delicious
5 ml de licor de flor de sabugueiro
4 gotas de Gin seco LONDON

Preparo
Misture todos os ingredientes em coqueteleira cheia de gelo. Agite e despeje em um copo de coquetel com aro dourado. Finalize com raspas de toranja branca.

2 - Filme: O Discurso do Rei

Segundo GG, inspirado no reinado de George VI em meados do século 20, o drink é sutil como o clássico martini cocktail Vesper

Ingredientes
35 ml de Grey Goose Vodka
15 ml de gin Bombay Sapphire
15 ml Noilly Prat Ambré
Um pouco de bitter de laranja
Um toque de limão

Preparo
Misture todos os ingredientes em um copo com gelo e agite a mistura. Passe o coquetel para um copo de Martini. Para finalizar, esprema um pouco de limão e enfeite com uma cereja no fundo do copo.

3 - Filme: A Rede Social

Segundo GG, esse drink é perfeito para a celebração. É um coquetel efervescente e elegante, inspirado no império social que é tratado nesse filme.

Ingredientes
25 ml de Grey Goose Vodka
15 ml de Elderflower Cordial
15 ml de um refrescante limão espremido
Água com Gás

Preparo
Coloque todos os ingredientes em uma coqueteleira com gelo. Agite bastante e coloque a mistura em uma taça de champanhe.

4 - Filme: A Origem

Segundo GG, criado para esse premiado filme, o drink torna o sonho em realidade para qualquer cineasta, misturando a doçura do citrus com o toque do Absinto.

Ingredientes
50 ml de Grey Goose de Pêra
25 ml de purê feito com o talo de Ruibarbo
20 ml de chá verde
10 ml de xarope de gomme
2 doses de Absinto

Preparo
Misture todos os ingredientes em uma coqueteleira com gelo e agite. Passe o drink para um copo de whisky com gelo. Para finalizar, decore o copo com fatias finas e pequenas de pêra.

Site: http://www.bafta.org/awards/