Por Sandro Biondo
Se você faz
o tipo que gosta de postar pratos caros no Instagram apenas para ostentar,
melhor não continuar lendo este texto, sob pena de se irritar com o autor.
Caso
contrário, vamos juntos. Minha singela e despretensiosa opinião sobre a
gastronomia atual é que há muita ostentação. Nos empurram garganta abaixo,
literalmente, pratos elaborados com fios de ouro; espuma de pitaya com creme de
leite de ovelha negra; molho reduzido de Biotônico Fontoura e o que mais for “diferentezinho”
e propício para cobrar caro.
Pois o
terreno dos cafés também é uma ilha de bom senso cercada de excessos por todos
os lados. Como a bebida virou mais que ritual, um comportamento da moda, é de
se compreender que haja exageros.
Um exemplo?
Você já deve ter ouvido do tal Kopi Luwac, o café mais caro e raro do mundo,
extraído das fezes de um marsupial da Indonésia. O quilo do grão passa dos mil
dólares e uma dose da bebida não sai por menos de R$ 50.
Provei em
viagem recente à Austrália, onde é possível pagar sem se sentir assaltado. De
um a 10, eu daria nota 7. Mas a experiência foi libertadora, até por confirmar
que temos acesso a grãos muito melhores, mais encorpados, mais ácidos e doces
aqui mesmo, no Brasil, por R$ 3 ou R$ 4. Sem contar a bizarrice da publicidade
abaixo.
Seguindo
nessa mesma linha, inventaram aqui no Brasil, inclusive com apoio da Embrapa, o
café do Jacu. Senta, que lá vem a história:
Um
fazendeiro do Espírito Santo pediu ao Ibama, sem sucesso, para matar os jacus
(para quem não sabe, uma ave bem brasileira), que insistiam em consumir sua
plantação de café.
Seguindo o
exemplo do bichinho da Indonésia, ele reparou que os jacus também escolhiam os
melhores grãos e digeriam apenas a polpa, evacuando os grãos inteiros. Muitas
lavagens depois, ali estavam os grãos selecionados pela ave prontinhos para
torra, moagem e extração.
Tudo lindo, não fosse o preço. Em cafeterias de Brasília, como o Grenat e o Universal, por exemplo, você não paga menos de R$ 10 por um café que é, no máximo, razoável. Ou seja: vale a experiência, mas não espere sorver o melhor café da sua vida. E se for, conta aqui pra gente, ok? Até a próxima xícara!
Tudo lindo, não fosse o preço. Em cafeterias de Brasília, como o Grenat e o Universal, por exemplo, você não paga menos de R$ 10 por um café que é, no máximo, razoável. Ou seja: vale a experiência, mas não espere sorver o melhor café da sua vida. E se for, conta aqui pra gente, ok? Até a próxima xícara!
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