segunda-feira, 18 de maio de 2009

EU RECOMENDO // Vá ao Ribouldingue em Paris


Por Josimar Melo (*)
Convidado especial do Gastronomix

“Já falei desse lugar, na Folha de S.Paulo, em blog, por aí. Mas não custa repisar. Quem for a Paris, reserve um tempinho para visitar o restaurante Ribouldingue. Por quê? Porque é gostoso, fica numa casa simpática, não é caro – coisas que existem aos montes em Paris. Mas também porque ele é o único que eu conheço que é especializado em miúdos e outras partes menos festejadas dos animais.

A cultura humana convivia com a morte dos animais de uma forma respeitosa: se eles serão abatidos para nos alimentar, tudo deve ser usado. Mas como a raça humana tem uma capacidade espantosa de andar para trás, foi se tornando comum uma noção esnobe de que só devemos comer as partes “nobres” dos animais (em geral aquelas que “cansam menos” o paladar). E o resto vai virar ração para outros bichos que nem carnívoros são.

Pois no Ribouldingue, tudo se aproveita. Ou melhor, as partes “nobres” nem aparecem, ficam em algum outro lugar para os pretensos nobres; e o que fica para nós, clientes, são os deliciosos, nutritivos e baratos miúdos. Foi o que constatei num jantar – infelizmente fotografado porcamente com um celular – onde provei: terrine de pele de porco; miolo de cordeiro à meunière (com alcaparras e alho crocante); testículos de cordeiro com batatas; ris de veau (timo de vitelo) na frigideira, com legumes de outono; um queijinho (tomme de Savoie) com salada. E para beber, um Corbières baratinho, La Pompadour, Castelmaure 2005, 23 €. Vá lá”.

Ribouldingue
10, rue Saint Julien le Pauvre
Paris 5
Telefone: 01 46 33 98 80

(*) Josimar Melo é jornalista, crítico gastronômico da Folha de S.Paulo, diretor do site
Basilico (http://www.basilico.com.br), autor do Guia Josimar Melo e de um monte de coisas mais.

4 comentários:

Márcio disse...

Do jeito que o Josimar descreve, parece tudo uma delícia. Só falta ter coragem para provar.

Fabíola disse...

Deve ser igual a comida japonesa. Da primeira vez, ninguém gosta. Mas é só insistir que vira um vício.

Anônimo disse...

Também acho descabido o preconceito com os miúdos. Afinal, eles podem virar maravilhas nas mãos de um bom chef. Não vejo a hora de ir ao Ribouldingue.
Paula

Jonas disse...

Hum... De repente me deu uma vontade de sarapatel...