quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

CHAZEIRA // Para recomeçar, vamos ao museu do chá!

Eloína Telho
Colunista de Chá do Gastronomix

A época de final de ano/ ano novo é um convite para viagens. A gente aproveita o período e viaja para dentro de nós mesmos, rememorando o que passou e planejando o futuro; a gente viaja para revisitar lugares que conheceu em outras épocas ou encontrar novos cantinhos no mundo, que nos contem histórias antigas ou nos entreguem novidades. Aprendemos, pensamos e construímos nossas verdades, a partir de toda e qualquer experiência, não é verdade?

Na minha viagem de final de ano, resolvi (re)conhecer a Estrada Real, em Minas Gerais; passado bastante presente! Buscando informações sobre cafés e casas de chá na região, para testar e compartilhar com você no nosso querido Gastronomix, ganhei de presente de Natal a dica de que, pertinho de Ouro Preto, havia o Museu do Chá! Felicidade pouca da Chazeira é bobagem! 
Eis o Museu do Chá!
Localizado dentro do Parque Estadual do Itacolomi, uma reserva ambiental que tem uma vista ma-ra-vi-lho-sa, conta, na verdade, a história do cultivo do chá na região, que ocorreu na década de 30. Em um pedaço do hoje Parque, havia uma fazenda, conhecida como São José do Manso, em que se plantava Camellia Sinensis, de variedade assâmica, beneficiada em maquinário alemão. A produção de chá preto, que se chamava Edelweiss, em homenagem à esposa do proprietário da fazenda, destinava-se basicamente à exportação para a Alemanha. 
Parte do maquinário em exposição 
Caixinhas do Chá Edelweiss
Explicações dispostas nas paredes
Em exposição, vimos todo o antigo maquinário utilizado para o processamento do chá. A explicação sobre a história, cultivo, produção e costumes da fábrica quando estava em funcionamento deu-se por material audiovisual (um filme curto e bem interessante!), além de painéis que enumeram as curiosidades sobre a produção e consumo do chá em todo o mundo. É verdade que há algumas impropriedades técnicas quanto ao chá propriamente dito nas informações apresentadas (limitam a Camellia Sinensis à produção de chá verde e preto, falam de utilização de água fervente para o preparo do chá, por exemplo), mas elas não chegam a prejudicar a visita, bastante agradável e com outras tantas informações valiosas, especialmente quanto aos hábitos sociais da época do plantio. 
Tela com o filme sobre a produção da Fazenda Manso
Do lado de fora, um arbusto bem crescido da Camellia Sinsensis está em destaque para matar a curiosidade de quem nunca viu a planta que origina o chá que chega à nossa xícara. O simpático monitor Christopher, biólogo formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, também fez questão de nos mostrar exemplares que se encontram misturados à vegetação nativa recuperada. Compartilhou, ainda, um estudo produzido por uma estudante da UFOP sobre o impacto da Camellia nessa vegetação, que já está na minha lista de leituras de 2018. 
Pé de Chá
No Parque, há outras tantas atrações históricas, como a antiga sede da fazenda, chamada de “Casa do Bandeirista”, construída entre 1706 e 1708 e amostra da arquitetura paulista em Minas Gerais, a “Capela de São José” com uma Via-Sacra diferente, feita por artistas plásticas ouro-pretanas com materiais colhidos na natureza. Nem preciso mencionar as trilhas e atrativos naturais, já que se trata de uma unidade de conservação ambiental, não é? E a vista, ah, a vista!

A visitação do Parque e do Museu do Chá acontece terça-feira a domingo, de 8h às 17h. As visitas guiadas ao Pico do Itacolomi devem ser agendadas junto à administração. A área de camping, conta com estrutura de apoio, inclusive restaurante, devendo também ser agendada a permanência no camping, pois o número de barracas é limitado.

O quê? Museu do Chá, no Parque Estadual do Itacolomi.

Onde? Parque Estadual do Itacolomi – Rodovia do Contorno / BR-356, Trevo do Hospital de Ouro Preto, Ouro Preto/MG; contato (31) 3551-6193 ; (31) 98835-7260; peitacolomi@meioambiente.mg.gov.br; parquedoitacolomi@ouropreto.com.br


Como chegar? O acesso fica entre os municípios de Ouro Preto e Mariana. A partir de Ouro Preto, segue-se a BR-356 até o entroncamento com a MG-262, em direção ao parque. Outra opção é seguir, a partir do sul da cidade, a Rua Pandiá Calógeras, atravessar a estrada e seguir as trilhas sinalizadas. Fiz o caminho indicado pelo Waze; procurei pela recepção do Parque.


Quanto? R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada). Crianças de até cinco anos, idosos a partir de sessenta anos e estudantes devidamente identificados têm direito a meia-entrada.


E você, o que me conta sobre o seu final de ano? E sobre o ano novo? Planos a mil, novas expectativas? A minha grande expectativa, agora, é pela nova carinha do Portal Gastronomix, que - em breve - fará a sua experiência de leitura mais agradável... E bonita! Porque a gente gosta mesmo – e merece! -  de uma “boniteza”, não é?

Ah, se quiser me acompanhar pelo Instagram ou Facebook , lá estão as imagens que ilustram na prática tudo o que falamos por aqui, feitas a partir do meu #momentomágico: @chazeira (insta) ou @eloinachazeira (face) . Passa lá, pra não morrermos de saudade até a próxima quinta, certo?

Beijos e bons chazinhos, para aquecer as ideias em 2018! 

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