
Sei que cada região do Brasil tem suas particularidades e isso não é diferente no que diz respeito ao São João. Mas no Nordeste, festa junina autêntica tem que ter três coisas: fogueira, comida de milho e música de Luiz Gonzaga. Aliás, com o crescimento das cidades e a mudança de costumes, pode-se até dispensar os dois primeiros, mas é incrível como, ainda que toque Calcinha Preta e Aviões do Forró, o repertório da festa sempre vai acabar em alguma música de Luiz Gonzaga.
E mais incrível ainda é como, décadas depois, mantêm-se a singeleza de Olha pro céu (música que parece um quadro naif), a força de Asa Branca e a modernidade pop de O fole roncou (se ouvir, preste atenção no baixo na introdução). As músicas de Luiz Gonzaga são como as de Tom Jobim. Gravadas, regravadas e não cansam. Foram feitas para ser clássicos (aliás, sempre digo que, se a música brasileira fosse somente esses dois, já seria muito).
Tanto é que mesmo quem nunca pôs um disco de Luiz Gonzaga para ouvir atentamente já tem a impressão de que conhece toda a obra dele. Mas seu Lula tem discografia extensa, além de uma história de vida fantástica, muito bem contada no livro Vida do viajante – A saga de Luiz Gonzaga, de Dominique Dreyfus (curioso que uma francesa seja autora da melhor biografia do forrozeiro).

Dez reinterpretações de Luiz Gonzaga:
1 ) Asa branca, com Caetano Veloso
2 ) Olha pro céu, com Ceumar
3 ) Sabiá, com Stela Campos
4 ) Orélia, com Otto
5 ) Macapá, com Gilberto Gil
6 ) Calango da lacraia/ Nega Zefa, Coco Xenhenhem, com Elba Ramalho e Fuba de Taperoá
7 ) Não vendo e nem troco, com Zé Ramalho e Dominguinhos
8 ) O fole roncou, com Nação Zumbi
9 ) Qui nem jiló, com Alcione
10 ) Wandering swallow (Juazeiro), com Bebel Gilberto
5 comentários:
Eita, Rosu, o São João promete com essa lista!
Fogueira, amendoim cozido e... Gonzagão! Ê saudade do São João no Nordeste!
Essa com a Nação Zumbi deve ser tudo!
bom... algumas dessas versões não são lá muito juninas. "asa branca" com caetano é sofriiiida. e ceumar faz uma versão a capela de "olha pro céu"... já a marrom, manda bem no "qui nem jiló". levanta qualquer arrasta-pé.
Olha que nesse São João foi o que mais escutei, Luiz Gonzaga não tem como não ouvi-lo nessa época.
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