Rosualdo Rodrigues
Colunista de Variedades do Gastronomix
A cozinha uruguaia é formada por influências espanholas e italianas,
principalmente, mas, quando se fala em culinária daquele país, a primeira coisa
que nos vem à mente são a parrilla e os cortes bovinos assados.
Realmente, nossos vizinhos são loucos por carne — assim como os
argentinos e nós brasileiros. E o culpado de tudo isso é um paraguaio, um
certo Hernando Arias de Saavedra, mais conhecido por Hernadarias.
Militar, conquistador, colonizador e explorador, foi ele que teve
a ideia de ocupar a então chamada Banda Oriental com vacas, no século
17. Até ali, o império espanhol pouco interesse tinha naquela área,
desprovida de metais preciosos.
O paraguaio acreditou que podia transformar a região num imenso pasto.
Em 1611, levou as primeiras reses. Em 1617, chegou outro rebanho mais
significativo, com 100 vacas e alguns touros. Em 1634, a população bovina
cresceu mais ainda, com a chegada de 5 mil cabeças de gado.
E os índios charrúas, que habitavam a Banda Oriental desde antes da
chegada dos espanhóis, passaram a conviver com vacas e bois. Os homens
brancos só iam lá, a partir da Argentina, para fazer rodeios e matar reses para
tirar o couro. A carne era descartada. Olha só que desperdício!
Aí, em torno dessa criação, surgiram os gaúchos, que cruzavam a região
a cavalo e descobriram que uma “ternera” (rês com menos de um ano de vida)
assada não era nada mau. Pronto, se estabeleceu a partir dali o hábito de comer
carne. Não só no território que hoje é Uruguai, mas em todo o bioma pampa, que
inclui pedaços da Argentina e do Brasil.
Fonte:
CEI — Organización de Estados Iberoamericanos. Foto: isto é uma
parrilla (Luiz Ribeiro/123rf)
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