
Desde que surgiu o DVD, os lançamentos se sucedem. Virou um tipo de obrigação: todo artista tem que ter o seu. O problema é que, por conta disso, a maioria dos lançamentos são, digamos, burocráticos. Filma-se um show e pronto. É como se fosse oferecido ao público a opção de ouvir o disco simplesmente ou ouvir e ver o disco. Alguns você pode deixar rolar no DVD player na sala, enquanto faz algo na cozinha, que não fará diferença. A meu ver, esse suporte é subestimado. Parece que ninguém aprendeu a lição dada por Jonathan Demme quando filmou, em 1984, Stop making sense, do Talking Heads — definitivamente, um dos melhores vídeos musicais de todos os tempos.
Quer dizer, não basta fazer um show com cenário bonitinho, plateia monstra e dois ou três convidados. Os DVD deveriam ser pensados como filmes, deveriam oferecer algo a mais do que aquilo a que o ouvinte está acostumado. Mesmo a mera gravação de um show pode ir além do corriqueiro. Bons exemplos são dois DVDs que acabam de ser lançados aqui no Brasil. Live in London with BBC Concert Orchestra, de k. d. lang, e London Calling live in the Hyde Park, de Bruce Springsteen. São duas amostras de como sair do óbvio e fazer com que a gente não queria sair de frente da tevê.


Veja no YouTube:
Trecho do DVD de k. d. lang (cantando Hallelujah, de Leonard Cohen)
http://www.youtube.com/watch?v=P_NpxTWbovE&feature=fvw
Trecho do DVD de Bruce Springsteen (cantando London Calling, de Joe Strummer)
http://www.youtube.com/watch?v=9o_YqNN4cDQ
Trecho de Stop making sense (Life during the wartime)
http://www.youtube.com/watch?v=QXgMhnI3QOI
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