quarta-feira, 27 de abril de 2011

AO PÉ DO OUVIDO // As inglesas estão com tudo



Por Rosualdo Rodrigues

O pop britânico está parecendo a MPB. Toda hora aparece uma “nova cantora”. Faz pouco tempo publiquei aqui um post sobre cinco delas: Elly Jackson (La Roux), Florence Welch (Florence + The Machine), Natasha Khan (Bat For Lashes), Ellie Goulding e Marina Lambrini (Marina and the Diamonds). Mas tem outras duas que não podem ser ignoradas: Adele e Rumer. E não devem ser ignoradas não só porque estão em voga, mas porque são ótimas.

As duas são fofinhas, em sentidos literal e figurado. Adele, de 22 anos, já disse na Rolling Stone: “A minha vida tem muitos dramas e não tenho tempo para me preocupar com uma coisa tão trivial quanto a minha imagem. Não gosto de ir à academia”. Tem motivo para se sentir tão segura. Desde que lançou o primeiro disco, 19, em 2008, é incensada por público e crítica e reconhecida em premiações como Grammy e Brit Awards.

Ela tem um vozeirão impressionante para a idade e vai na contramão das divas dançantes tipo Lady Gaga, Beyoncé e afins. “Não faço música para os olhos, mas para os ouvidos”, disse ela na mesma entrevista da Rolling Stone. O segundo CD, 21, acaba de ser lançado no Brasil e consegue ser melhor que o primeiro. Só a versão delicada que ela faz de Lovesong, do The Cure, pagaria o disco. Mas tem mais. Adele interpreta ótimas baladas autorais, influenciadas pelo folk, soul e r&B americano.


Rumer é o nome artístico de Sarah Joyce. O dado exótico na biografia da inglesa de 32 anos é que ela nasceu em Islamabad, no Paquistão, fruto de uma relação extraconjugal da mãe com um cozinheiro paquistanês… Mas a música dela não tem nada de exótico. Seasons of my soul, o primeiro CD, é uma delícia de se ouvir, algo retrô com um quê de Burt Bacharach. Além disso, o timbre vocal e o jeito de cantar de Rumer lembram Karen Carpenter (da dupla Carpenters, que gravou muito Bacharach).

Aliás, o próprio Burt Bacharach gostou tanto do que ouviu que convidou a cantora a visitá-lo em sua casa na Califórnia. Mas esse decalque é mais explícitco em Am I forgiven, a primeira música do disco. Aos poucos, vai-se percebendo a identidade de Rumer. O repertório tem uma regravação: It might be you, tema do filme Tootsie. Bonitinha, mas está longe de ser o melhor do disco.

Um comentário:

Roberio disse...

Esse disco de Adele é muito bom mesmo, a versão do Cure ficou otima.
Valeu a dica.Abraço.