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The absence, o novo disco de Melody Gardot, chama a atenção, primeiro, pela capa em que uma loura (a própria cantora?) aparece seminua, em pose lânguida. Depois, quando começa a ser ouvido, pela forte influência da música brasileira e africana. De imediato, soa estranho para quem se acostumou à voz de Melody deslizando macio por canções intimistas em discos anteriores.
A produção do guitarrista Heitor Pereira (que já tocou com Ivan Lins e Simply Red, entre outros) explica em boa parte algumas escolhas do álbum. Mira, a primeira faixa, tem um arranjo de cordas que remete a Tom Jobim e um violão meio percussivo, ao modo de Baden Powell. Amalia, a segunda, é bem afro, lembra as incursões de Paul Simon pela música daquele continente....
Esse é o problema de The absence, tudo lembra alguma coisa. Não por acaso. O produtor e arranjador (que tem experiência na área do samba jazz) parece trabalhar em cima de clichês do que é a música brasileira para o público estrangeiro. Sendo assim, claro, não podia faltar bossa nova: Lisboa exalta, em clima bem carioca, a capital portuguesa, a Alfama, o fado... (o que é, no mínimo, curioso).
Mas, depois de a cantora se arriscar no português em Se você me ama (em dueto com o próprio Heitor) e antes de tudo acabar em samba pra gringo ver, numa música chamada Iemanjá, o talento natural de Melody Gardot vence a obviedade em algumas faixas, como Impossible love, cantada em inglês e francês, meio chanson meio tango; e Goodbye, uma típica canção de cabaré, em que ela aparece completamente solta, com voz rascante. A boa e velha Melody Gardot (não tão velha, a moça só tem 27 anos) também aparece em So we meet again we meet again my heartache e If I tell you I love you.
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