Colunista de Chá do Gastronomix
Na semana passada, começamos a falar de chá com emoção, numa viagem bem
especial para Três Coroas. E ainda não acabou! Continuar passeando pelo sul do
país é garantir beleza para os olhos, calor para o coração... E surpresas
incríveis!
Do nosso encantador “Platoo Café e Jardim”, partimos para o restaurante
“Espaço Tibet”, para conhecer a culinária tibetana.
Espaço
Tibet
Fundado em 2011 por Ogyen Shak, um refugiado tibetano, inicialmente com
o nome de “Tashiling”, o restaurante é mais que isso; é uma experiência
completa. Da história de vida do criador
à decoração externa e interna, conhecer o espaço é, realmente, fazer uma
viagem. Para que você tenha uma ideia do que estou falando, compartilho o texto
de apresentação de Ogyen, disponível na página do restaurante e também na
entrada do lugar:
Tibetano de nascimento, Ogyen
Shak personifica um drama que assola seu país há mais de 60 anos: a ocupação da
China comunista, iniciada em 1950. Aos 16 anos, encarou uma aventura que
parecia possível apenas em filmes. Num grupo com trinta pessoas, atravessou o
Himalaia a pé carregando dois irmãos menores. Seu objetivo? Fugir
do Tibet em busca de liberdade. Ogyen Shak viu a morte de perto
e quase foi colhido por ela. Ao cruzar a fronteira entre o Tibet e o
Nepal, foi internado num hospital para refugiados onde permaneceu por
um ano longe dos pais ou familiares. Lutou para se recuperar de
uma gangrena que afetou suas mãos, braços, pés e pernas e acabou perdendo
os dedos de um dos pés. Após sua recuperação, morou num campo de
refugiados tibetanos em Dharamsala, na Índia, onde reencontrou os
irmãos e precisou trabalhar para sustentá-los. Conseguiu reconstruir sua vida
na Índia, exercendo sua especialidade: a arte sacra tibetana. Ajudou na pintura
e ornamentação de templos de grandes mestres como S.S. Dalai Lama, Sakya
Trinzin e Dzongsar Kyentse Rinpoche. Em 2006, seguindo os conselhos
de seu mestre, veio ao Brasil para coordenar a pintura e a ornamentação de um
templo de budismo tibetano em Cotia, interior de São Paulo. Quatro anos depois,
conheceu sua futura esposa, a gaúcha Adriana Shak que, na época, era
moradora do Khadro Ling, templo de budismo tibetano localizado em Três
Coroas. Um restaurante parecia ser o cenário perfeito para iniciar
a realização do seu maior sonho: divulgar e manter-se em contato
com a cultura do seu amado país, terra esta onde um dia, ainda sonha
poder retornar.
Ali, tudo conquista. O sorriso da recepção, o jardim incrivelmente bem
cuidado, a carinha do Tibet impressa em casa detalhe. E quando a gente, ao
sentar, recebe chá preto, com gengibre e limão, de boas vindas... É amor demais
pro meu pobre coraçãozinho!
Ser recebida com chá é ter certeza de que o negócio vai ser bom!
Não conhecia a culinária tibetana e achei a comida deliciosa! Acatamos
a sugestão do dia e nos jogamos no pernil de cordeiro temperado com cravo e
anis. Eu, a louca das especiarias, nem me lembrei de que não comia carne de
cordeiro (por puro preconceito)... E adorei!
De sobremesa, pedimos mousse de rosas com romã e cassis e a sobremesa do chef, cogumelos shimeji com chip de batata doce, sorvete de creme e ganache de chocolate. Combinações exóticas e incríveis! Mas sobre essas experiências culinárias eu tenho certeza de que serão melhores exploradas, em breve, por Rodrigo Caetano e Daniel Bitar.
De sobremesa, pedimos mousse de rosas com romã e cassis e a sobremesa do chef, cogumelos shimeji com chip de batata doce, sorvete de creme e ganache de chocolate. Combinações exóticas e incríveis! Mas sobre essas experiências culinárias eu tenho certeza de que serão melhores exploradas, em breve, por Rodrigo Caetano e Daniel Bitar.
A experiência mais incrível mesmo – se é que tem como escolher – chega
agora. Louca para repetir a dose do chazinho, pedi o cardápio para checar as
opções. E quase desmaiei! Encontrei o “Pö Cha”, um chá tipicamente tibetano,
também chamado de chá de manteiga, que leva chá preto, manteiga de iaque (um
bicho bem bonito, dá um Google!), água e sal em sua composição.
Nunca pensei que fosse encontrar essa mistura exótica fora do Tibete e ela estava ali, ao meu alcance... Isso é que é surpresa, minha gente! Tomei, curti cada minutinho, amei. É bem denso, salgadinho, diferente e maravilhoso. Sabores desconhecidos que me encantaram a cada gole! Suspiros, suspiros e mais suspiros...
Nunca pensei que fosse encontrar essa mistura exótica fora do Tibete e ela estava ali, ao meu alcance... Isso é que é surpresa, minha gente! Tomei, curti cada minutinho, amei. É bem denso, salgadinho, diferente e maravilhoso. Sabores desconhecidos que me encantaram a cada gole! Suspiros, suspiros e mais suspiros...
Meu
Pö Cha, lindo e saboroso!
A combinação de novos sabores e – especialmente – um novo e
surpreendente chá tornou o dia inesquecível. Foi tudo intenso e, ao mesmo
tempo, suave, como os budistas bem sabem fazer. Na saída, ainda passamos na
lojinha do restaurante, que tinha porcelanas lindas para o #momentomágico, além
de incensos e objetos lindos, cheios de significado.
Se um dia for ao Rio Grande do Sul, não deixe de incluir essa paradinha
maravilhosa no seu roteiro. Depois, quero que me conte qual foi a sua
impressão, combinado?
Espaço Tibet, em Três Coroas/RS (http://espacotibet.com.br)
Rua Alagoas, 361, Bairro Águas Brancas - Três Coroas/RS
Telefones: (51) 35465763 e 996783184.
Rua Alagoas, 361, Bairro Águas Brancas - Três Coroas/RS
Telefones: (51) 35465763 e 996783184.
Funcionamento: Quarta a sextas,
de 11h45min às 15h; sábados, de 11h45 às 16h e de 20h às 23h; domingos e
feriados, de 11h45min às 16h.
Ah, se quiser me acompanhar pelo
Instagram ou Facebook , lá estão as imagens que ilustram na prática tudo o que
falamos por aqui, feitas a partir do meu #momentomágico: @chazeira (insta) ou
@eloinachazeira (face) . Apareça por lá, pra não morrermos de saudade até a
próxima quinta, certo?
Beijos e bons chazinhos! Que
sejam sempre surpreendentes!
2 comentários:
Que restaurante fascinante....!❤👏👏
E vc viu a história de vida do dono? Fascinante!
Postar um comentário