quarta-feira, 2 de março de 2011

AO PÉ DO OUVIDO // Ney Matogrosso, Beijo Bandido

Por Rosualdo Rodrigues

Gostaria de escrever sobre o show de ontem no CCBB, com o violonista Eustáquio Grilo e a cantora Vânia Bastos, abrindo o projeto Acordes do Rádio -- 90 Anos de Violão Brasileiro. Mas voltarei ao assunto noutra oportunidade, com mais tempo, porque o evento merece. Foi lindo lindo. Agora, às pressas, arrumando as malas para ir a Salvador, deixo aqui um texto curtinho que escrevi originalmente para o Diversão & Arte, do Correio Braziliense, sobre o novo DVd de Ney Matogrosso, Beijo bandido, que é igualmente lindo lindo.

"Ney Matogrosso não é um cantor somente para ser ouvido. É também para ser visto. Desde que surgiu nos anos 1970, no Secos & Molhados, ele tem na desenvoltura cênica uma marca registrada. Nisso foi favorecido pelo surgimento do DVD, o que se confirma no registro do show
Beijo bandido, gravado no luxuoso Theatro Municipal do Rio de Janeiro e lançado agora — também em CD.

Mas não é só a capacidade de Ney de dominar o palco que faz desse um ótimo DVD. Primeiro, a concepção visual do show já é um exemplo de bom gosto, com figurino, cenários e luz clean, contrastando com o trabalho anterior do cantor, o exuberante Inclassificáveis. Concepção que encontra correspondência no repertório de primeira, embalado em arranjos que ficam confortavelmente no meio do caminho entre o formato acústico de outros trabalhos de Ney e do pop.

Depois, os realizadores do vídeo, Felipe Nepomuceno e Renato Martins, conseguem explorar com igual elegância os recursos que têm em mãos. No início, centram o foco na figura de Ney. Pouco a pouco, vão revelando o palco, explorando as projeções ao fundo, os detalhes do belíssimo Theatro Municipal e, por fim, a plateia. Como um filme que caminha para um clímax — tendo à frente um ator tarimbado."

2 comentários:

Bruno disse...

Um texto curto, enxuto, mas que retrata c/ exatidão o que é este "Beijo Bandido" (realmente, lindo, lindo...rs). Não só pela voz de Ney, que (coisa rara) parece ganhar um brilho especial c/ o passar do tempo, ou pelos músicos esplêndidos que o acompanham. Mas tbem pela elegância c/ que a câmera registra o bom gosto visual do show, que, sem dúvida, inova o sentido de recital.
A edição inteligente, a fotografia explorando a beleza do Theatro Municipal do Rio, tbem enchem os nossos olhos. Um poema visual.
Parabéns pelo texto, Rodrigo. Abs a todos.

Bruno disse...

Eu, novamente. Desculpem, cumprimentei o Rodrigo pelo bonito texto, mas agora, relendo, me dei conta de que o autor dele é o Rosualdo Rodrigues, presente às quartas no blog. Então, parabéns ao Rosualdo! Um abraço.