terça-feira, 10 de março de 2009

GASTRONOMIX // Os quitutes baianos do Maggio

Na segunda enquete do blog, que perguntava qual a comida predileta dos leitores do Gastronomix, deu comida baiana na cabeça. Como estava viajando, acabei não dando o resultado. No post de hoje, além do registro da comida vencedora, teremos a descrição de um típico almoço baiano, do qual tive a honra de fazer parte neste domingo (8 de março).

Meu amigo baiano Sérgio Maggio – que lança seu livro Conversas de Cafetina [*}, no dia 17 de março, às 19h, no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília (entrada franca) – é um exímio cozinheiro dos pratos da sua terra. Há oito anos morando na capital, Maggio, toda vez que vai a Salvador, traz na sua mala “pequenas” remessas de azeite de dendê, camarão seco, farinha d’água, licor de jenipapo e outros ingredientes.

Uma vez, ao buscá-lo no aeroporto, essa figura me desce do avião com uma bacia gigante de alumínio na cabeça. Quase chorei de tanto rir. Quem pensa que a bacia era para cozinhar, como eu pensei, se enganou. Ela foi trazida para compor a mesa de sua sala. Um outro amigo fez o projeto da mesa e ela está encaixada nessa estrutura. Dentro da bacia, há exposições itinerantes, que Maggio troca de tempos em tempos.

Bom, depois de dar o tom de quem é essa criatura maravilhosa, vamos às comidinhas com tempero soteropolitano. Maggio fez vatapá, caruru, feijão baiano, xinxim de galinha e arroz branco. Ele me disse que a base para todas as comidas, exceto o arroz, são ingredientes como amendoim, camarão seco, cebolinha, tomate, pimentão, cebola, gengibre e leite de coco.

Arroz branco
Na preparação, a dica é deixar a água ferver para depois

colocar o arroz. Não tempere muito, pois os outros
ingredientes já vão ressaltar o sabor da comida.

Caruru
A base do prato é o quiabo, mas também leva camarão seco,

dendê, cebola, cheiro verde entre outros ingredientes. Os
devotos dos santos Cosme e Damião costumam ofertar
Caruru em suas casas durante o mês de setembro.

Vatapá
Quem escuta a música “Vatapá”, segue a receita de Caymmi.


Feijão baiano
O segredo é fazer o feijão sem caldo. Ele tem de secar ao máximo.

Xinxim de galinha
Leva camarão seco, amendoim e a galinha fica um pouquinho mais seca.
Segundo o candomblé, Oxum, que foi a segunda mulher de Xangô, o xinxim de galinha.

[*] O livro do Maggio, Conversas de Cafetinas, é um trabalho de pesquisa de 11 anos que reúne oito perfis jornalísticos de mulheres que comercializam o sexo em Salvador e cidades do interior baiano. No livro, ainda tem o texto teatral Cabaré das Donzelas Inocentes, que já está em fase de produção e deve estrear em Brasília em novembro desse ano.
Quem quiser saber mais, é só ler a sinopse no
site da Arquipélago Editorial
Ou ver a matéria do jornal A Tarde, feita no lançamento do livro em Salvador.

Um comentário:

Jones Schneider disse...

Está Divino e maravilhoso este blog e isto nada tem que ver com esse post fantástico sobre a comida baiana feita por mim. Obrigado meu irmão de todas as horas pela bela homenagem. Mas o segredo da comida baiana são dois: O primeiro da ordem espiritual: é preciso estar de coração limpo na hora de cozinha. O segundo, braçal e já ensinado por Caymmi: tem mesmo que saber mexer. Axé