quarta-feira, 24 de outubro de 2012

AO PÉ DO OUVIDO// Acorrentados ao passado

O Pet Shop Boys é vítima do próprio sucesso. A dupla inglesa emplacou tantos hits poderosos nos primeiros anos de carreira que a partir de certa altura não conseguiu fazer nada mais do que copiar a si mesmo — isso nos melhores momentos, porque nas últimas duas décadas o duo construiu uma discografia na maior parte de pouco ou nenhum relevo.

Elysium, o disco lançado recentemente, não escapa a essa sina. A audição pode ser agradável para os fãs de primeira hora, mas está propensa a deixá-los com vontade de tirar do baú os discos antigos e reviver os bons tempos Neil Tennant e Sean Lowe. Não é nem questão de ser bom ou ruim, simplesmente não vai além de mais do mesmo. Por outro lado, Elysium carece de apelo para arregimentar novos admiradores, já que o PSP parece usar novos recursos tecnológicos para fazer uma música eletrônica à antiga.
Curiosamente, a dupla tem feito melhor quando se empenha em trabalhos atípicos, a exemplo da trilha para o balé The most incredible thing, lançada em disco no ano passado, ou mesmo na produção de remixes, como o de Eh, Eh (Nothing else I can say), que dá um incrível up grade no insosso original de Lady Gaga. Experiências como essas dão esperança de que a qualquer hora Tennant e Lowe apareçam aí com algo capaz de nos fazer esquecer, por um momento, canções deliciosamente cínicas, como Oportunities (Let’ make lots of money) (“eu tenho o cérebro, você tem o visual, vamos fazer muito dinheiro”) e Rent (“eu amo você, você paga meu aluguel”).

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