Por Rosualdo Rodrigues
Se você nunca ouviu falar de Vitor Ramil, precisa conhecê-lo. Ou se só o conhece de nome, precisa ouvir as músicas dele. O irmão mais novo dos gaúchos Kleiton & Kledir é um dos compositores mais interessantes da atual música brasileira. Faz um trabalho bastante singular, no qual combina belas melodias com muitas referências literárias (ele inclusive já lançou dois livros (Pequod e Satolep), e está de disco novo: Délibab.
Ouvi pouco e acho que é um desses discos que requerem várias audições até você se familiarizar com ele. Por isso não acho que seja indicado para quem queira se iniciar na obra do músico. Délibab foi gravado em Buenos Aires e é todo feito de milongas compostas sobre poemas do argentino Jorge Luis Borges e do gaúcho João da Cunha Vargas.
É muito bom, feito basicamente de voz e os violões de Carlos Moscardini e do próprio Ramil. Caetano Veloso canta com ele Milonga dos los morenos. O disco acompanha DVD com documentário sobre o universo que inspirou o trabalho. Refinado como tudo que Vitor Ramil faz. Mas muito preso ao conceito, muito “pampa”... Ao contrário do Ramilonga (1997), também de milongas, mas de uma poesia que transcende o regionalismo. Quem sabe a impressão sobre Délibab se desfaça com o tempo?
Mas, ao mesmo em tempo que faz discos assentados na cultura regional, como Ramilonga e este Délibab, Vitor Ramil também sabe ser pop. Tango (1987) e Tambong (2000) são exemplares nisso. O primeiro, que conta com músicos como Hélio Delmiro, Léo Gandelman e Gilson Peranzetta, impressiona pela sonoridade, a levada jazz, e a atualidade que mantém 20 anos depois. E também pelos versos inusitados (“A espiral do cigarro corrói as narinas do tempo....” “As negras pupilas do verso dilatam/ Automóveis jorram de um piano”).
O segundo, gravado em Buenos Aires em Délibab (ganhou uma edição em espanhol), traz algumas das melhores composições de Ramil, como a delicada Foi no mês que vem e a climática Não é céu. E letras igualmente encantadoras pela originalidade...
Se você nunca ouviu Vitor Ramil, comece por esse. Ou pelo Satelop sambatown (2007), que ele gravou em parceria com o percussionista Marcos Suzano. Tão bom quanto.
Se você nunca ouviu falar de Vitor Ramil, precisa conhecê-lo. Ou se só o conhece de nome, precisa ouvir as músicas dele. O irmão mais novo dos gaúchos Kleiton & Kledir é um dos compositores mais interessantes da atual música brasileira. Faz um trabalho bastante singular, no qual combina belas melodias com muitas referências literárias (ele inclusive já lançou dois livros (Pequod e Satolep), e está de disco novo: Délibab.
Ouvi pouco e acho que é um desses discos que requerem várias audições até você se familiarizar com ele. Por isso não acho que seja indicado para quem queira se iniciar na obra do músico. Délibab foi gravado em Buenos Aires e é todo feito de milongas compostas sobre poemas do argentino Jorge Luis Borges e do gaúcho João da Cunha Vargas.
É muito bom, feito basicamente de voz e os violões de Carlos Moscardini e do próprio Ramil. Caetano Veloso canta com ele Milonga dos los morenos. O disco acompanha DVD com documentário sobre o universo que inspirou o trabalho. Refinado como tudo que Vitor Ramil faz. Mas muito preso ao conceito, muito “pampa”... Ao contrário do Ramilonga (1997), também de milongas, mas de uma poesia que transcende o regionalismo. Quem sabe a impressão sobre Délibab se desfaça com o tempo?
Mas, ao mesmo em tempo que faz discos assentados na cultura regional, como Ramilonga e este Délibab, Vitor Ramil também sabe ser pop. Tango (1987) e Tambong (2000) são exemplares nisso. O primeiro, que conta com músicos como Hélio Delmiro, Léo Gandelman e Gilson Peranzetta, impressiona pela sonoridade, a levada jazz, e a atualidade que mantém 20 anos depois. E também pelos versos inusitados (“A espiral do cigarro corrói as narinas do tempo....” “As negras pupilas do verso dilatam/ Automóveis jorram de um piano”).
O segundo, gravado em Buenos Aires em Délibab (ganhou uma edição em espanhol), traz algumas das melhores composições de Ramil, como a delicada Foi no mês que vem e a climática Não é céu. E letras igualmente encantadoras pela originalidade...
Se você nunca ouviu Vitor Ramil, comece por esse. Ou pelo Satelop sambatown (2007), que ele gravou em parceria com o percussionista Marcos Suzano. Tão bom quanto.
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