terça-feira, 2 de outubro de 2012

AO PÉ DO OUVIDO// Brincando em cima daquilo


Por Rosualdo Rodrigues

Vejo algo de lúdico em cantores ou bandas que resolvem interpretar músicas de outros cantores ou bandas, recriando-as à própria maneira. Parece divertida a tarefa de pegar uma canção já pronta e sobrepor a ela detalhes que o próprio autor nem sonharia, dar outras cores, torná-la mais sombria ou mais alegre, mais veloz ou mais lenta, transformar tango em rock, rock em bossa, samba em tango, forró em valsa... Há quem torça o nariz em alguns casos, reclame fidelidade ao original, visões equivocadas. Mas fazer cover é, em princípio, algo que só tem graça se for feito com liberdade e, claro, com criatividade. E muitas vezes o resultado acaba melhor do que o original, como pode-se conferir ao fim deste post.



E quanto mais inusitada a escolha do cover, melhor. Tipo a maluquete cearense Karine Alexandrino (foto) desenterrar Quem não quer, uma antiga versão que Jerry Adriani fez para Black is black, uma música de 1966 originalmente gravada por Los Bravos. Outros dois antigos hits populares que ganharam covers moderninhos foram Para o diabo os conselhos de vocês, de Paulo Sérgio, por Os Condenados, e Eu preciso é de você, de Márcio Greyck, por  Validuaté. Ainda na seara nacional, é antológica, nesse quesito, a versão de Marina Lima para Mesmoque seja eu, de Erasmo Carlos. Aliás, Marina já foi craque em dar a cara dela a canções alheias, como fez também, por exemplo, com Por isso corro demais, sucesso de Roberto Carlos.

Passando para a música estrangeira. Na Inglaterra, a BBC Radio 1 mantém um programa em que cantores e bandas fazem apresentações ao vivo, acústicas. Muito deles escolhem cantar músicas alheias. Essas gravações já viraram uma série de discos, Radio 1’s Live Lounge, que não chegaram por aqui – a não ser ocasionalmente, encartados em revistas como Q, Melody Maker e afins ou pelas mãos de alguém que andou por lá e trouxe.  Mas claro que hoje em dia se consegue tudo na rede mundial de comunicação. Por meio dela andei ouvindo alguns covers muito bons.


Quem curte a brincadeira vai se divertir com esta lista e 12 covers (e seus respectivos links no YouTube). Tem bandas indie tocando músicas de divas pop como Katy Perry e Madonna e até Ai se eu te pego, de Michel Teló, pela banda alemã The Baseballs (foto), especialista em transformar tudo em rockabilly.

Creep, do Radiohead, por Macy Gray
Toxic, de Britney Spears, por The Static Lullabay
Ai se eu te pego, de Michel Teló, por The Baseballs

Last Friday night
, de Katy Perry, por The Vaccines
Heaven, de Emeli sandé, por Miles Kane
Hung up, de Madonna, por The Enemy
Pumped up kicks, de Foster the People, por The Kooks
Love is not a competition, de Kaiser Chiefs, por Paramore
In for the kill, do La Roux, por Miike Snow
Tik tok, de Ke$ha, por Avril Lavigne
Only girl, de Rihanna, por Ellie Goulding
Stop me (If you thing you’ve heard thisone before), de Morrissey, por Mark Ranson, feat. Daniel Merriweather
Rehab, de Amy Winhouse, por Paolo Nutini
I gotta feeling, de Black Eyed Peas, por Jay Sean
Teenage dream, de Katy Perry, por Example

Um comentário:

Daniel disse...

Adoro o Travis cantando "Baby one more time..." da Britney Spears! Também curto muito a versão do Arctic Monkeys para "You know that I'm no good" da Amy Winehouse.
Inusitado é o Frindly Fires tocando, para a BBC 1, "The edge of glory", da Lady Gaga, numa versão beeeem morna, pra dizer o mínimo.