Por Rosualdo Rodrigues
Desde o ano passado, está havendo uma invasão de novas vozes femininas no pop britânico. Só pelo que ouço e leio daqui de longe sou capaz de citar uma meia dúzia de cantoras que têm sobressaído por lá com o primeiro ou no máximo segundo disco, à frente de banda ou em carreira solo. A mais recente delas é Tigs, vocalista do trio Chew Lips, que lançou em janeiro o álbum, Unicorn. As qualidades do grupo já tinham sido anunciadas no ano passado com o single Salt air. A voz suave e ao mesmo tempo forte e clara de Tigs é envolta por uma música eletrônica, pop e dançante, mas com acento roqueiro em alguns momentos. Em Unicorn, duas especialmente são de não deixar ninguém parado: Play together e Toro. Aliás, uma característica comum a essas novas cantoras é que elas assimilam uma infinidade de referências, passam dos limites entre gêneros e criam um som todo próprio.
As demais são:
Elly Jackson: a ruivinha do La Roux — que já foi assunto de post anterior. Músicas como I’m not your toy e Bulletproof, do disco de estreia, que leva o nome do duo, bombaram na parada britânica em 2009. E não tinha como não ser. O apelo dançante do eletcropop à moda dos anos 80 da dupla é irresistível. O primeiro single, In for the kill, foi o mais vendido do ano no Reino Unido.
Florence Welch: líder do Florence + the Machine, superlogiado desde que estreou em julho do ano passado com o álbum Lungs. Ficou no segundo lugar das paradas britânicas durante as primeiras cinco semanas, atrás apenas de Michael Jackson. Dona de voz poderosa, Florence canta sempre num tom muito alto, gritado, às vezes meio desesperado, o que dá um efeito bonito a músicas como I’m not calling you liar. Mas o grande hit é uma regravação de You´ve got the love, single lançado em 1991 por The Source com vocal de Candi Staton.
Marina Lambrini Diamandis: do País de Gales, com ascendência grega, ela está à frente de Marina & the Diamonds, que estreou com The family jewels. O timbre vocal lembra bastante o de Florence, mas a música é mais eclética, mais misturada. The outsider e Oh no são as melhores. Para se ter ideia, entre as influências ela cita Blondie, Patti Smith, Tom Waits, Nirvana, Kate Bush, PJ Harvey, Yann Tiersen, Britney Spears, Dolly Parton e Madonna.
Natasha Khan: ela se esconde sob o nome de Bat for Lashes, veio ao Brasil recentemente abrindo os shows do Coldplay. Two suns, do ano passado, é o segundo disco dela — O primeiro foi Fur and gold, de 2006. A música é cheia de climas, pianos. Pode lembrar, aqui e ali, Björk (quando ela ainda era escutável), Tori Amos e Kate Bush…
Ellie Goulding: a única que não se apresenta como banda. Lançou o primeiro disco este ano, Lights. Bem recebida pela crítica — foi incensada aqui no Brasil, na Folha de S. Paulo. Pessoalmente, não me encantei à primeira audição, mas ela tem um cover muito bom de Black and gold, do Sam Sparro.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
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Um comentário:
Rosualdo,
Ótima dica, estou curtindo muito o som da ruivinha Elly Jackson do LA Roux, principalmente as faixas Buffer Proof, I1m not your toy e In for the kill. Quanto a Marina Lambrini Diamandis que está a frente de Marina e The Diamonds, sem comentários, sensacional, e sugeria outras faixas como Hollywood, I am not a robot, Jeasouly e Mowglis road.
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