quarta-feira, 10 de agosto de 2011

AO PÉ DO OUVIDO// Coisa boa é boa música

Por Rosualdo Rodrigues

Eis quatro discos lançados recentemente e que merecem sua atenção:


Sing it loud, de k. d. lang and the Siss Boom Bang

Há cantores que são repetitivos e demonstram com isso comodismo. Há outros que se repetem e demonstram com isso uma intensa busca pela perfeição. k. d. lang faz parte do segundo time. Baladas pop com ecos de country dominam Sing it loud, como de hábito na carreira da cantora canadense, mas estão cada vez mais perfeitas, mais redondas, e lang as interpreta cada vez melhor. Sem contar o visível entrosamento entre ela e os músicos da Siss Boom Bang, num trabalho parecido com o que a artista fez com The Reclines no início de carreira. E, mesmo em um disco sem defeitos, a regravação de Heaven, dos Talking Heads, ainda consegue se destacar. É arrebatadora. Ouça também I confess.

Uma flor para Nelson Cavaquinho

Com
a mesma excelência dos álbuns que fez para homenagear Adoniran Barbosa e Ataulfo Alves no centenário de nascimento de cada um, o produtor Thiago Marques Luiz agora reúne vários intérpretes em torno da obra de Nelson Cavaquinho. São 20 faixas, cantadas por Leci Brandão, Zeca Baleiro, Luiz Melodia, Arnaldo Antunes e Beth Carvalho, entre outros. Mas Marques Luiz tem notável habilidade para dar unidade às diferentes colaborações e imprimir uma marca pessoal, traduzida em arranjos que, embora atuais e adequados a cada intérprete, mantêm-se fiéis à essência da canção como ela se tornou conhecida.

Meu quintal, de Ná Ozzetti

Ná Ozzetti é uma cantora singular, no timbre, no jeito de cantar, na forma como incorpora a um estilo próprio clássicos da era do rádio, o pop-rock de Rita Lee e as inventivas criações de amigos músicos, como Zé Miguel Wisnik e Luiz Tatit. Pois em Meu quintal, ela consegue se superar. Nas canções assinadas por ela em parceria com Alice Ruiz, Tatit e Arthur Nestrovski, entre outros, Ná soma ao que já se espera dela uma sonoridade surpreendente, moderna, suntuosa. Muito em parte devido à opção de trabalhar com apenas quatro entrosados músicos, como uma formação de banda. E as guitarras de Mário Manga fazem toda diferença. Lindo disco!

Moving, de Macaco

Gosta
de Mano Chao? Então vai adorar Macaco. O grupo é um projeto do cantor espanhol Dani Catalão, que, apesar de só agora estar chegando ao mercado brasileiro, sempre teve forte influência da nossa música, inclusive com a presença de brasileiros na formação. Essa coletânea é uma ótima oportunidade de se conhecer o som dançante do grupo espanhol, que incorpora ao pop elementos de música tradicional de diferentes países. Inclui participações de Marcelo D2, B-Negão & Nação Zumbi, Seu Jorge, Jorge Drexler, e Youssou N’Dour, entre outros.

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