Morreu Emilio Santiago. E dizer que era uma das melhores vozes da música brasileira não é exagero justificado pelo fato de ele ter partido. Para muitos, Emilio ficou conhecido como o cantor das "Aquarelas brasileiras" -- entre o fim dos anos 80 e durante a década de 90, foram sete volumes de discos em que ele interpretava músicas populares, clássicos da MPB e outras não tão conhecidas mas não inéditas.
O cantor ficou por muito tempo preso à fórmula que garantiu seu sucesso. Mas deixou uma discografia de cerca de 30 títulos, que nem sempre ganharam a visibilidade merecida, ou seja, a visibilidade das Aquarelas brasileiras... Para homenagear Emilio Santiago, escolhemos destacar aqui um desses discos para sintetizar seu talento: Feito para ouvir é, sem dúvida, a obra prima desse cantor.
E, curiosamente, não foi obra de um intérprete afiado pelos anos de estrada. Feito para ouvir foi gravado em 1977, é o terceiro disco de carreira de Emilio, e traz interpretações impecáveis, à altura da esmerada produção que o cercou, com belíssimos arranjos de base de Laércio de Freitas e seleção de repertório de Roberto Menescal e Roberto Santanna, também produtor geral. Entre as canções, Beijo partido (Toninho Horta), Mentiras (João Donato e Lysias Ênio), Rua deserta (Caymmi, Hugo Lima e Carlos Guinle), Tristeza de nós dois (Durval Ferreira, Bebeto e Maurício Einhorn), em versões cada uma melhor que a outra.
R.I.P. Emilio.
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