Colunista de Variedades do Gastronomix
Ironia do destino: a mortalidade infantil foi o que motivou o
surgimento do leite condensado, base da receita dos docinhos que hoje em dia
estão em quase toda festa infantil. Quem primeiro transformou o leite
comum naquela delícia pastosa e doce foi um fazendeiro norte-americano, Gail
Borden Jr., em 1856.
Borden ficou tocado quando, numa viagem de navio à Europa, percebeu o
grande número de crianças mortas a bordo em decorrência de problemas de
alimentação.
Quando voltou para sua fazenda nos Estados Unidos, empenhou-se em
tentar descobrir uma forma de conservar o leite por um longo período. Primeiro
descobriu que tirando 60% da água do leite, por meio de evaporação, poderia
envasá-lo e guardar por até dois anos.
O leite condensado veio em consequência disso. Experimentado a adição
de substâncias no leite, o fazendeiro descobriu o quanto era gostoso leite
evaporado com açúcar. Naquele mesmo ano patenteou sua descoberta.
Quatro anos, depois, veio a Guerra Civil Americana e o leite evaporado
de Gail Borden foi de grande utilidade para alimentar as tropas no front. Mas
somente em 1867, o produto passaria a ser fabricado em escala industrial para
consumo doméstico.
Outro americano, George H. Page, deu início à prodição na Suíça, onde
havia leite em abundância, por meio de sua empresa, Anglo Swiss Condensed Milk,
que se fundiu à Sociedade Nestlé em 1905.
Foi quando surgiu a latinha de leite condensado que trazia no rótulo
uma moça de trajes típicos da zona rural suíça. A marca era La Laitiére
(“vendedora de leite”)., mas em inglês ficou Milkmaid, e assim chegou ao
Brasil.
Sem familiaridade com o inglês, os brasileiros passaram a chamar o
produto de “leite da moça” (aquela vista na embalagem). Ai não teve jeito,
acabou virando o nome oficial.
Fontes: “A Mágica a Cozinha”, de
Renato Freire, e site Mundo das Marcas.
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