ABOBRINHAS // Made in Pará

Luciano MilhomemColunista de Alimentação Natural do Gastronomix

“Pupunha. Uxi. Murici. Cupuaçu. Taperebá. Açaí é apenas o mais conhecido entre os muitos frutos típicos da região amazônica brasileira. Os nomes indígenas são um charme à parte. Sucos, doces, geléias, sorvetes, os sabores do Norte só não conquistam os mal-humorados.

No Pará, por exemplo, os vegetarianos sentem-se no paraíso. Podem até recusar o célebre pato no tucupi, resistir à caldeirada de pescada amarela ou esnobar o tacacá, mas com certeza vão se render ao açaí legítimo (nada desse sumo pálido misturado com banana e granola, servido em algumas lanchonetes do resto do país). Ali, serve-se o suco espesso e vermelho escuro, que cai bem com farinha de tapioca (aquela branquinha que lembra isopor). Adoça-se a gosto.

Ainda com fome? Bem... A gula há de se satisfazer com uma vitamina de cupuaçu (feita com leite, claro) ou com o suco (com água). É de lamber os beiços! Melhor deixar para mais tarde o bombom de cupuaçu ou o doce dessa fruta, que vai bem com queijo, com pão ou mesmo puro na colher. Não quer engordar? Tudo bem. Um suco de murici amarelo-ouro mata ao mesmo tempo fome e sede, e aceita adoçante.

Quer saber? Em Belém, dane-se a balança! Há uma sorveteria a cada esquina. A mais famosa, a Cairu, oferece dezenas de sabores típicos da Amazônia: bacuri, castanha-do-Pará, tapioca e muitos mais.

A pupunha aparece com freqüência em diversos pratos e até no pão, no lugar da manteiga ou do requeijão cremoso. Há mesmo chefs abaixo e acima do Equador que a exibem em seus cardápios e nem sempre se lembram de revelar a origem desse fruto. Não faz mal. O importante é que as cores, sabores e fragrâncias da Amazônia estão seduzindo cada vez mais brasileiros e estrangeiros, inclusive vegetarianos que, como eu, adoram ver ampliado o leque de opções no menu.

Em Brasília, conheço alguns lugares onde se encontram produtos made in Pará que não levam carne, como o pequeno restaurante Sabores da Amazônia e a sorveteria Frutos do Cerrado (onde, aliás, predomina o picolé), ambos no Sudoeste. O sofisticado Aquavit (Lago Norte), do chef Simon Lau, tem produtos tipicamente paraenses no cardápio. Seu menu de Natal, por exemplo, continha ostras gratinadas com tucupi e flores de jambu servidas com casquinha de polvilho azedo na pimenta de cheiro. Não é exatamente vegetariano, mas...

OK. De volta às opções econômicas, então. No Sub’s da Asa Sul, também é possível encontrar açaí parecido com o que se come em Belém. Nas sorveterias Saborella (Asa Norte e Casa Park) também há sorvetes de frutas da Amazônia. Sem contar, claro, os próprios sorvetes Cairu no Naturetto Família da 403 Sul.

Agora, o melhor mesmo, para quem puder, é dar um pulinho até Belém e experimentar in loco a riqueza da comida paraense. As férias de verão estão aí. Boa viagem e bom apetite!”

Sabores da Amazônia
CLSW 302, Bloco B, Loja 44
Sudoeste – Brasília (DF)
Telefone: (61) 3964 2981

Frutos do Cerrado
SHCSW 105, Bloco C, Lojas 30/32
Sudoeste - Brasília (DF)
Telefone: (61) 3233.3072
Site: www.frutosdocerrado.com.br

Acquavit
ML12 conjunto 1 casa 5
Lago Norte – Brasília (DF)
Telefones: (61) 3369 2301 e (61) 9167 0000
Site: http://www.restauranteaquavit.com/

Saborella
CLN 112 Bloco C, 38
Asa Norte - Brasília (DF)
Telefone: (61) 3340 4894

Natureto Família
SCLS 403 loja 53
Asa Sul – Brasília (DF)
Telefone: (61) 3321 6546



(*) Luciano Milhomem é jornalista, mestre em Comunicação pela Universidade de Brasília (UnB) e não ingere carne de bípedes e quadrúpedes há dois anos e meio.