Ainda farei um post mais detalhado sobre música e gastronomia. Hoje, vou me limitar a transcrever aqui a letra de um interessante samba de Moacyr Luz, Delírios da baixa gastronomia, que há tempos deveria ter sido citado nesta coluna.
Moa, como é conhecido o sambista carioca, é autor do livro Manual de sobrevivência dos butequins mais vagabundos (Senac-Rio) e defende esse estilo culinário, que considera “a cara do Rio de Janeiro”. Em 2004, ele até iniciou o Manifesto da Baixa Gastronomia, no famoso botequim paulista Pirajá, apontado como primeiro bar carioca da cidade capital paulista. Aí vai a letra do samba:
Azeite no jiló
Pimenta fresca no bobó
A abrideira no balcão de mármore
Dentro do pirão, uma corvina, um azulão
E a feijoada desenhando o sábado
Cosido à brasileira, no domingo e quarta-feira
E também tem um camarão na abóbora
Depois de apaixonar pela batida do lugar:
- A melhor!
Garçom de borboleta
Escrito a giz na tabuleta:
- Mocotó!
Frango com quiabo um cabrito temperado
É de se ajoelhar.
No caldo do ensopado um lagarto fatiado
É de fazer chorar
Belmontes corações,
No Pirajá das ilusões
Lamas e Luiz
Adônis dos fiéis
Engibaiado de pastéis
Sou feliz!
Deixa o cardápio aí, diz o que eu vou pedir
Peito com coradas caprichadas malaguetas
Vem servir
Deixa o cardápio aí, diz o que eu vou pedir
Virado a paulista, uma isca a lisboeta
Vem servir
Deixa o cardápio aí, diz o que eu vou pedir
Bife mal passado com dois ovos na manteiga
Vem servir
Deixa o cardápio aí, diz o que eu vou pedir
Dúzias de sardinhas, caranguejo, caranguejas
Vem servir
Deixa o cardápio aí, diz o que eu vou pedir
Pra finalizar, aceito a dica do Jaguar
Vou dormir
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