Por Rosualdo Rodrigues
Hoje Brasília faz 50 anos. Não sei que importância as pessoas de outros lugares do país dão a isso, mas para nós que vivemos aqui a data é bastante significativa. Afinal, 50 anos é muito pouco em se tratando de cidades. Ela ainda está em formação, sedimentando sua verdadeira cara. E nós temos a ver com isso, estamos fazendo história. Dá-nos também a consciência de que vivemos em um grande monumento, erguido pela determinação de um homem e pela coragem e sacrifício de muitos que deixaram suas terras e, tal qual formiguinhas, fizeram brotar do barro vermelho esses edifícios entre os quais transitamos. Emociona imaginar que o cenário visto na foto acima se transformou no da foto abaixo. E estamos dentro dele.
Mas como isso aqui é uma coluna de música, fiquei batendo cabeça para saber o que escrever sem fugir ao assunto e sem ignorar data tão importante. Não queria somente listar músicas que citam Brasília ou foram inspiradas por ela. Embora existam muitas. Tanto as conhecidas localmente, que fazem parte da memória afetiva da população (“Um telefone é muito pouco pra quem ama como louco e mora no Plano Piloto”, de Renato Matos, Estrela cadente, do Mel da Terra...), quanto outras que o país todo conhece (Flor do Cerrado, de Caetano Veloso, Te amo Brasília, de Alceu Valença, Léo e Bia, de Oswaldo Montenegro...).
Sem muito o que fazer, pensei em quem escolheria como o artista (na área de música) que representaria Brasília nesses 50 anos e me veio Renato Russo. O líder do Legião Urbana foi o primeiro músico a repercutir nacionalmente e ganhar prestígio na cena musical brasileira como músico “de Brasília”. As músicas de Renato eram impregnadas pela experiência de viver aqui, eram o mundo visto da perspectiva de quem circulava pelas superquadras do Plano Piloto nos anos 1970, 1980. Mesmo quando não era citada, a cidade estava lá.Essa relação de amor e ódio com Brasília ditou muito do senso estético e do discurso de Renato Russo.
E isso está mostrado maravilhosamente bem no livro Renato Russo – O filho da revolução, de Carlos Marcelo, que eu indico não somente para quem se interessa pela história de Renato Russo, mas também por quem se interessa e ama esta cidade e sua história. O livro contém o melhor argumento para justificar que não há como comemorar os 50 anos de Brasília sem lembrar os 50 anos de nascimento do compositor.
E por falar em amar Brasília, vê-la assim ensolarada e verde nos faz até acreditar que Dom Bosco tinha razão quando falou aquele negócio de que daqui jorraria o leite e o mel. E o que dizer da noite de sábado? Com aquele show do Moby em praça pública, aquelas projeções gigantescas na cúpula do Museu Nacional, aquela gente toda, aquele astral, amigos ao redor... Não tenho dúvida: o melhor lugar do mundo é aqui e agora. Brasília ano 50.
Hoje Brasília faz 50 anos. Não sei que importância as pessoas de outros lugares do país dão a isso, mas para nós que vivemos aqui a data é bastante significativa. Afinal, 50 anos é muito pouco em se tratando de cidades. Ela ainda está em formação, sedimentando sua verdadeira cara. E nós temos a ver com isso, estamos fazendo história. Dá-nos também a consciência de que vivemos em um grande monumento, erguido pela determinação de um homem e pela coragem e sacrifício de muitos que deixaram suas terras e, tal qual formiguinhas, fizeram brotar do barro vermelho esses edifícios entre os quais transitamos. Emociona imaginar que o cenário visto na foto acima se transformou no da foto abaixo. E estamos dentro dele.
Mas como isso aqui é uma coluna de música, fiquei batendo cabeça para saber o que escrever sem fugir ao assunto e sem ignorar data tão importante. Não queria somente listar músicas que citam Brasília ou foram inspiradas por ela. Embora existam muitas. Tanto as conhecidas localmente, que fazem parte da memória afetiva da população (“Um telefone é muito pouco pra quem ama como louco e mora no Plano Piloto”, de Renato Matos, Estrela cadente, do Mel da Terra...), quanto outras que o país todo conhece (Flor do Cerrado, de Caetano Veloso, Te amo Brasília, de Alceu Valença, Léo e Bia, de Oswaldo Montenegro...).
Sem muito o que fazer, pensei em quem escolheria como o artista (na área de música) que representaria Brasília nesses 50 anos e me veio Renato Russo. O líder do Legião Urbana foi o primeiro músico a repercutir nacionalmente e ganhar prestígio na cena musical brasileira como músico “de Brasília”. As músicas de Renato eram impregnadas pela experiência de viver aqui, eram o mundo visto da perspectiva de quem circulava pelas superquadras do Plano Piloto nos anos 1970, 1980. Mesmo quando não era citada, a cidade estava lá.Essa relação de amor e ódio com Brasília ditou muito do senso estético e do discurso de Renato Russo.
E isso está mostrado maravilhosamente bem no livro Renato Russo – O filho da revolução, de Carlos Marcelo, que eu indico não somente para quem se interessa pela história de Renato Russo, mas também por quem se interessa e ama esta cidade e sua história. O livro contém o melhor argumento para justificar que não há como comemorar os 50 anos de Brasília sem lembrar os 50 anos de nascimento do compositor.
E por falar em amar Brasília, vê-la assim ensolarada e verde nos faz até acreditar que Dom Bosco tinha razão quando falou aquele negócio de que daqui jorraria o leite e o mel. E o que dizer da noite de sábado? Com aquele show do Moby em praça pública, aquelas projeções gigantescas na cúpula do Museu Nacional, aquela gente toda, aquele astral, amigos ao redor... Não tenho dúvida: o melhor lugar do mundo é aqui e agora. Brasília ano 50.
4 comentários:
Rosu,
fiquei emocionado com seu texto. Quando viajo e tento entender como determinadas se estruturaram e formaram sua identidade. Estamos em plena formação da cultura de Brasília. E apenas com 50 anos. Parabéns para essa linda cidade. E parabéns para vc pelas arquitetônicas palavras. bjos
Rodrigo Caetano
Parabens Rosulado. Seu texto e emocionante. Lindo mesmo. Como Brasilia.
Jana
Demais!!! Adorei o texto. Parabens!
BSB foi a segunda cidade pela qual me apaixonei, a primeira foi Rio de Janeiro na década de 70 e BSB na década de 80... eu queria ter ficado lá quando fui a primeira vez, estava de férias, mas foi tudo muito intenso, ver um cenário independente brotando por lá, até hoje, inesquecível! Bonito texto, Rosualdo. Beijos!
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