segunda-feira, 13 de julho de 2009

EU RECOMENDO// O Roquinha da Tijuca


Por Marco Aurélio Canônico (*)
Convidado especial do Gastronomix

"Quando o Rodrigo me chamou para escrever um texto pra essa coluna, ele falou que eu poderia relatar alguma experiência gastronômica interessante no Brasil ou no exterior, "quem sabe em Portugal". Não sei bem por que ele citou Portugal, mas pensei que eu poderia mesmo escrever algo sobre Lisboa, sobre os restaurantes de nomes engraçadíssimos que eu já encarei por lá, como o Tromba Rija (cujo logo tem um elefante) ou o Farta Brutos (uma casinha de frutos do mar muito discreta, num beco, mas com fama e certo requinte - basta dizer que eu fui parar lá seguindo - a trabalho, pela Folha - Geraldo Alckmin, então candidato a presidente).

Mas resolvi fazer algo mais local, até porque, convenhamos, boa parte dos leitores do blog não deve exatamente passar por Lisboa com regularidade. E pensei num pé-sujo do Rio de que gosto muito: o Roquinha. Ele fica na rua General Roca (daí o nome), na Tijuca (aliás, acho que Roquinha da Tijuca é o nome oficial).

Eu o conheci quando tinha uns 14 anos e morava ali nas redondezas da Tijuca. Não lembro exatamente por que parei para comer lá pela primeira vez, mas lembro que a comida que eu provei foi marcante, e é o que me faz passar por lá até hoje: o churrasquinho com provolone e orégano.

É um mero sanduíche, digo logo. Mas não é um mero sanduíche, é uma delícia da baixa gastronomia feita na chapa, à qual o boteco deve boa parte de seu sucesso: hoje, não é mais um mero pé-sujo, criou um salão fechado, com ar condicionado, tirando onda de restaurante. E o cardápio do churrasquinho se multiplicou (tem os mais variados queijos pra acompanhar, fora uns molhos - tártaro etc. - que eu não costumo provar, porque gosto do sanduíche original, simples).

Em suma, é o Big Bob ou Big Mac do Roquinha (curiosamente, há um enorme Bob's bem em frente, e um McDonald's a dois passos dali). É um sanduíche que não tem metade da fama dos do Cervantes (onde o filé com queijo e abacaxi é, de fato, uma obra de arte), mas apenas porque não está na zona sul do Rio.

Enfim, é isso. Espero não ter contaminado a coluna com esse rápido passeio pela baixa gastronomia, mas nem só de caviar e fois gras vive o gourmand (até porque eu odeio caviar e fois gras)!"

Roquinha
Rual General Roca, 949
Tijuca – Rio de Janeiro
Telefone: (21) 2264 6417

(*) Marco Aurélio Canônico, 31 anos, é editor do caderno Folhateen, do jornal Folha de S.Paulo, desde fevereiro de 2009. Começou a escrever na Folha em 2005. Já foi repórter do caderno Ilustrada e correspondente da Folha em Londres entre junho de 2006 e abril de 2007. Escreve o blog Ilustrada no Pop, da Folha on-line.

Um comentário:

Zé disse...

E viva a baixa gastronomia!!!