Por Giuliana Morrone (*)
Convidada especial do Gastronomix
“Nova Iorque, definitivamente, não rima com verão. Cuiabá consegue ser mais aprazível. A cidade vira uma estufa. O calor é insuportável, úmido, até os ratos do metrô ficam incomodados.Prazeres nova-iorquinos ficam proibitivos. Quem aguenta passear no novo point da cidade, o elevado entre as ruas 14 e 34? Quem encara um New York Strip Steak, nesse forno? O New York Cheesecake derrete no balcão da confeitaria.
Para esses dias tórridos de Nova Iorque, eu recomendo um almoço no Japão. O Japão é aqui mesmo, nas ruas de Manhattan. Mas encontrar um bom restaurante japonês pode ser um grande desafio.Os famosos não são famosos à toa. A comida é excelente, mas pode ser caríssima.
O Sushi of Gari, na rua 46, é delicioso, mas é impossível comer um peixinho por menos de cem dólares, por pessoa. Há outros também caríssimos, mas que são uma enganação, com menu para "assaltar turista".
Andando pelas ruas de Tribeca, encontrei um japonês que une qualidade na cozinha, preço honesto e ar-condicionado com temperatura civilizada (os restaurantes têm a mania de deixar a temperatura abaixo de zero, para compensar o calorão. Não há quem não congele).
O japinha se chama Takahachi, fica na Duane St com a West Broadway. É um restaurante pequeno, mas com mesas bem distribuídas, nunca está lotado. E a comida, sinceramente, é tão boa quanto a de restaurantes como o NOBU, o badalado restaurante japonês, também em Tribeca. O sashimi é fresquinho, derrete na boca.
O chef oferece uma cavala, cortada milimetricamente em tirinhas, simplesmente irresistível. Sempre peço a "sugestão do dia" e nunca me arrependo: a travessa retangular branquinha, com uma infinidade de peças de sashimi; diferentes tipos de peixe, todos fresquinhos. Além do sashimi, o restaurante serve uma salada verde, vegetais grelhados, sopa missô, um espinafre al dente, temperado com shoyu e alho, é uma banquete!!!
O único probleminha é entender as garçonetes. São chinesas, coreanas, que estão aqui há anos, se esforçando para aprender inglês e fazem questão de praticar o que aprenderam, ditando um a um, todos os itens do menu. O processo leva, pelos menos uns 15 minutos.
A sensação é de estar no filme "Lost in Translation", em que o ator Bill Murray se vê perdido no Japão, tentando entender o incompreensível inglês com sotaque japonês.As garçonetes oferecem shlimp( shrimp-camarão), macklel( mackerel), tempula ( esse é fácil: tempura). Se ficar muito complicado, faça como eu: diga que prefere a última opção. Seja qual for, é sempre excelente”.
Takahachi
145 Duane St
Tribeca - Nova York (EUA)
Telefone: +1 212 571 1830
Site: www.takahachi.net
Giuliana Morrone é correspondente em Nova York da TV Globo, onde trabalha desde 1999. A jornalista cobriu as últimas eleições norte-americanas, posse do presidente Obama e pilotou, em 2009, veículo que a Nasa vai mandar para o espaço em breve. Trabalhou nas principais emissoras de TV do Brasil (SBT e Band).
Convidada especial do Gastronomix
“Nova Iorque, definitivamente, não rima com verão. Cuiabá consegue ser mais aprazível. A cidade vira uma estufa. O calor é insuportável, úmido, até os ratos do metrô ficam incomodados.Prazeres nova-iorquinos ficam proibitivos. Quem aguenta passear no novo point da cidade, o elevado entre as ruas 14 e 34? Quem encara um New York Strip Steak, nesse forno? O New York Cheesecake derrete no balcão da confeitaria.
Para esses dias tórridos de Nova Iorque, eu recomendo um almoço no Japão. O Japão é aqui mesmo, nas ruas de Manhattan. Mas encontrar um bom restaurante japonês pode ser um grande desafio.Os famosos não são famosos à toa. A comida é excelente, mas pode ser caríssima.
O Sushi of Gari, na rua 46, é delicioso, mas é impossível comer um peixinho por menos de cem dólares, por pessoa. Há outros também caríssimos, mas que são uma enganação, com menu para "assaltar turista".
Andando pelas ruas de Tribeca, encontrei um japonês que une qualidade na cozinha, preço honesto e ar-condicionado com temperatura civilizada (os restaurantes têm a mania de deixar a temperatura abaixo de zero, para compensar o calorão. Não há quem não congele).
O japinha se chama Takahachi, fica na Duane St com a West Broadway. É um restaurante pequeno, mas com mesas bem distribuídas, nunca está lotado. E a comida, sinceramente, é tão boa quanto a de restaurantes como o NOBU, o badalado restaurante japonês, também em Tribeca. O sashimi é fresquinho, derrete na boca.
O chef oferece uma cavala, cortada milimetricamente em tirinhas, simplesmente irresistível. Sempre peço a "sugestão do dia" e nunca me arrependo: a travessa retangular branquinha, com uma infinidade de peças de sashimi; diferentes tipos de peixe, todos fresquinhos. Além do sashimi, o restaurante serve uma salada verde, vegetais grelhados, sopa missô, um espinafre al dente, temperado com shoyu e alho, é uma banquete!!!
O único probleminha é entender as garçonetes. São chinesas, coreanas, que estão aqui há anos, se esforçando para aprender inglês e fazem questão de praticar o que aprenderam, ditando um a um, todos os itens do menu. O processo leva, pelos menos uns 15 minutos.
A sensação é de estar no filme "Lost in Translation", em que o ator Bill Murray se vê perdido no Japão, tentando entender o incompreensível inglês com sotaque japonês.As garçonetes oferecem shlimp( shrimp-camarão), macklel( mackerel), tempula ( esse é fácil: tempura). Se ficar muito complicado, faça como eu: diga que prefere a última opção. Seja qual for, é sempre excelente”.
Takahachi
145 Duane St
Tribeca - Nova York (EUA)
Telefone: +1 212 571 1830
Site: www.takahachi.net
Giuliana Morrone é correspondente em Nova York da TV Globo, onde trabalha desde 1999. A jornalista cobriu as últimas eleições norte-americanas, posse do presidente Obama e pilotou, em 2009, veículo que a Nasa vai mandar para o espaço em breve. Trabalhou nas principais emissoras de TV do Brasil (SBT e Band).
4 comentários:
hahaha! Deve ser engraçadíssimo comer ali.
Seja no inverno ou no verão, um sushi sempre cai bem. Se for em NY então...
pode ser inverno, pode ser verão, pode ser em Brasília, NY e até no Japão. Mas eu jamais vou conseguir comer isso. Jamais!
Ah, isso sim é um eu recomendo! Parabéns Rodrigo. Esse é o tipo de post que engrandece o seu blog...parabéns também à Guiliana, pelo excelente e delicioso texto.
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