Colunista de Café do Gastronomix
Já que este é o debate em evidência entre os mais e os mais ou menos
letrados, vamos engrossar o caldo.
Roberto Carlos e companhia que nos desculpem, mas biografia autorizada
é o mesmo que sundae sem cobertura, fevereiro sem carnaval ou
sobremesa sem café.
Aliás, o coitado do café já foi muito mais falado do que qualquer um
dos representados por Paula Lavigne e está aí, mais popular do que nunca. O rol
de acusações é amplo: arritmia cardíaca, gastrite, úlcera, AVC, síndrome do
pânico e até câncer.
Grande parte dos médicos e especialistas já o absolveram, mas em muito
consultório por aí ele ainda figura na lista dos fichas-suja, como cigarro,
álcool em excesso e drogas em geral. Porém, já falamos aqui dos benefícios da
bebida e não cabe ser repetitivo.
O fruto, originário da Etiópia (que, na época se chamava Abissínia),
foi descoberto há pelo menos 1300 anos. Entre as várias lendas que contam o
surgimento, a mais saborosa versa que um jovem pastor observou que suas cabras
corriam e pulavam euforicamente depois de consumir frutos vermelhos de alguns
arbustos. Ali estava algo realmente diferente do comum...
A partir do método da tentativa e erro chegou-se à cadeia de produção
que temos hoje: cultivo, colheita, seleção, secagem, torra, moenda, infusão e,
finalmente, xícara. Segundo Hugo Wolff, produtor de quem já falamos aqui, café
é ciência e artesanato. Mas é mais.
Economia? O fruto foi um dos produtos mais importantes para o
desenvolvimento do nosso país, considerado ainda hoje um dos maiores e melhores
produtores do mundo.
História? Barões do café, política do Café com Leite, ciclo do café,
etc. Basta ir ao livros - que, aliás, não são autorizados pelas figuras
retratadas - para se concluir que somos o país do café, sim senhor. Talvez não
da cafeína, porque isso é com os americanos e seus baldes de água suja (perdão,
não resisto).
Esporte? Tem também! Os ramos do indefectível Café do Brasil já
estamparam até o uniforme da seleção de futebol, que dizem por aí ser a paixão
do brasileiro. Depois do café, é claro...
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