segunda-feira, 15 de abril de 2013

EU RECOMENDO // 12 estrelas italianas


Erika Klingl (*)
Convidada especial do Gastronomix

“Sempre gostei de comer. Mas desde que tomei coragem de realizar o sonho de investir na arte de cozinhar (mesmo que de forma amadora), passei as buscar experiências gastronômicas em cada esquina.


Sem querer desmerecer Brasília, fica mais fácil fazer isso nas esquinas de Roma, Florença, 
NY, San Francisco...


Depois de um tempo, descobri que não estou sozinha nessa minha paixão. Existem pessoas muito mais focadas e endinheiradas que fazem do turismo em restaurantes estrelados pelo mundo uma forma de vida. Tem até um britânico chamado Andy Hayler (foto abaixo), de 50 anos, que já comeu em todos os restaurantes três estrelas Michelin do mundo nos anos de 2004, 2008 e em 2010. Todos mesmo, até mesmo os localizados bem longe da Inglaterra como os da China e do Japão. 
Bem, estou muito longe disso. Mas já tive minha experiência em alguns estrelados. E a primeira coisa que posso dizer é: vale a pena mesmo. Para quem gosta de comer, é uma experiência para lá de memorável e está nos meus álbuns de viagens com a mesma importância que os museus que visitei.


Jantar no Daniel em NY (do chef Daniel Boulud) se iguala, para mim, a experiência de ter visto a série de latas de sopa Campbell, produzida por Andy Wahrol em 1962, que está exposta também em Nova York. (Olha eu falando de comida até na hora de citar uma obra de arte...)

O meu primeiro contato com restaurantes estrelados aconteceu em julho de 2011. Depois de meses de economia (já pensando nesse projeto) e planejamento para garantir as reservas nos restaurantes, fiz uma viagem de 15 dias à Itália e, ao fim das duas semanas, eu e meu marido acumulamos 12 estrelas em diferentes casas.
E isso virou uma espécie de vício. É só ter uma viagem em vista que começo a economizar e, ao mesmo tempo, parto para o site da Michelin ou para o ranking da The Restaurant para ver quais são os chefs mais inventivos e mais bem falados. Em Nova Iorque, ano passado, aproveitei mais uma vez a chance de comer em grandes restaurantes, seguindo os conselhos do coordenador de gastronomia do Iesb, Sebastian Parasole. Dia desses, posso escrever sobre cada um deles aqui.

O lado bom é óbvio. Não há dúvidas da qualidade da comida e do atendimento. Em compensação, o valor da conta é sempre muito mais alto só por ter pregado na parede o quadro da Michelin. Aí você me pergunta, vale a pena?



É claro que come-se muito bem em um restaurante estrelado. Mas o brilhantismo do chef não depende apenas da(s) estrelinha(s). Por isso, eu recomendo que quem tiver partindo para uma viagem tipo pé na jaca que busque diferentes fontes de informação para decidir onde vai.
Parece tiramissu, mas não é. E sim, uma espécie de escondidinho de bacalhau

Vou dar um exemplo. Em Roma, fomos a um restaurante chamado All’Oro que tinha recém-recebido uma estrela Michelin. Foi o melhor jantar de toda a minha vida até hoje. 
Raviole invertido:o molho de frutos do mar está dentro e do lado de fora,
os lagostins que serviriam de recheio 

Polpeta que é, na verdade, um ragu de costela cozido por 8 horas
mas que o chef serve em forma de almôndega


Uma semana depois, visitamos outros dois estrelados. A Enoteca Pinchori (em Florença) e o Met (em Veneza - foto abaixo), com 3 e 2 estrelas, respectivamente. A comida estava divina, mas a conta foi o triplo do preço e a experiência não foi diferente quando se avalia apenas o sabor. É claro que esses dois lugares eram mais charmosos. Até mesmo pelas cidades onde estão instalados. 


Mas se eu tivesse que escolher um restaurante para voltar, seria o All’Oro. Para se ter uma ideia, tinha um raviole que era servido de forma invertida. Ou seja, o recheio estava fora e o molho dentro da trouxinha. Na hora de morder, o suco de frutos do mar explodia na boca. Nunca consegui fazer aqui em casa. Já tentei com Agar-ágar e congelando o recheio antes de cozinhar...

Depois da nossa viagem lá, já recomendei o restaurante para diferentes amigos com passagens por Roma. E a sensação foi a mesma. Para deixar todo mundo com água na boca, vou colocar umas fotos... E eu, já vou começar a guardar dinheiro para a próxima!”

All’Oro
Via del Vantaggio, 14
Roma - Itália
T. +39.06.97.99.69.07 - +39.393.94.48.26
http://www.ristorantealloro.it/

Enoteca Pinchori
Via Ghibellina 87
Florença - Itália
Tel.+39.055.242757 / +39.055.242777
http://www.enotecapinchiorri.it/

Met
Riva degli Schiavoni, 4149
V
eneza - Itália
Tel. +39 041 524 0034

(*) Erika Klingl é formada em gastronomia pelo IESB e jornalista.

Um comentário:

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Bem, estou muito longe disso. Mas já tive minha experiência em alguns estrelados. E a primeira coisa que posso dizer é: vale a pena mesmo. Para quem gosta de comer, é uma experiência para lá de memorável e está nos meus álbuns de viagens com a mesma importância que os museus que visitei.gold necklace canada , gold necklace australia ,