segunda-feira, 19 de março de 2012

EU RECOMENDO // Colômbia de mil sabores – parte 3


Por Alexandre Albanese e Otávio Soares (*)
Convidados especiais do Gastronomix

Confira as aventuras dos sócios-proprietários do Nossa Cozinha Bistrô em Bogotá. Uma série em três capítulos. Os dois próximos capítulos serão publicados no domingo (18/03) e segunda (19/03). Um relato exclusivo para o Gastronomix!

CAPÍTULO 3

“Recebemos um convite do Chef do restaurante do hotel La Mina Steak House and Lobster. Logo que chegamos, fizemos um tour por todo o hotel, acompanhado pelo anfitrião executive-chef Rafael Suárez. O restaurante La Mina é um dos restaurantes do JW Marriot dessa unidade. O que me chamou a atenção foi um tanque para lagostas que são trazidas de Maine, nos EUA, onde eram mantidas vivas. Confesso que não sou amante das lagostas dessa região. Estive neste estado em 2002 e acho que a lagosta caribenha tem melhor textura e sabor.

O restaurante surpreende pela imponência: arcos gigantes feitos de pedra com iluminação intimista e mobiliário sóbrio com toque de modernidade.

O nome foi dado em homenagem a catedral de sal em Zipaquirá (foto acima) na savana de Bogotá, a catedral foi construída no subterrâneo de uma mina de sal.

O lounge tem um bar com uma carta com 73 tipos de martinis (menção a “calle” 73 onde está localizado o hotel), a adega conta com 350 rótulos de vinho e o somellier, muito orgulhoso, nos informou que chegará a quase 500 nos próximos meses.

Olhamos o cardápio onde o forte eram as carnes e frutos do mar e ficamos impressionados pela variedade e opções. Queríamos provar o que o barman e o Chef acreditam ser o melhor da casa. Como drink nos trouxeram um martini feito com gim e vinho do porto.

A apresentação estava bem bonita, as duas cores não se misturaram na taça. Fiquei impressionado com a beleza. A parte branca de cima do drink era só o gim e a de baixo só o vinho do porto. Achamos muito forte e, na metade da taça, já estávamos falando meio embaralhado. Talvez seja um drink perfeito para os amantes de bebida forte.

Primeiro, nos mandaram um pequeno coquetel de frutas feito com alguns ingredientes e lulo, uma fruta muito comum por lá e uma das razões de querer voltar à Colômbia.

Manteiga, cesta de pães quentes. Tudo quentinho, feito por lá mesmo. Com muito orgulho, o maitre nos trouxe um prato com quatro tipos de “fleur de sel”, o que ficou a nossa disposição durante todo o jantar. Um mimo que poderia ter sido melhor aproveitado se a comida fosse elaborada, propositalmente, com menos sal. Cinco moedores com pimentas variadas também foram disponibilizados (isso eu já acho que aconteceu porque havíamos sido convidados).

Um amouse bouche trazido numa pedra cinza era composto por robalo cru como se fosse um sashimi mais grosso, molho à base de azeite, mostarda e dill foi devidamente colocado sobre o peixe, acompanhados por milho frito e guacamole. Divino!

Já entendemos nesse ponto que de restaurante de hotel eles só tinham o endereço, ou que nós que temos que rever os nossos conceitos. Surpreso com Colômbia, surpreso com o restaurante do hotel.

O próximo prato veio composto por cinco camarões salteado com alho assado, julienne de raiz de erva-doce, cebola caramelada e ao centro molho rouille de pimentão vermelho, DIVINO (meu vocabulário para expressar esse tipo de sensação é MUITO reduzido, vou usar divino várias vezes).

Uma salada com tomates à provençal, muçarela de búfala empanada sobre rúcula e redução de balsâmico foi servida para quebrar um pouco o sabor de peixe e frutos do mar (não que estivesse incomodado com isso). A crocância do empanado feito com panko contrastou com a maciez do tomate e a muçarela derretida ao centro dava o acabamento. O amargor da rúcula e o doce natural da redução do balsâmico também se entenderam muito bem nessa composição.

Next: Lombo de atum selado rapidamente, servido com molho de vinho syraz e chocolate foram a vedete. Meu deusssssssssss, que molho foi esse???? Chamei o maitre à mesa e disse que foi o molho mais saboroso e surpreendente que já provei em minha vida. Tinha uma saladinha de folhas com tomate e pesto que acompanhava, tadinha... Depois daquele molho, nada mais fez sentido na minha vida, nem a saladinha de alface. No dia seguinte, claro, estava caçando o Chef Carlos pela cozinha para roubar a receita. Estará com certeza em nosso cardápio.

Fomos também de entrecote, outra sugestão do Chef Carlos. Queria que provássemos a maciez da carne, segundo a explicação do Executive Chef do Hotel, a Colômbia está desenvolvendo um tipo de carne que está se equiparando ao Angus americano. Pude comprovar essa qualidade no que nos foi servido, extremamente macia, saborosa e suculenta.

Ainda dividimos uma sobremesa que foi um souflé gelado de chocolate branco com tuille de amêdoas que de tão finas pareciam uma hóstia, servido com coulis de frutas vermelhas. Totalmente recomendo a visita ao La Mina. Hasta la vista”!

La Mina
Calle 73 # 8-60 - Cundinamarca
Bogotá - Colômbia
Telefone: (0)1 481 6000b

(*) Chef Alexandre Albanese e Otávio Soares são sócios-proprietários do Nossa Cozinha Bistrô, em Brasília. Clique na página e conheça:
http://nossacozinhabsb.blogspot.com/.

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