quarta-feira, 2 de novembro de 2011

AO PÉ DO OUVIDO// Maryana Aydar e o Cavaleiro...

Por Rosualdo Rodrigues

De tão bom, Peixes pássaros pessoas, o segundo disco de Mariana Aydar, lançado em 2009, deixou expectativas em torno de seu sucessor. Eis que dois anos depois, a cantora paulistana aparece com Cavaleiro selvagem aqui te sigo. Não diria que tais expectativas chegam a ser frustradas, mas este não chega a ser um disco tão redondinho — sem trocadilhos — quanto aquele. Pelo menos, não é de captar o ouvinte de forma tão imediata. A propósito, transcrevo aqui o comentário que escrevi para o Correio Braziliense e que publicado há cerca de uma semana. Título: "Excesso de boas ideias".

No Brasil, boas cantoras (e músicos em geral) têm surgido na mesma proporção em que cresce a população mundial. Mariana Aydar, no entanto, sobressai nessa acirrada disputa porque, além de saber usar com precisão sua ótima voz, tem graça e expressividade espontâneas (o que dá relevo à mais simples canção) e sabe se cercar de músicos e produtores competentes e com sensibilidade para explorar e expor suas nuances de intérprete. Essa conjunção de fatores faz de Cavaleiro selvagem aqui te sigo o bom disco que é, ainda que ele não vá além do que Mariana conseguiu em Peixes pássaros pessoas. Mas isso não é pouco, considerando a excelência no álbum anterior. O problema é que Cavaleiro… sofre com o excesso de ideias, aponta em várias direções e termina por se dispersar na parte final, sem manter no ouvinte o interesse que desperta, no início, com faixas como Não foi em vão (revelando Talma de Freitas como ótima compositora), Os passionais (dos sempre eficientes Dante Ozzetti e Luiz Tatit) e Vai vadiar ( Alcino Corrêa e Monarco), numa versão que dá á música uma passionalidade de bolero que o samba disfarça em sua versão original”.

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