terça-feira, 8 de setembro de 2009

GASTRONOMIX // Curiosidades gastronômicas II

A pedidos, segue um pouco mais sobre outros mistérios desvendados da gastronomia. Saber que o croissant não é francês é um choque para maioria dos habitantes desse planeta. Carla Bruni que me perdoe: a verdade dói, mas precisa ser revelada.

STROGONOFF

Prato de origem russa. Seu nome original é Strogonov. No século XVI, na Rússia, os soldados levavam sua ração de carne, cortada em nacos, em grandes barris, debaixo de uma mistura de sal grosso e aguardente para preservar. Coube a um cozinheiro do czar Pedro, o Grande, que era protegido do general Strogonov, melhorar e refinar a mistura. Com a Revolução de 1917 e a emigração dos russos brancos, a receita chegou a França, onde foi refinada, chegando a forma atual.

MOLHO BÉCHAMEL

Diz a lenda que tal alquimia foi idealizada pelo marquês Louis de Béchameil (1630-1703), um financista francês , especialista em agricultura e assessor do rei Louis XIV. Na verdade , na Itália, o molho já existia desde o século 14, uma especialidade da região de Cesena, nas imediações do mar Adriático sob o nome de Balsamella. O marquês, efetivamente, apenas utilizou a coisa antiga numa receita de frango. Provavelmente motivado pela coincidência incrível das nomenclaturas, assumiu o molho como seu.

CROISSANT
Vários autores afirmam ser o croissant originário de Budapeste. Sua forma seria uma referência à lua crescente da bandeira otomana e lembrança da vitória húngara sobre o invasor turco em 1686.

CREME DE CHANTILLY
O universo deve o creme a um doido fantástico, Fritz Carl Vatel (1635-1671). Um doido que morreu cedo, aos 36 anos de idade. Aliás, um doido que se suicidou a fim de não se desonrar. Um empregado de salão, rigorosamente suíço, Vatel provocou a atenção dos senhores da casa palacial de Chantilly e, jovem ainda, pelo seu charme e pela sua competência, ficou famoso nas cortes da França.Impossível desvendar se a preciosidade aconteceu propositadamente- ou acidentalmente. Verdade que o leite da região de Chantilly, onde Vatel se alojou aos 27 anos de vida , era mais gorduroso e , por isso mesmo, mais apropriado à bateção que o transformaria numa pasta vaporosa e densa. Melhor: depois das suas experiencias iniciais, ao resultado da sua combinação, Vatel adicionou açúcar. Maravilha . Imbatível maravilha, o creme Chantilly.

CHAMPAGNE
Surgiu em 1668, quando Dom Pérignon, abade de Hautvillers, observou que o vinho das uvas da região de Champagne desenvolvia uma fermentação secundária, produzindo pequenas bolhas e gás. Isso, até então, era considerado algo a evitar. Dom Pérignon, ao contrário, resolveu favorecer e controlar essa fermentação. Criou assim o que se chama a técnica champenoise.

Fontes usadas: "Comida e Civilização" de Carson I.A.Ritchie; Livro "De caçador a gourmet" de Ariovaldo Franco; "A cozinha Clássica" de Silvio Lancellotti.

2 comentários:

Anônimo disse...

E viva Dom Pérignon!!!

BEIjoooooooo,

Sarah

Hane disse...

O livro do Ariovaldo Franco é muito bom mesmo, né?
E você sabe a história do carpaccio?
É mega interessante!
Uma nobre chegou ao chef italiano que criou o prato(ai, não lembro o nome do chef) e disse que precisava comer carne crua por conta de uma anemia - isto na década de 80 - e na mesma época estava em cartaz uma exposição do artista renascentista Vittore Carpaccio, que usava muito a cor vermelha.
Foi juntar uma coisa à outra et voilá, carpaccio!
O crime mesmo é chamar outras coisas finas que não são vermelhas de carpaccio. Que inventem outro nome criativo e aprendam um pouco de história, não é mesmo? :)
Em tempo, a realeza russa era muito exigente, inclusive um dos maiores confeiteiros da história trabalhou para eles, Monsieur Carême.
bjos