quarta-feira, 22 de agosto de 2012

AO PÉ DO OUVIDO// Cantoras e mais cantoras



Por Rosualdo Rodrigues

A já marcante presença feminina na música brasileira é reforçada com uma enxurrada de lançamentos de cantoras — estreantes, no segundo ou, no máximo, no terceiro disco. E o mais interessantes é que elas vêm de diferentes regiões do Brasil. Um dos mais interessantes é o da carioca Thais Macedo (a moça na foto acima), uma jovem e promissora cantora de sambas.

O dengo que a nega tem, de Thais Macedo
Nomes de referência no samba, como Moacyr Luz, Nei Lopes e Roque Ferreira encontram uma segura intérprete de suas obras na cantora fluminense. Acompanhando desde criança serestas e rodas de samna em Conceição de Macabu, no Rio de Janeiro, Thais mostra, neste ótimo disco de estreia,  tudo que aprendeu.

Álbum desconhecido, de Juliana Perdigão
Instrumentista e cantora, a mineira Juliana Perdigão integrou grupos de pop, choro, punk e surf music. Tantas experiências garantiram a ela uma desenvoltura que garante a qualidade deste disco de estreia, vitrine também para um grupo de jovens compositores e músicos de sua geração. 
                                                          


Liz Rosa, de Liz Rosa

A exemplo de Roberta Sá, Liz Rosa é uma potiguar apaixonada por samba. E os sambas são mesmo o melhor do primeiro disco da cantora, sejam do veterano Paulo César Pinheiro ou da novata Khrystal (conterrânea de Liz). O Nordeste é representado por uma curiosa e lentíssima versão do forró Tareco e mariola (Petrúcio Amorim).

Sorte, de Patricia Talem 
Depois de gravar dois discos nos EUA, a gaúcha Patrícia Talem apresenta o primeiro trabalho produzido no Brasil. Sorte é também o primeiro dela com levada mais pop e totalmente de músicas autorais. É bom ver uma artista testando outros caminhos, ainda que o repertório soe repetitivo.


Lágrimas e rimas, de Anna Bello
 Feliz encontro entre intérprete e repertório. Anna Bello tem na voz a brejeirice que o choro pede a quem o canta. Em CD todo voltado ao gênero, a carioca dá graça própria a criações clássicas, como Cachorro vira-lata (Alberto Ribeiro) e apresenta novidades, caso de O bravo e a formosa (Edu Krieger).

Pra dizer sim, de Antonia Adnet
 A carioca Antonia Adnet segue a linha musical que tem em Tom Jobim o grande mestre, aquela que transita entre um lirismo brasileiro, o samba, a bossa e o jazz. Seu segundo disco é impecável, mas conservador. Carece de um pouco de atrevimento para criar marca própria.

Nenhum comentário: