Por Rosualdo Rodrigues
Um ótimo disco lançado por estes dias: Perto, da Olívia Byington. Foi gravado em três dias. A cantora e o violão no estúdio, e é pra ser ouvido em igual intimidade, preferencialmente, quando houver silêncio em volta. Para limpar os ouvidos do baticum diário, acalmar os nervos, cultivar a calma. E a alma.
Olívia aparou os agudos da voz, o que dá mais calor às interpretações, mais espontaneidade. E o repertório é cheio de boas surpresas, como uma versão a capela da clássica Por toda minha vida, de Tom e Vinicius, e a recriação de New world, música da trilha do filme Dançando no Escuro, composta e cantada por Björk. Na voz de Olívia, ficou tão bonita e delicada que é capaz de comover até quem acha a islandesa estranha demais. Outro achado é Lágrimas negras, do Jorge Mautner, gravada por Gal Costa em Cantar (1974)... Bom, a versão de Gal ainda é inigualável, mas só o fato de Olívia lembrar uma música tão bonita e esquecida já é digno de nota.
E ainda fugindo do óbvio, ela recuperou Mãe da manhã, espécie de oração, pouco conhecida música do repertório do Gilberto Gil, e incluiu Pense em mim, sucesso de Leandro e Leonardo. Olivia conta que seu filho mais velho adorava música sertaneja e ela aprendeu a cantar para niná-lo. E é assim que ela canta no disco, como canção de ninar. Aliás, é isso que Perto parece, um disco de música pra ninar gente grande.
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