quarta-feira, 25 de outubro de 2017

ALMANHAC // 10 coisas para saber sobre a vodca

Rosualdo Rodrigues
Colunista de Variedades do Gastronomix
Seguem 10 curiosidades sobre a bebida, que caiu na graça dos brasileiros principalmente pelo feliz casamento com limão, açúcar e gelo — numa versão internacionalizada da nossa clássica caipirinha.

1 ) A vodca é considerada a bebida nacional da Rússia, mas ninguém sabe precisar a origem desse destilado, que também apareceu quase ao mesmo tempo em países como China, Japão e Polónia, com algumas variações. No Japão e China, por exemplo, é feito de arroz; na Rússia e na Polônia, de cereais como cevada, milho, trigo e centeio.

2 ) Em 1917, a revolução que levou ao poder o Partido Bolchevique, liderado por Vladimir Lenin (1870-1924), confiscou todas as destilarias de vodca na Rússia e proibiu a produção. A bebida, porém, continuou sendo fabricada e comercializada no mercado negro. Com tanta força que em 1925, um ano após a morte de Lenin, a produção legal foi retomada. 
3 ) Entre os atingidos pela decisão do novo regime estava a família Smirnov. Piotr Smirnov rem uma história digna de filme. No século 18, foi servo em uma pequena aldeia russa e, ao se libertar, mudou-se para Moscou. Ali abriu sua primeira destilaria e deu início a um verdadeiro império. O velho Smirnov morreu em 1898, mas o negócio continuou prosperando sob comando de seus descendentes até ser confiscado em 1917.

4 ) A vodca Smirnov virou Smirnoff na França. Com a revolução, a família Smirnov deixou Moscou e passou pela Turquia, Bulgária e Polônia, até se estabelecer na França e adotar o nome com pronúncia francesa. Dali a Smirnoff se disseminou pelo resto da Europa e do mundo.

5 ) A Absolut, uma das marcas mais famosas hoje em dia, também tem uma história longa. Começou em 1879, na Suécia, pelas mãos do empresário Lars Olsson Smith. O cara controlava um terço da produção da bebida no país, mas chamou mais a atenção ao produzir uma vodca utilizando revolucionário método de destilação: nele, a vodca era destilada mais de 100 vezes, ao invés de três ou quatro, como era comum.
6 ) Hoje em dia, a Absolut é vendida em 126 países e é a segunda marca de vodca mais consumida do mundo. De uma fábrica no pequeno povoado de Ahus, na Suécia, saem os 100 milhões de litros de Absolut consumidos anualmente em todo o planeta.

7 ) A graduação alcoólica da vodca pode variar entre os 35% e os 60%. Na União Europeia, exige-se um mínimo de 37,5% de teor alcoólico

8 ) Há quem encontre na vodca muitas outras utilidades além de beber. Algumas gotas no frasco de champu ajudam a combater a oleosidade do cabelo, misturada à água e borrifada nas flores ajuda manter o arranjo vivo por mais tempo; borrifada nas roupas, tira o cheiro de mofo. E ainda tem quem a utilize para aliviar a dor de picadas de água-viva.

9 ) O Brasil também produz vodcas, a maioria não muito confiável, infelizmente. A Pirassununga (aquela da cachaça), por exemplo, produz duas: a Balalaika e a Moskowita. A Barcardi-Martini põe no mercado a Natasha. Tem ainda a Askov, a Leonoff, a Kadoff, a Komaroff… 

10 ) A única vodca nacional a ser levada a sério pelos aficcionados na bebida é a Blue Spirit Unique, do Grupo Petrópolis, que se iguala às importadas também no preço –pode chegar a R$ 100, enquanto as demais ficam entre R$ 5 e R$ 25. E tem ainda quem se arrisque na Orloff, do Pernod Ricard Brasil, marca de qualidade mediana e preço também (em torno de R$ 40).

Fontes: “O Rei da Vodca” (Linda Himelstein), O Mundo das Marcas, Buteco Nosso. Foto: puríssima (123rf) 

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