João Donato e Paulo Moura no CopaFest. Foto de Gustavo Cassano
Por Rosualdo Rodrigues
Se você nunca comprou um disco de música instrumental e só ouve esse tipo de música acidentalmente (assim... quando está em uma sala de espera), você faz parte de uma imensa maioria. Entre amigos e conhecidos meus, por exemplo, só conheço um que tem realmente interesse no assunto e adquire discos do gênero. Isso num universo de mais ou menos 50 pessoas, o que é uma amostra considerável.
Mas talvez você passasse para o seleto grupo dos apreciadores desse som se existissem mais eventos como o CopaFest, a que assisti de sexta a domingo no Golden Room do Copacabana Palace, no Rio. Trata-se de um festival de música instrumental que pretende reviver o som do lendário Beco das Garrafas, aquela ruazinha de Copacabana onde muita gente boa começou a cantar e tocar nos anos 1960 ou um pouco antes. Foi a primeira edição. Creio que outras virão.
Ouvir um músico vendo-o manusear seu instrumento tem um encantamento. Vê-lo improvisar, divagar na música, se perder na melodia para retomá-la mais adiante, também. Por isso, quem gosta de música instrumental gosta mesmo, viaja junto com quem toca. E no CopaFest não faltou oportunidade para isso.
Tinha veteranos, músicos que tocaram no Beco, como João Donato, Paulo Moura e Osmar Milito, mas tinha também gente novinha, como o gaitista Gabriel Grossi e os meninos da Banda Magnética, formada especialmente para o evento. Mas meninos mesmo. Um deles, daqui de Brasília, Pedro Henrique, tem 16 anos e deu um show na jam session de encerramento, solando sua guitarra ao lado do piano de Milito, do trompete de Paulinho do Trompete, do sax de Zé Luiz (um cara que tocou com muita gente na MPB e, entre outras coisas, fez a direção musical do ótimo Tanto Tempo, de Bebel Gilberto).
Foi emocionante ver aquilo porque deu a exata noção de que, apesar do latente desinteresse da maioria, a música instrumental se mantém viva e em permanente renovação. Ao reviver o Beco das Garrafas, o CopaFest apontou para o futuro.
Outra coisa que pode impressionar a quem se pergunta “mas quem é que consome música instrumental” é o grande número de discos do gênero lançados regularmente. Sou até capaz de citar aqui 10 deles, todos recentes, para você que ficou curioso. Anote aí:
1 ) Nicolas Krassik e Cordestinos, de Nicolas Krassik
2 ) Pra Cá e pra Lá, Paulo Moura trilha Jobim e Gershwin, de Paulo Moura
3 ) Piratininga, do Aquilo del Nisso
4 ) Camerata de Violões, da Camerata de Violões
5 ) Jobim Violão, de Arthur Nestrovski
6 ) A Música do Beco das Garrafas, do David Feldman Trio
7 ) Bossa Eterna, de Raul de Sousa (com João Donato, Robertinho Silva e Luiz Alves)
8 ) Antiquera, com Orquestra à Base de Cordas e Roberto Corrêa
9 ) AfroNossaNova, de Paulo Moura e Armandinho
10 ) Caleidoscópio, Henrique Band
Por Rosualdo Rodrigues
Se você nunca comprou um disco de música instrumental e só ouve esse tipo de música acidentalmente (assim... quando está em uma sala de espera), você faz parte de uma imensa maioria. Entre amigos e conhecidos meus, por exemplo, só conheço um que tem realmente interesse no assunto e adquire discos do gênero. Isso num universo de mais ou menos 50 pessoas, o que é uma amostra considerável.
Mas talvez você passasse para o seleto grupo dos apreciadores desse som se existissem mais eventos como o CopaFest, a que assisti de sexta a domingo no Golden Room do Copacabana Palace, no Rio. Trata-se de um festival de música instrumental que pretende reviver o som do lendário Beco das Garrafas, aquela ruazinha de Copacabana onde muita gente boa começou a cantar e tocar nos anos 1960 ou um pouco antes. Foi a primeira edição. Creio que outras virão.
Ouvir um músico vendo-o manusear seu instrumento tem um encantamento. Vê-lo improvisar, divagar na música, se perder na melodia para retomá-la mais adiante, também. Por isso, quem gosta de música instrumental gosta mesmo, viaja junto com quem toca. E no CopaFest não faltou oportunidade para isso.
Tinha veteranos, músicos que tocaram no Beco, como João Donato, Paulo Moura e Osmar Milito, mas tinha também gente novinha, como o gaitista Gabriel Grossi e os meninos da Banda Magnética, formada especialmente para o evento. Mas meninos mesmo. Um deles, daqui de Brasília, Pedro Henrique, tem 16 anos e deu um show na jam session de encerramento, solando sua guitarra ao lado do piano de Milito, do trompete de Paulinho do Trompete, do sax de Zé Luiz (um cara que tocou com muita gente na MPB e, entre outras coisas, fez a direção musical do ótimo Tanto Tempo, de Bebel Gilberto).
Foi emocionante ver aquilo porque deu a exata noção de que, apesar do latente desinteresse da maioria, a música instrumental se mantém viva e em permanente renovação. Ao reviver o Beco das Garrafas, o CopaFest apontou para o futuro.
Outra coisa que pode impressionar a quem se pergunta “mas quem é que consome música instrumental” é o grande número de discos do gênero lançados regularmente. Sou até capaz de citar aqui 10 deles, todos recentes, para você que ficou curioso. Anote aí:
1 ) Nicolas Krassik e Cordestinos, de Nicolas Krassik
2 ) Pra Cá e pra Lá, Paulo Moura trilha Jobim e Gershwin, de Paulo Moura
3 ) Piratininga, do Aquilo del Nisso
4 ) Camerata de Violões, da Camerata de Violões
5 ) Jobim Violão, de Arthur Nestrovski
6 ) A Música do Beco das Garrafas, do David Feldman Trio
7 ) Bossa Eterna, de Raul de Sousa (com João Donato, Robertinho Silva e Luiz Alves)
8 ) Antiquera, com Orquestra à Base de Cordas e Roberto Corrêa
9 ) AfroNossaNova, de Paulo Moura e Armandinho
10 ) Caleidoscópio, Henrique Band
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