quarta-feira, 16 de setembro de 2009

AO PÉ DO OUVIDO // As músicas da sua vida

Por Rosualdo Rodrigues

Quando eu era adolescente e morava em João Pessoa, havia um programa de rádio chamado A música da sua vida. Os ouvintes mandavam cartas em que contavam uma história pessoal — invariavelmente de amor — e no fim diziam qual a música que tinha marcado aquele momento, anunciada em entonação comovida pelo locutor. Lembrei disso porque andei revirando meus CDs, ouvindo coisas que há tempos não ouvia e que me trouxeram recordações de diferentes momentos. Aí pensei que dificilmente poderia escolher “a música da minha vida”. Uma trilha sonora, talvez, em álbum duplo… E ainda seria pouco.

Na verdade, creio que todos nós temos nossa trilha sonora pessoal. Músicas realçam emoções. É assim no cinema, é assim na vida real. Elas reavivam lembraças, pontuam determinadas épocas. Algumas ficam na memória coletiva, outras na memória individual, por motivos exclusivos de cada um.

Minha primeira lembrança musical é de quando era bem pequeno. Talvez uns quatro anos. Estava chegando à cidade onde nasci, pegando a mão de minha mãe de um lado e a do meu pai de outro. Atravessávamos a praça numa manhã ensolarada e na difusora que ficava no alto do prédio da sorveteria estava tocando Soy loco por ti America, de Caetano Veloso. Depois, passei a infância ouvindo o rádio de casa quase sempre ligado, absorvendo músicas que ainda hoje servem de referência à minha memória.

Mais tarde, outras somaram-se a essas. Todo o disco Synchronicty do Police, lembra meus últimos dias de João Pessoa. Será, do Legião Urbana, lembra fortemente minha chegada a Brasília. Assim como Vento no litoral, também do Legião, virou “tema” de uma desilusão amorosa que me fez ouvi-la repetidas vezes, aos prantos. Don’t let it bring you down, de Annie Lennox, me leva de volta uma caminhada numa tarde de 1995 em Londres, de walkman nos ouvidos. Maimbê, de Daniela Mercury é carnaval em Salvador em 2007…

Experimente repassar sua história associando momentos a músicas que você ouvia. Aposto que, por mais que não seja ligado em música, vai ter três ou quatro que lhe fazem voltar ao passado.

P.S. — Desculpem, este post está bem “meu umbigo”… Efeito da música.

6 comentários:

Anônimo disse...

Lendo seu comentario me bateu saudade do passado, e das musicas que me marcaram.
Gorete

Anônimo disse...

Rosuuuuuuuuuu,

Minha vida definitivamente tem trilha sonora...
Mas a mais recente e, com certeza, a mais marcante é o álbum completo de "Mamma Mia". Nossa, como me traz recordações...E como as lágrimas são inevitáveis ao escutá-lo.

Saudades, querido!

BEIjooooooo,

Sarinha.

Paulinho Mesquita disse...

fantástico rosu. Minha primeira recordação musical é de pedir pra minha mãe colocar na vitrola o disco azul da música da onda. Era Lulu Santos com "como uma onda no mar".
Depois aprendi eu mesmo a colocar os discos no tocador pr apoder ouvir um Lp do toquinho que tinha aquarela, o caderno, tarde em itapoã...

Rosualdo Rodrigues disse...

Gorete: esqueci de citar "Ovelha negra", de Rita Lee, que lembra demais quando chegamos à casa da Rua das Trincheiras. Marcante para mim, aposto que pra vc tb. Bjo

Sarinha: oie! Tb adoro a trilha de "Mamma mia". cada vez que ouço dá vontade de ver o filme de novo. Rsrsrs. Creio que irei aí em breve. Bjo

Paulo: muito novinho vc! ainda balcuciava no tempo de "Como uma onda"? Rsrsrs. esse disco do Lulu tb marcou pra mim. Tocava demais.

Anônimo disse...

Nossa, "Ovelha negra só me lembra a Viviane Pasmanter em "Mulheres de Areia" rsrsrsrsrsrs.
Venha mesmo, Rosu. Será muito bem recebido.
BEIjooooo.

Sarinha.

Roberio disse...

Que otima resenha.Eu mesmo quando escuto Luiz Gonzaga ou Paulinho da Viola, lembro quando ia pra Jacumã com papai e mãem, e papai pedia pra colocar as fitas que gravava pra ele.Beijo mano.
Robério