Por Rosualdo Rodrigues
Meu irmão mais novo, Robério (também leitor assíduo desta coluna), tem uma loja de discos novos e usados no centro de João Pessoa, a Música Urbana. Mais que uma loja, o local já se tornou espécie de templo, frequentado por adeptos da religião chamada música. Tem gente que vai lá quase todos os dias, saber o que há de novo ou somente jogar conversa for a. O papo invariavelmente é sobre música, claro. Tem gente de todas as tribos. Jovens, maduros, da periferia, da praia, roqueiros, bichos-grilos, pessoas falantes, pessoas tímidas, bibas, machões, patricinhas, grandes figuras humanas, chatos de galocha… Com a onda de baixar música de internet, não faltam motivos para a Música Urbana fechar. Mas Robério é insistente naquilo que é, mais que um negócio, uma paixão. A loja está lá.
Estou contando isso para ilustrar o poder da música de juntar pessoas, ignorar diferenças. Quem mora em Brasília e vai aos shows em frente ao Museu Nacional Honestino Guimarães, por exemplo, percebe a diversidade da plateia. Tem criança, avó, alternativos, comportadinhos, gente mais nova, mais velha, de tudo um pouco. E o clima é geralmente tranquilo, meio de quermese, com as pessoas indo e vindo sem atropelos. Seja show de rock ou de música instrumental.
Foi assim no show da Angelique Kidjo, três domingos atrás mais ou menos (aliás, a diversidade de pessoas invadiu até o palco, como se vê na foto ao lado). Deverá ser assim no próximo domingo, quando se apresentam lá Hamilton de Holanda e Hermeto Paschoal. (Aliás, não podiram ter dado melhor utilidade àquele absurdo mundão de concreto inventado por Niemeyer).
Como diria Madonna: “Music makes the people come together/ Music mix the bourgeoisie and the rebel”. Por isso mesmo, se há música tanta sobre tanta coisa, como não haveria de não ter músicas sobre música? Vão aí seis delas.
1 ) Music, com Madonna (Madonna/Mirwais)
2 ) Música música, com Simone (Sueli Costa / Abel Silva) (“Farol na cerração dos grandes medos/ A força que levanta os bailarinos")
3 ) Qualquer música, com Fagner (Fagner sobre poema de Fernando Pessoa) (“Qualquer música, logo que me tire da alma/ Esta incerteza que quer / Qualquer impossível calma")
4 ) Musica, com Aterciopelados (“La musica nos salva/ la musica nos lava el alma/ la musica me eleva/ la musica me altera")
5 ) A música em mim, com Zélia Duncan e Fred Martins (Fred Martins) (“Há música em mim/ No congestionamento/ A música em mim/ Corre mais que o tempo/ Trem bala na sala/ Do meu apartamento/ A música em mim/ Refaz o dia”)
6 ) Feeling da música, com Luiz Melodia (Hyldon/ Luiz Melodia/ Ricardo Augusto) ("De que adianta o alto astral?/ Sem música/ Vir do sertão pro litoral/ Sem música")
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
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4 comentários:
Olá Rodrigo,
já virei leitor fixo ...kk
estou com um amigo em Berlim e fica até dia 15 , vc teria alguma dica para se comer ,nada muito caro , um pouco diferente do comum ?
desde já agradeço
abraços gastronomicos
Pedro Rui
Pois é,Rosualdo, a música é realmente algo maravilhoso, uma paixão mesmo.E acreditar que existem pessoas que nem ligam pra ela.
Abraço,
Roberio
Os anos passam e a Musica Urbana esta ai, viva a musica, viva as pessoas que insistem....
Ana
Verdade, a Música Urbana é mesmo a cara do mano Robério que persiste, porque as coisas boas são as mais dificeis. Ele é mesmo um cara de sorte e torço por ele.
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