segunda-feira, 21 de setembro de 2009

EU RECOMENDO // O feijão e os contrastes de SP


Por Suzana Barelli (*)
Convidada especial do Gastronomix

“Há vários adjetivos para definir São Paulo. Um deles é a cidade de (bons) contrastes gastronômicos. Em um final de semana recente, fui jantar no Maní, restaurante de menu e decoração contemporâneos pilotado pelo casal Helena Rizzo e Daniel Redondo. Como entrada, pedi à feijoada da chef, um prato que havia provado quando estava em teste no cardápio e tinha gostado bastante. Na verdade, o caldo da feijoada entra no processo invertido de esferificação, formando mini-esferas, que são servidas com azeite de pimentas, paio, laranja, farofa e couve, tudo em pequeníssimas porções. Tecnologias à parte, o que interessa é que essa feijoada é muito gostosa, com as esferas explodindo na boca, ricas em sabor.

É também uma criativa e surpreendente receita. O prato revela a forte influência espanhola dos chefs (a brasileira Helena conheceu o seu marido espanhol Daniel, na cozinha de um restaurante na Espanha) aliada a um profundo entendimento da riqueza gastronômica brasileira. É preciso saber muito de feijoada para reinterpretá-la (outro sucesso da casa que mostra o seu viés brasileiro é o mani-ocas, mas escrever sobre este prato merece um outro post...).

Voltando aos contrastes gastronômicos, este jantar foi numa sexta-feira e, no domingo, cumpri a promessa de levar o meu pai ao Mocotó. O restaurante paulistano, na distante Vila Medeiros, se transformou em uma referência da boa culinária brasileira nos últimos anos. Mantém o ambiente simples, o cardápio com clássicos do nosso sertão e os preços baixos. Só para ter uma idéia, dois anos atrás, levei a inglesa Jancis Robinson, uma das maiores especialistas em vinho, e seu marido para almoçar lá e nem abridor de vinho tinha na casa... (a experiência foi narrada pelo querido Luiz Horta, no caderno Paladar, do Estadão).

No Mocotó, é o jovem chef Rodrigo Oliveira, filho do dono, quem pilota a cozinha, com maestria. Lá, começamos com o mocofava, a combinação de mocotó com favada, um dos clássicos da casa. E, num dia de muito feijão, sempre regado com cachaça, ainda provamos o feijão de corda, com lingüiça, bacon, carne-seca e manteiga. Inesquecível.”

Maní
Rua Joaquim Antunes, 120
Pinheiros – São Paulo (SP)
Telefone: (11) 3085-4148

Mocotó
Avenida Nossa Senhora do Loreto, 1100
Vila Medeiros – São Paulo (SP)
Telefone: (11) 2951-3056

(*) Suzana Barelli é diretora de redação da revista Menu.

2 comentários:

Eduardo Luz disse...

Muito bom o Blog. Boas informações ( o texto da Roberta é um primor) e excelentes dicas gastronômicas.
Vou linká-lo no meu. Tudo bem?
Abs

Rodrigo Caetano disse...

Olá Eduardo,
pode linkar ao seu. É um prazer. Já estou montando a lista de blogs amigos para acrescentar em outubro. Tem de ser uma via de mão dupla. Abs e continue Gastronomix
Rodrigo Caetano